Buscando impulsionar soluções tecnológicas e conectividade adaptadas às demandas das pequenas e médias propriedades rurais, a ConectarAGRO dedicou um mês intenso a encontros e visitas estratégicas.
Liderado pelo Instituto Eldorado, o workshop organizado pela Associação reuniu especialistas das empresas associadas e o grupo de extensãoAgroPlus-UFV para explorar projetos e estudos de caso voltados à conectividade rural em diferentes escalas.
Durante a ocasião, abordaram-se temas cruciais, desde a aplicação de tecnologias específicas para agricultores até o impacto da agricultura digital na rentabilidade e sustentabilidade das propriedades rurais. As discussões visaram não apenas identificar as necessidades do setor, mas também propor soluções viáveis e eficazes para impulsionar a produtividade e a qualidade no campo.
O próximo passo da ConectarAGRO e suas parcerias é transformar as ideias discutidas em práticas tangíveis, implementando as soluções tecnológicas que emergiram desses diálogos. O intuito é avaliar os resultados obtidos e manter o intercâmbio de conhecimento e experiências para o aprimoramento constante do setor agrícola brasileiro.
Além do workshop, a Associação também realizou uma visita estratégica à AgNest, um hub de inovação criado pela Embrapa, referência nacional em pesquisa agropecuária.
Durante o encontro, discutiram-se oportunidades para fortalecer a conexão entre a AgNest e a Associação,buscando sinergias que impulsionem ainda mais o desenvolvimento e a adoção de tecnologias aplicadas ao agronegócio.
A ConectarAGRO expressa profundo agradecimento ao Instituto Eldorado pela condução exemplar do workshop e à AgNest, juntamente com a Embrapa, pela parceria e compromisso em colaborar na construção de um futuro mais inovador e conectado para o agronegócio brasileiro.
Em um encontro estratégico para o desenvolvimento de parcerias no campo da conectividade rural, a ConectarAGRO, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Semantix, primeira deep tech da América Latina listada na Nasdaq, a maior bolsa tecnológica do mundo, reuniram-se para discutir os resultados do Indicador de Conectividade Rural (ICR).
Desenvolvido pela ConectarAGRO em convênio com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o ICR oferece uma visão abrangente da infraestrutura e serviços de telecomunicações disponíveis em cada município do Brasil. Ele será lançado em abril deste ano e tem como objetivo identificar as regiões que necessitam de investimentos em conectividade, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico dessas áreas.
Durante o encontro, abordou-se a importância do ICR para mapear pontos de melhoria e oportunidades de expansão da conectividade no setor agrícola. Ambas as partes expressaram seu compromisso conjunto em fomentar o uso da tecnologia em áreas rurais produtivas, visando à modernização e competitividade do agronegócio brasileiro.
Vale ressaltar que essa não foi a primeira interação entre as entidades: em outubro de 2023, ocorreu um encontro prévio no qual a presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade, apresentou o propósito da Associação ao secretário da pasta, Guilherme Piai, e discutiu o Programa Rotas Rurais, fortalecendo os laços de colaboração e inovação no setor.
A compreensão dos estímulos que impulsionam os produtores rurais brasileiros a adotarem novas tecnologias é crucial para o avanço do agronegócio. Por isso, a ConectarAGRO e suas empresas associadas participaram ativamente no apoio institucional à “Pesquisa SAE BRASIL: Caminhos da Tecnologia no Agronegócio”, realizada pela SAE Brasil em parceria com a KPMG Brasil.
A iniciativa teve como objetivo compreender os desafios e oportunidades referentes à adoção e utilização de tecnologias conectadas em máquinas, sistemas de agricultura de precisão e telemática. O estudo incluiu também produtores rurais, cooperativas, indústrias, prestadores de serviços, instituições de ensino e pesquisa e governo.
De acordo com a pesquisa, algumas tendências relevantes podem ser traçadas. Cerca de 44% dos respondentes reconhecem que a adoção de novas tecnologias traz melhor performance, ganhos de produtividade e redução de custos.
Entretanto, uma preocupação é quase consenso entre os participantes: 40% apontaram a dificuldade de acesso à conectividade, na qual 27% estão conectados, mas com o sinal ruim. Outras dificuldades incluem a falta de conhecimento sobre alternativas de internet rural e capacitação sobre ferramentas digitais.
