Pecuária de precisão: novos paradigmas para a produção no campo

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Créditos: Senivpetro — Freepik

A pecuária de precisão emerge como uma revolução no campo agropecuário, com a convergência das tecnologias digitais, como o 4G em 700MHz, moldando uma nova era de gestão de rebanhos e otimização da produção.

Neste artigo, exploraremos as nuances da pecuária de precisão, discutindo suas definições, oportunidades, desafios inerentes e tecnologias-chave dessa prática! Ótima leitura!

Definindo a pecuária de precisão: o que é?

Imagine que você, produtor ou produtora de gado, consegue acompanhar o desempenho e saúde animal a partir de equipamentos digitais, ampliando sua lucratividade e eficiência com alta gestão baseada em dados, sem desperdício e com  impacto reduzido ao meio ambiente.

Essa realidade é possível graças à pecuária de precisão. Sua definição é simples: estamos falando da aplicação estratégica de tecnologias de ponta e da utilização criteriosa de dados precisos para aprimorar a gestão e o rendimento dos rebanhos.

Por meio do monitoramento contínuo, análise de informações e automação, os produtores têm a capacidade de tomar decisões informadas, visando à melhoria da saúde, nutrição e desempenho de seus animais.

As práticas em pecuária de precisão englobam softwares e hardwares para o recebimento em tempo real, durante 24 horas por dia e 7 dias da semana, de informações acerca dos principais indicadores estratégicos para nortear as ações dos gestores ou mesmo corrigir processos em benefícios da saúde e bem-estar dos animais.

Na prática, trata-se de sistemas automatizados de identificação de animais, dispositivos eletrônicos para aferição de peso, colares equipados com sensores, mecanismos automáticos de fornecimento de água e comida, termografia infravermelha e estações meteorológicas automatizadas.

A reportagem da TV Brasil sobre o tema traz ótimos insights sobre a pecuária digital:

 

Com tais ferramentas, você estende a sua capacidade de monitoramento assertivo do rebanho, como a detecção e quantificação do consumo de alimento e água, comportamento alimentar, frequência cardiorrespiratória, temperatura corporal, atividade e localização dos animais.

A leitura e análise de dados também é dinâmica na pecuária de precisão, uma vez que é possível acessar as informações quando e de onde quiser, por meio de aplicativos em smartphones e computadores que apresentam recomendações preditivas.

Oportunidades e desafios para a pecuária de precisão

De acordo com a pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 o rebanho bovino no Brasil obteve um crescimento significativo, ultrapassando 224,6 milhões de cabeças. Em relação à produção de leite, os dados estimam cerca de 35,3 bilhões de litros no mesmo ano, resultando em R$ 68,2 bilhões para o mercado agropecuário.

Nessa esteira, a pecuária de precisão é uma ferramenta de peso para ampliar ainda mais os resultados do agronegócio brasileiro, aliando eficiência, performance, qualidade e responsabilidade ambiental.

Com a expansão do 4G em 700MHz, as perspectivas da pecuária de precisão se ampliam consideravelmente. A cobertura estendida e a conectividade aprimorada proporcionam coleta de dados em tempo real, capacitando decisões instantâneas. Inclusive, essa é a principal missão da ConectarAGRO: promover a plena cobertura da conectividade nas áreas rurais e remotas brasileiras.

Segundo a pesquisa científica “Potencial de uso das tecnologias de agricultura e pecuária de precisão e automação”, divulgada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o investimento em tecnologia traz benefícios como eficiência no uso de insumos, redução de perdas, incremento na qualidade de produtos agropecuários.

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Outro ponto está no impacto da automação, uma vez que ela diminui esforços e otimiza o trabalho para melhores condições de trabalhadores no campo. Além disso, a pecuária de precisão habilita também a redução da pegada de carbono e do consumo de água e energia elétrica para irrigação.

Os ganhos sociais são consideráveis: a virada da pecuária tradicional para a pecuária digital expande conhecimentos multidisciplinares acerca de informática, eletrônica e robótica, garantindo a atração de jovens na área rural.

Pensando nisso, a ConectarAGRO lançou recentemente o projeto Formação Conectada, com o objetivo de promover plataformas de aperfeiçoamento profissional e o uso de tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem em escolas rurais.

Vale lembrar, contudo, que a pecuária de precisão ainda possui alguns desafios à frente. Embora o 4G em 700MHz ofereça avanços significativos, ainda há áreas sem conectividade, limitando o alcance da pecuária de precisão. Além disso, a implementação bem-sucedida requer a integração eficiente de diferentes tecnologias e plataformas, o que pode ser complexo e exigir expertise técnica.

Já a operação das tecnologias exige pessoal capacitado para interpretar os dados e agir de acordo com as informações fornecidas pelas ferramentas de precisão. Mesmo a adoção de tecnologias de pecuária de precisão exige investimento financeiro para aquisição de equipamentos e sistemas de monitoramento, podendo representar um obstáculo inicial para alguns produtores.