De acordo com Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO, a pesquisa indica alguns desafios que devem ser endereçados pelos principais atores do agro, para que produtores rurais possam aproveitar os benefícios da conectividade no campo.
“A falta de conhecimento em tecnologias agrícolas destaca a necessidade de capacitação. É necessário promover conectividade para impulsionar sustentabilidade, superar desafios, empoderar produtores e aumentar eficiência, contribuindo para resolver questões globais como a fome. O aumento de produtividade resulta da automação, maquinário avançado e sistemas de informação, otimizando processos e melhorando qualidade dos produtos”, explicou Ana Helena, em depoimento publicado.
Pesquisa SAE BRASIL é tema da Hora da Conectividade
Na esteira de lançamento, a ConectarAGRO convidou Daniel Zacker, mentor AGRO da SAE Brasil e diretor da Tekter, para a Hora da Conectividade.
Durante o evento on-line — que reuniu associadas, apoiadoras e parceiras —, discutiram-se os principais dados do estudo e de que forma a Associação pode apoiar os esforços para superar os desafios identificados. A necessidade de promover a conscientização sobre as tecnologias disponíveis, bem como oferecer programas de capacitação e treinamento, foi ressaltada como uma prioridade.
Como resultado dessa iniciativa, a ConectarAGRO e suas empresas associadas estão comprometidas em desenvolver ações concretas para promover a inclusão digital no campo, oferecendo treinamentos, workshops e acesso a tecnologias de conectividade, com o objetivo de impulsionar a produtividade, a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio brasileiro.
Quer conferir a pesquisa completa, que também contou com análises especializadas de AGCO Corporation e a CNH Industrial? Clique aqui e confira!
No dia 25 de fevereiro, comemorou-se o Dia do Agronegócio no Brasil. Essa data é uma homenagem a todos os trabalhadores e empresas envolvidas na produção, processamento e distribuição de produtos agrícolas em todo o país. E, nos últimos anos, a internet 4G tem sido uma grande aliada da agricultura brasileira, trazendo benefícios significativos para o setor.
Apesar do produtor rural brasileiro ser um grande adepto às tecnologias que podem trazer melhor gestão e maior produtividade, o campo ainda enfrenta um grande gargalo quanto à falta de conectividade. Em contrapartida, iniciativas privadas e públicas têm promovido a expansão da cobertura em áreas rurais e remotas por meio das telecomunicações.
Pensando nisso, este artigo aborda os marcos e desafios do agronegócio brasileiro, bem como a importância do 4G em 700MHz para a produtividade agrícola. Ótima leitura!
Agronegócio brasileiro é marcado por grandes conquistas e gargalos de conectividade
O Brasil possui um total de 5.073.324 estabelecimentos agropecuários, que ocupam uma área total de 351,289 milhões de ha, ou seja, cerca de 41% da área total do país. É o que aponta o Censo Agropecuário, pesquisa divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais do que extensão física, a produção agrícola é um dos setores mais sólidos da economia, visto que é responsável por 27% do PIB brasileiro. Mesmo com o aumento de custos ocasionados pelos problemas climáticos e pela instabilidade geopolítica mundial em 2022, os números para 2023 são animadores.
Além das condições ambientais ideais, o país figura uma importante posição no mercado global graças ao investimento em pesquisa e à agricultura digital, como uso de máquinas, drones, sensores e inteligência de dados. São essas ferramentas de precisão que habilitam a otimização das cadeias produtivas, trazendo sustentabilidade e novas oportunidades de negócios.
Sem sinal de internet rural, os agricultores não extraem o máximo das tecnologias que possuem, pois os dados processados pelas máquinas deixam de ser integrados à rede em tempo real, dificultando análises e tomadas de decisões assertivas.
Além da dimensão produtiva, a falta de conectividade distancia os produtores rurais do acesso a serviços públicos, da educação formal e mesmo da interação e entretenimento.
É nesse sentido que a expansão da internet 4G torna-se relevante, já que de forma simples e interoperável, ela oferece monitoramento e controle de equipamentos, acesso à informação e melhoria da segurança no campo.
Por que a internet 4G é a solução mais aderente às necessidades dos produtores rurais?
A internet 4G é a quarta geração de tecnologia móvel, projetada para fornecer conexões confiáveis de alta velocidade. Desde a sua introdução, ela tem sido usada para conectar pessoas e empresas em todo o mundo, com um impacto particularmente positivo no agronegócio brasileiro.
Por ser uma rede móvel, os agricultores podem utilizar a internet 4G para obter informações a partir de smartphones ou tablets em qualquer lugar, quando quiserem. Tais dados incluem, por exemplo, previsões meteorológicas, preços de commodities e tendências do mercado.
De tratores e colheitadeiras até sistemas de irrigação e sensores de monitoramento, os produtores podem lançar mão da internet 4G para detectar remotamente pragas e doenças nas lavouras, bem como monitorar o nível de umidade do solo da plantação. Assim, medidas corretivas podem ser tomadas antes que os problemas se tornem mais críticos.
Créditos: Hablemos de Empresas
Vale ressaltar que, embora a tecnologia 5G seja considerada uma evolução da rede 4G, sua implantação ainda está nos primeiros estágios, não sendo facilmente acessível para todos os usuários das áreas remotas. Em contrapartida, a quarta geração é um padrão global formado por equipamentos amplamente utilizados na cidade e no campo.
Outro fator importante é o custo. A internet 4G em 700 MHz possibilita atingir milhares de hectares com apenas uma simples infraestrutura formada por torre, rádio e antenas, englobando diversos dispositivos compatíveis. Para fins de exemplo, o valor para instalação de uma antena 4G vai de um quarto a meia saca de soja por hectare – de R$45 a R$95, em média.
Em resumo, essa é uma tecnologia que oferece agilidade no cruzamento de dados, sendo suficientemente rápidas para a maioria das aplicações agrícolas.
Fomento à cobertura da internet 4G em 700MHz é propósito da ConectarAGRO
Devido às grandes dimensões do meio rural e dos altos investimentos em infraestrutura, a instalação pode ser um processo que foge das mãos dos pequenos e médios produtores.
É aí que entra a ConectarAGRO, associação sem fins lucrativos formada por diferentes empresas de telecomunicações e do agronegócio. Seu único propósito é fomentar a ampla conectividade na zona rural por meio do 4G em 700MHz, de forma a revolucionar a forma de produzir no campo e facilitar a integração de toda a cadeia agrícola.
Até o fim de 2022, a iniciativa ajudou a promover a expansão de mais de 12 milhões de hectares de 4G nas áreas remotas do Brasil. Os números beneficiam mais de um milhão de pessoas em 485 municípios de 12 estados diferentes.
Além disso, a ConectarAGRO trabalha em parceria com diferentes agentes pertinentes ao agro, como fundações, universidades, empresas e organizações públicas.
Em resumo, a Associação busca garantir que os agricultores brasileiros tenham acesso às tecnologias mais avançadas e possam aumentar sua produtividade, melhorando a eficiência do setor agrícola como um todo.
Agora que você sabe qual o propósito da ConectarAGRO, que tal conhecer nossas parcerias no âmbito da educação e pesquisa? Saiba mais sobre o projeto Formação Conectada e o Convênio ConectarAGRO-UFV!
Na primeira edição da “Hora da Conectividade” de 2024, a ConectarAGRO promoveu uma discussão sobre as oportunidades impulsionadas pela SemeAR, iniciativa lançada pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para acelerar a transformação digital de pequenos e médios produtores rurais por meio de projetos.
O evento contou com a participação de Fabricio Lira Figueiredo, membro do CPQD, e Luciana Alvim S. Romani, integrante da Embrapa Agricultura Digital, para debater os avanços e desafios dessa importante iniciativa.
Durante a ocasião, os convidados destacaram que o projeto SemeAr é estruturado em pilares de conectividade, aplicações inovadoras e difusão e mobilização, com o objetivo de promover soluções abertas e interoperáveis, envolvendo atores de áreas diferentes da cadeia de negócios a partir de critérios econômicos e disponibilidade de infraestrutura local.