Tecnologias-chave para a pecuária de precisão

Das grandes indústrias para dentro das porteiras do agronegócio, as tecnologias 4.0 são o ponto de partida para uma produção de alta performance.

Por isso, a ConectarAGRO separou algumas das principais ferramentas digitais para a aplicação da pecuária de precisão em sua propriedade:

  • Rastreamento de animais: Tecnologias como GPS e RFID permitem o monitoramento constante da localização e comportamento dos animais, facilitando a identificação de padrões e problemas de saúde.
  • Monitoramento de saúde: Sensores inteligentes acompanham sinais vitais e comportamentais, detectando precocemente doenças e otimizando tratamentos.
  • Nutrição personalizada: Dados individuais viabilizam dietas customizadas para cada animal, promovendo ganho de peso e saúde ideais. A Yara Fertilizantes, empresa associada da ConectarAGRO, oferece soluções nutricionais para a produção de alimentos de qualidade, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais de produção e protegendo o meio ambiente. 
  • Automação de alimentação: Sistemas automáticos de alimentação garantem a distribuição precisa de comida, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência. Neste contexto, as máquinas da New Holland, outra associada da ConectarAGRO, realizam carregamento e transportes de materiais para a preparação deste tipo de automação. 
  • Análise de dados avançada: Algoritmos de aprendizado de máquina e análise de dados oferecem insights valiosos para aprimorar a gestão do rebanho e antecipar padrões de comportamento.

E você, já tinha ouvido falar em pecuária de precisão? Qual a sua perspectiva em utilizá-la na sua propriedade?

 

 

Desvendando o futuro do agronegócio: conectividade veicular e inteligência artificial em evidência

Pautando a esfera pública sobre a importância da conectividade no campo como um catalisador de oportunidades para práticas agrícolas mais eficientes, sustentáveis e lucrativas, a ConectarAGRO marcou presença em uma série de eventos estratégicos durante o mês de outubro. No centro das discussões, os avanços e desafios para a digitalização do agronegócio.

Uma das participações foi o painel intitulado “Desafios da conectividade veicular para o setor agrícola”, realizado durante a Rota Tech, em São Paulo-SP, evento sobre o setor automotivo coordenado pela Fundep que concentrou os esforços nas linhas do programa Rota 2030. Compartilhando experiências sobre a evolução tecnológica para o segmento, Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO, Paola Campiello, membro da Associação e Marcelo Costa, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, compartilharam suas perspectivas sobre o assunto.

Para os participantes, as máquinas agrícolas geram cada vez mais em dados, mas a sua plena interpretação e integração depende da conectividade no campo, fator ainda desafiador para a maioria das propriedades rurais. Além da infraestrutura subaproveitada, outro ponto a ser superado é a falta de mão de obra qualificada, que deve ser desenvolvida por políticas públicas e projetos educacionais das organizações.

Outro evento de destaque na agenda da ConectarAGRO foi a participação de Anselmo del Toro Arce, diretor da Associação, na mesa redonda “Agricultura digital: avanços e perspectivas”, organizado de modo on-line pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em parceria com Observatório do Futuro do Trabalho e o Projeto de Pesquisa Competências Digitais na Educação.

Em sua apresentação, Anselmo discutiu o potencial do uso de ferramentas agrícolas para impulsionar o agronegócio brasileiro. Para ele, a inteligência artificial tem um papel crítico no desenvolvimento pleno da agricultura digital, já que melhorar a eficiência e a produtividade da agricultura, permitindo que os agricultores tomem decisões mais informadas e precisas.

Mais do que oferecer dados e insights, as plataformas de IA podem indicar uma orientação clara do que o produtor deve fazer em cada etapa da sua safra, decidindo e executando cada a ação a ser tomada para uma sustentabilidade econômica e ambiental do negócio.

A ConectarAGRO reitera sua missão de impulsionar a transformação digital do agronegócio e permanece comprometida em colaborar com todos os stakeholders para superar os desafios e explorar ao máximo as inúmeras possibilidades oferecidas pelas ferramentas digitais. O agro conectado é mais produtivo, e a ConectarAGRO segue no fomento à plena conectividade nas áreas rurais e remotas produtivas.

Cultivando conhecimento conectado: o papel da tecnologia na transformação da educação das áreas rurais

O agronegócio está de porteiras abertas para a agricultura digital habilitada pela conectividade. No entanto, para que esse ciclo virtuoso de produtividade, sustentabilidade e qualidade de vida se concretize plenamente, é essencial promover a integração da tecnologia nos processos de ensino-aprendizagem das escolas rurais e capacitar os profissionais que atuam no campo.