Com acordos de cooperação técnica em andamento nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a iniciativa visa ainda integrar as tecnologias digitais nos processos produtivos agrícolas de forma rápida e simples, por meio de metodologias ágeis e recursos de colaboração com startups e empresas de tecnologia.
Os pilares de atuação da SemeAr incluem também a capacitação e esclarecimento dos produtores sobre os benefícios da incorporação de tecnologias digitais ao seu negócio, bem como a disseminação de resultados positivos de projetos.
Segundo Fabricio e Luciana, o programa tem a expectativa de receber o incentivo e engajamento de atores relevantes para o setor, como cooperativas, grandes empresas de equipamentos e serviços, além de agentes públicos e financeiros.
Materializando o seu propósito de fomentar e incentivar a conectividade nas áreas rurais brasileiras, a ConectarAGRO realizou neste mês uma série de encontros com atores estratégicos para apresentação preliminar do Indicador de Conectividade Rural (ICR). O estudo em andamento é desenvolvido junto à Universidade Federal de Viçosa (UFV) e tem o objetivo de mensurar a realidade de cada município/estado do país quanto à cobertura de internet no campo.
A série de encontros estratégicos sobre o ICR incluiu também o diálogo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, uma vez que os resultados do estudo servirão como importantes subsídios para as tomadas de decisões em políticas públicas.
Ricardo Graça, líder do Comitê Técnico da ConectarAGRO, destacou os principais critérios desenvolvidos para o ICR a partir de um estudo de caso do Estado do Mato Grosso. Segundo ele, o projeto se divide em subindicadores de produção — que contém a área passível de produção agrícola com cobertura 4G — e social — o qual engloba o percentual de escolas, unidades de saúde e imóveis rurais familiares que possuem acesso via internet rural.
Já o subindicador ambiental/indígena busca quantificar o percentual de áreas de conversação públicas e privas e áreas indígenas cobertas com tecnologia de quarta geração. O ICR também tem a infraestrutura como critério, para analisar a presença de backhaul de fibras nos municípios.
Fust também foi tema de articulações internas
Outro assunto debatido internamente entre os membros da ConectarAGRO foi o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), cuja finalidade é levar os serviços de telefonia e internet a regiões isoladas e com infraestruturas inadequadas ou inexistentes.
Com a presença de mais de 22 pessoas, Regise Jordão, gerente de Relações Institucionais da Vivo, apresentou a estrutura do Fust, cujos recursos devem ser direcionados à expansão e adequação das redes de telecomunicações, às escolas públicas rurais e à transformação digital dos serviços públicos.
Para o cumprimento de políticas públicas de telecom, o Fundo prevê um Conselho Gestor composto por representantes do Governo Federal, grandes e pequenas operadoras e membros da sociedade civil, para aprovar diretrizes, critérios e prioridades para aplicação dos recursos em projetos, iniciativas e propostas.
Desse modo, os membros da Associação seguem analisando as possibilidades de apresentação de projetos-piloto junto a parceiras institucionais e o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), visando promover a habilitação da conectividade por meio do 4G em 700MHz.
O uso do Fundo pode acelerar a revolução digital em áreas rurais para aplicação de tecnologias que assegurem o ciclo virtuoso de crescimento constante da produtividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
Além dos centros urbanos, os avanços tecnológicos revolucionam a cada dia a área rural brasileira, sobretudo no aspecto da comunicação no campo. Mais do que simples troca de informações, o pleno alinhamento entre dados, processos e pessoas é um elemento fundamental para os bons resultados de uma fazenda.
Do uso de rádio à coleta de indicadores agronômicos, os canais eficientes de comunicação aproximam as propriedades rurais da sede, integrando os sistemas utilizados e facilitando o acesso a relatórios que servirão de base para tomadas de decisão.
Neste artigo, trazemos alguns passos para você otimizar a comunicação no meio rural. Confira abaixo!
Qual a importância da comunicação no campo?
A comunicação e informação são um dos pilares para o sucesso de qualquer negócio, já que o compartilhamento de dados organizados sobre a produção é a base para tomadas de decisões assertivas e de planejamentos estratégicos bem estruturados.
Em uma propriedade rural, não é diferente: a comunicação no campo permite o alinhamento e acompanhamento de todas as fases do cultivo, passando pela rastreabilidade do plantio até a entrega do produto.
O investimento nessas ferramentas traz resultados positivos aos processos operacionais e administrativos de uma fazenda conectada. Com elas, é possível ter uma visão global sobre a quantidade de defensivos e recursos hídricos aplicados na lavoura.
A comunicação no campo também facilita a troca de outros dados agronômicos, como monitoramento de pragas e doenças. Também é possível gerenciar os produtos e máquinas utilizadas, além de realizar diagnósticos para eventual manutenção ou assistência técnica. Outro ponto está na emissão de avisos e imprevistos ao longo da rota.
Créditos: Wenderson Araújo/CNA
O produtor rural pode lançar mão dessas ferramentas não só para a organização interna de sua fazenda, mas também no contato com fornecedores, parceiros comerciais e até mesmo clientes.
Afinal, a infraestrutura dedicada à comunicação no campo estreita relações de negócios para além da porteira, abrindo oportunidades para modelos de negócios que antes eram limitados à determinada região.
Ou seja, os agricultores podem contatar fornecedores de insumos e defensivos que tenham a melhor cotação, independente da distância. Também podem estabelecer colaborações com compradores de outras áreas do Brasil, tudo por meio da internet rural.
Em síntese, a comunicação no campo traz completa eficiência às fazendas!
Como tornar a comunicação no campo eficaz? Veja 3 formas!
Embora o alinhamento de informações tenha um papel importante para a fluidez dos processos agrícolas, infelizmente a comunicação no campo não é uma realidade completa para toda a área rural brasileira.
Para mudar este cenário, a ConectarAGRO, por exemplo, tem um único propósito: promover as telecomunicações no campo para que a produtividade agrícola se torne ainda mais acelerada.
Ainda neste sentido, separamos três formas pelas quais podemos melhorar a comunicação no campo.
Importante destacar que elas devem ser colocadas em prática a partir da coparticipação entre proprietários, associações, organizações privadas e governos a partir de políticas públicas. Confira abaixo:
1. Foco em conectividade e em novas tecnologias
O primeiro caminho para a viabilização da comunicação no campo é justamente o amplo investimento na conectividade simples, aberta (interoperável) e acessível.
Vale lembrar que tal faixa garante maior alcance nas zonas rurais com uma simples infraestrutura composta por antenas, rádios e torres.
Logo, a quarta geração dinamiza os processos de gestão, apresentando crescimento econômico e desenvolvimento humano nas regiões remotas.
2. Investimento em automação
Segundo a Embrapa, a automação é definida pelo monitoramento, controle e execução de processos operacionais por meio de máquinas ou dispositivos eletrônicos, ampliando assim a capacidade humana.
Aplicada à comunicação no campo, ela otimiza o uso de tempo, aumenta a qualidade dos dados e reduz as falhas nos fluxos de informações, garantindo que todos os profissionais estejam na mesma página quanto à cadeia produtiva.
Com a combinação entre sensores e dispositivos conectados pela Internet das Coisas (NB-IoT), a automação apresenta análises e recomendações baseadas em georreferenciamento e mapas de satélite e imagens de drones, por exemplo.
Na comunicação entre pessoas, ela pode funcionar por meio de softwares de gestão em que os administradores da propriedade rural podem delegar tarefas para cada um de seus colaboradores. Assim, cada técnico saberá exatamente qual a sua atribuição para determinado dia.
3. Capacitação de colaboradores
Nada vale termos uma infraestrutura de comunicação sem pessoas que de fato saibam usá-las, não é mesmo? Afinal, a ausência de trabalho qualificado também compromete a digitalização de uma fazenda.
Por isso, é importante que os produtores rurais promovam a capacitação de sua equipe, no intuito de tornar sua mão de obra qualificada.
Cursos de interpretação de dados e uso de ferramentas relacionadas à agricultura de precisão são algumas das opções.
Em 2023, o Projeto Formação Conectada, uma iniciativa da ConectarAGRO em parceria com a Fundação André e Lucia Maggi, alcançou marcos significativos na promoção do desenvolvimento social humano por meio de soluções tecnológicas.