O assunto foi tema da mais recente edição da Hora da Conectividade, evento on-line realizado pela ConectarAGRO para discutir as ações desenvolvidas no projeto educacional Formação Conectada. Conduzido por Erika Michalick, líder da iniciativa, e Fátima Gonçalves, diretora da Associação, o bate-papo girou em torno das principais atividades do Comitê Educacional e dos próximos passos para expandir e escalonar o projeto.

Com a parceria da Fundação André e Lucia Maggi (FALM) e participação da MegaEdu, Senar-MT e Sincroniza, a iniciativa piloto foi implementada na Fazenda Itamarati e a Escola Estadual Argeu Augusto de Moraes, ambas localizadas na Vila Itanorte, em Campo Novo dos Parecis-MT.

O projeto abrange duas abordagens essenciais. A primeira, voltada para a educação básica, busca aprimorar a educação tecnológica através da melhoria de metodologias, ferramentas e indicadores pedagógicos para os professores do ensino fundamental e médio nas regiões onde o projeto está sendo implantado. A segunda área de foco é o aperfeiçoamento profissional, com cursos de capacitação destinados aos colaboradores da fazenda.

“Com os nossos parceiros estratégicos, lançamos mão de um estudo para desenvolver um diagnóstico de internet na escola selecionada e trabalhar a releitura da pedagogia sob a ótica da conectividade”, explica Erika.

Além da identificação de pontos-chave que garantam a infraestrutura de distribuição de WiFi de alta qualidade para que as atividades digitais de professores e alunos sejam realizadas com sucesso, o projeto se dedica à capacitação tecnológica de educadores sobre temas como competências digitais, papéis entre aluno e professor nas práticas pedagógicas, bem como uso de recursos de apoio.

No que diz respeito à formação técnica, os operadores de máquinas recebem treinamento sobre tecnologias e inovações, abrangendo tópicos teóricos como interpretação de dados e o uso de ferramentas relacionadas à agricultura de precisão por meio de cursos personalizados, adaptados às necessidades do campo, em parceria com instituições educacionais.

Na parte prática, os profissionais aplicam o conhecimento sobre o funcionamento de equipamentos, como o de Configuração e Operação no aplicativo Precision-IQ, da Trimble, software de gerenciamento de dados agronômicos.

“Desenvolvemos um sistema híbrido para treinamentos on-line curtos e atividades práticas de acordo com a cultura local da região do Mato Grosso. A parceria desenvolvida foi imprescindível para darmos escalabilidade ao curso, que conta hoje com mais de 85 pessoas formadas”, destaca Fátima.

Com base no aprendizado obtido no projeto-piloto, as membros do Formação Conectada explicam que os próximos passos envolvem o monitoramento das tecnologias utilizadas pelos professores em sala de aula e a centralização dos cursos oferecidos pelas organizações parceiras, visando facilitar o acesso dos colaboradores.

Para expandir o programa para outros estados, o Comitê Educacional conta com a participação ativa e o engajamento das associadas da ConectarAGRO no desenvolvimento de estratégias para a educação tecnológica.

Sua empresa tem interesse em fazer parte do Formação Conectada e contribuir para aprimorar a educação básica e a formação de profissionais nas áreas rurais? Entre em contato conosco!

Além da conectividade no campo: capacitação de pessoas impacta o uso das ferramentas digitais

Além da capacidade tecnológica produtiva por meio da integração de conectividade e tecnologias de ponta, a profissionalização e a especialização dos agricultores são fundamentais para o avanço e desenvolvimento do setor. No entanto, as medidas que têm como foco uma produção mais sustentável ainda esbarram na dificuldade de uso das novas tecnologias.

Com o objetivo de discutir este assunto, o evento online “Hora da Conectividade”, organizado pela ConectarAGRO, contou com a participação de Gladys Mariotto, CEO da Já Entendi Agro, empresa que promove capacitação para a base da pirâmide, com foco em pessoas com baixa escolaridade ou dificuldades de aprendizagem.

Em sua apresentação, Gladys explicou que a neurociência pode ser um importante suporte para a acessibilidade comunicacional na educação de adultos com baixa escolaridade, e que é preciso desenvolver metodologias de aceleração de aprendizagem para ajudar na capacitação das pessoas.

“Segundo dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), a porcentagem de alfabetismo rudimentar no agro é de 49%, enquanto do alfabetismo elementar é de 23%. Isso dificulta a capacitação para novas tecnologias e a inserção das pessoas na rota da conectividade no agro”, explica.

A primeira entrada da startup Já Entendi Agro no campo foi a partir do Programa de Inovação Aberta da Bayer, que consistia em desenvolver uma tecnologia educacional escalável e ideal para o agro. O desafio possibilitou uma pesquisa de campo com mais de 80 agricultores e 200 operadores para entender suas principais percepções, como dificuldades no uso de novas tecnologias, falta de mão de obra capacitada e ausência de olhar estratégico para a gestão de pessoas.