Projeto inclui formação continuada de educadores
A Escola Estadual Argeu Augusto de Moraes, em Campo Novo do Parecis-MT, foi o cenário para a capacitação tecnológica de 20 educadores. Com uma abordagem híbrida, o evento incluiu uma sessão online e três presenciais, destacando a adaptação às necessidades contemporâneas.
A fase do projeto concentrou-se em competências digitais, dinâmicas entre aluno e professor, e uso de recursos de apoio. Os educadores participaram de encontros síncronos, materiais autoinstrucionais e webinários, refletindo sobre melhorias em metodologias, ferramentas digitais e indicadores pedagógicos.
Atuação em infraestrutura e conectividade
Simultaneamente, a equipe do Formação Conectada concentrou esforços na identificação de pontos-chave para garantir infraestrutura de WiFi de alta qualidade. Essa medida visa assegurar o sucesso das atividades digitais de professores e alunos, contribuindo para a expansão do acesso à internet em áreas agrícolas brasileiras.
Eixo técnico para qualificação de profissionais
O Formação Conectada abrangeu ainda o ensino técnico voltado para os trabalhadores do campo, a fim de promover a qualificação profissional digital com foco em tecnologias embarcadas.
Ao longo dos módulos, os operadores de máquinas receberam treinamento sobre tecnologias e inovações, obtendo conhecimento sobre interpretação de dados e uso de ferramentas de agricultura de precisão.
O ciclo de encontros online “Hora da Conectividade” marcou 2023 como uma plataforma dinâmica para discussões sobre a conectividade no cenário agrícola brasileiro. Com mais de 18 edições, a iniciativa proporcionou bate-papos quinzenais entre especialistas, associadas e apoiadoras da ConectarAGRO, consolidando-se como um fórum essencial para iniciativas fundamentadas na agricultura digital.
Principais encontros e pautas
31.01 – ConectarAGRO e UFV
Tema: Parceria ConectarAGRO e Universidade Federal de Viçosa
Destaque: Apresentação do projeto com a UFV, resultados da pesquisa sobre o impacto da conectividade na agricultura de pequena e média propriedade, e visualização do aplicativo desenvolvido.
14.02 – Orbia
Tema: Marketplace Orbia
Destaque: Exploração de oportunidades e orientações para a exposição de produtos e serviços das empresas associadas na plataforma Órbia.
07.03 – Inceres
Tema: Agricultura Digital: Como ser mais eficiente olhando o todo
Destaque: Bate-papo sobre como os dados gerados na produção podem otimizar a eficiência na utilização de recursos nas propriedades rurais.
28.03 – Núcleo de Conectividade do SENAI
Tema: 5G na Agroindústria
Destaque: Exploração das características e impacto do 5G na agroindústria, com foco em desafios, vantagens e exemplos de casos de uso.
11.04 – ABAG
Tema: Nova Parceria Institucional
Destaque: Conversa sobre os resultados do Position Paper de 2023, abordando inovação, competitividade do agronegócio e as mudanças no cenário.
Agrishow 2023 – UFV e OCESP
Temas: “Impacto da Conectividade na Agricultura de Pequena e Média Propriedade” e “Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo”
Destaque: Abordagem sobre o impacto da conectividade em propriedades rurais e compreensão do cenário cooperativista.
Agrishow 2023 – Banco do Brasil – Broto
Tema: Linhas de crédito BB voltadas para o financiamento das soluções de conectividade
Destaque: Exploração das linhas de crédito para apoiar soluções de conectividade, apresentando o braço digital do BB no agronegócio.
23.05 – Yara | Varda
Tema: Varda e a solução Global Field ID – um ID exclusivo para cada campo
Destaque: Apresentação da startup Varda e da ferramenta “Global Field ID” para mapeamento e integração de dados agrícolas.
Destaque: Conversa sobre as iniciativas do Instituto Eldorado, incluindo o Simulador de Benefícios para exemplificar o uso da conectividade no ciclo produtivo.
18.07 – TIM
Tema: Marketplace TIM IoT
Destaque: Apresentação do Marketplace IoT da TIM, reunindo ofertas para indústria 4.0, agronegócio, cidades inteligentes e utilities.
01.08 – SAE Brasil
Tema: Pesquisa de Máquinas Agrícolas da SAE Brasil
Destaque: Apresentação da pesquisa sobre a conectividade das máquinas agrícolas, abordando a percepção atual, demandas do mercado e perspectivas.
15.08 – Já Entendi AGRO
Tema: Já Entendi AGRO
Destaque: Conversa sobre a startup Já Entendi AGRO, focada em fornecer cursos e certificações para empresas do setor de insumos ou serviços.
29.08 – Fundep
Tema: Rota 2030 | Conectividade
Destaque: Discussão sobre o papel da Fundep no desenvolvimento de soluções de conectividade no programa Rota 2030.
12.09 – ConectarAGRO
Tema: Projeto Educacional Formação Conectada
Destaque: Conversa sobre o Projeto Formação Conectada, seu surgimento, o papel da ConectarAGRO, ações realizadas e próximos passos.
24.10 – CNHi
Tema: Uma Fazenda Conectada
Destaque: Exploração do caso de sucesso de uma fazenda conectada, abordando estudos, processos, resultados e benefícios da conectividade.
05.12 – AGCO, Yara e Corteva
Tema: Programa Prospera
Destaque: Conversa sobre o PROSPERA, programa privado para a transição da agricultura de subsistência para uma produção tecnificada, com impacto econômico e social na região nordeste.
A “Hora da Conectividade” em 2023 proporcionou insights valiosos, compartilhamento de conhecimento e fortalecimento dos laços entre os participantes, consolidando-se como um espaço essencial para o avanço da conectividade no setor agrícola brasileiro.
O GT Viçosa, fruto da colaboração entre a ConectarAGRO e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem como objetivo o estudo prático-científico da conectividade na agricultura familiar e o controle financeiro de propriedades rurais, considerando os impactos das tecnologias 4.0 para um cenário mais sustentável e eficiente para o setor agrícola. Com a missão de disseminar e criar metodologias e instrumentos que mensurem os benefícios das tecnologias digitais nas áreas rurais, o GT também busca capacitar alunos e produtores rurais em gestão econômico-financeira.
Ações que marcaram o caminho da inovação
O ano iniciou com a assinatura de memorandos durante a Agrishow 2023, marcando o comprometimento conjunto da ConectarAGRO e UFV. O foco foi o desenvolvimento do Indicador de Conectividade Rural (ICR), um esforço para aprimorar a avaliação da conectividade nas áreas rurais, proporcionando um olhar mais abrangente que vai além da densidade populacional. Este movimento reflete a relevância do meio rural e da produção agropecuária brasileira.
A parceria com a UFV também deu origem a um aplicativo de gestão financeira e rentabilidade destinado a pequenos agricultores na Zona da Mata de Minas Gerais. Este projeto visa quantificar os benefícios da conectividade para a agricultura familiar, destacando a importância das tecnologias digitais para propriedades de pequena escala.
Eventos que conectaram conhecimento e experiência
No decorrer de 2023, a ConectarAGRO promoveu, em conjunto com a UFV, o evento “Impacto da Conectividade em Propriedades de Pequena e Média Escalas: Implementação de Tecnologias”. A ocasião, que incluiu visitas a propriedades rurais e workshops, contou com a participação de representantes de associadas e apoiadoras, como AGCO, CNHi, iCrop, IHS, Solinftec, Trimble, TIM, Vivo e Yara.
Este encontro prático destacou os resultados tangíveis da conectividade por meio de exemplos reais, incentivando discussões sobre estratégias para a difusão e adoção dessas tecnologias em propriedades de pequeno e médio porte em todo o país.
Definição estratégica de tecnologias para o futuro da agricultura
As reuniões online entre o GT Viçosa da ConectarAGRO e a equipe AgroPlus-UFV foram fundamentais em 2023. Juntos, em colaboração com as empresas associadas e apoiadoras, definiram as tecnologias mais adequadas para aplicação em propriedades-piloto. O trabalho foi crucial para iniciar estudos de viabilização da conectividade necessária para implementar tais tecnologias na região.
Para 2024, o GT Viçosa mantém seu foco no levantamento de dados, visando a elaboração de projetos de investimentos públicos. A visão é clara: construir um futuro em que a agricultura familiar seja não apenas conectada, mas também financeiramente sustentável.