“Nesse estágio, tivemos depoimentos importantes para direcionar o nosso negócio, como um operador que devolveu plantadeira por dificuldade de operação e a agricultora que não conseguiu certificação por falta de informação”, continua Gladys.

Para endereçar uma solução a tal problemática, a Já Entendi Agro desenvolveu um super app de educação especializado no agro, que oferece uma trilha de aprendizagem escalável e personalizada com base em dados. A plataforma oferece capacitações, treinamentos em vídeo, atividades e simulações de forma simples e prática.

“A ideia é que a fazenda utilize a agricultura de precisão, o algoritmo da Já Entendi processe os dados e monte e disponibilize trilha de aprendizagem ideal”, finaliza Gladys.

Rota 2030: desvendando inovações em conectividade veicular

Em um mundo que está rapidamente abraçando a transformação digital, o setor agrícola também vem passando por uma revolução por meio da conectividade e integração de tecnologias, especialmente no que diz respeito à conectividade em veículos agrícolas. Pensando nisso, a “Hora da Conectividade” convidou Keren Bigão, analista de Negócios e Parcerias da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) para falar sobre as principais oportunidades de participação nos editais do Rota 2030.

No início de sua fala, a convidada explicou que a Fundep é uma fundação de apoio da UFMG que gerencia projetos, concursos e programas, com mais de 3 mil projetos em andamento e 28 apoiadas. “Ela nasceu da necessidade da Universidade em obter suporte de pesquisa e extensão, obter mais competitividade e agilidade na gestão de cursos, e gerência de programas como o Rota 2030”, pontuou Keren.

o Programa Rota 2030 é uma iniciativa do Governo Federal para estimular o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor automotivo por meio do desenvolvimento e aplicação de novas tecnologia. Por sua vez, a Fundep é responsável pelas propostas para desenvolvimento de soluções de conectividade no Programa Rota 2030.

“Os eixos do Programa Rota 2030 relacionados à conectividade veicular incluem projetos estruturantes de PD&I, programa de aprendizado federado e programa de desenvolvimento de competências, como capacitação de profissionais para o uso assertivo de dados e tomadas de decisões baseadas em analytics”, complementa Keren.

Alguns temas são destacados dentro de tais eixos, como a conectividade dos veículos com o ambiente externo, sensoriamento veicular para segurança, bem como ecossistema conectado e cooperativo para detecção de pedestres em travessias. A manutenção preditiva de veículos e sistemas inteligentes de telemetria veicular também são interesses de desenvolvimento tecnológico.

“Destacamos a importância dos institutos de pesquisa em se aproximarem de diferentes setores para real aplicação de suas pesquisas. Ao mesmo tempo, é relevante que o setor automotivo realize um intercâmbio e transferência desse conhecimento”, pontua.

A Fundep está com inscrições abertas para a 2ª chamada de Conectividade Veicular, do Rota 2030, com o objetivo de gerar conexões transformadoras capazes de oferecer soluções de inovação aberta impactantes de curto e médio prazo na indústria automotiva. Para tanto, serão aportados até R$ 18 milhões em projetos colaborativos de PD&I.

As propostas devem ser submetidas até o dia 17 de setembro de 2023, contemplando as seguintes linhas temáticas: Conectividade: Meio Ambiente e Descarbonização; Conectividade do Veículo com o Ambiente Externo; Tecnologia da Privacidade e Segurança de Dados; e Serviços, Diagnóstico e Manutenção Preditiva de Veículos.

Para saber mais, clique no link: https://rota2030.fundep.ufmg.br/linha6/chamada-01-2023/

Como marketplaces IoT podem conectar o agronegócio à inovação?

O Marketplace IoT  da TIM foi tema de destaque na Hora da Conectividade, palestra on-line realizada pela ConectarAGRO para discutir temas pertinentes à digitalização do campo. Apresentada por Bruno Palmieri, especialista em Marketing da TIM Brasil, a plataforma da operadora reúne soluções de Internet das Coisas (IoT) com vistas a incentivar a conexão entre empresas de tecnologia e o mercado, com especial atenção para o agronegócio e os produtores rurais. 

 O conceito de marketplace é o de uma plataforma que agrega diversos produtos e empresas em um único lugar, e a TIM, seguindo essa tendência, oferece seus serviços ao agro com o objetivo de levar soluções completas aos clientes, incluindo conectividade e gestão de processos. 

Ao diferenciar suas soluções pela aplicação em cada setor, a TIM trabalha com abordagens verticais, sendo o agronegócio uma das áreas de atuação. Com uma visão estratégica direcionada a soluções customizadas, a empresa busca proporcionar uma experiência mais específica e adequada para as demandas dos produtores rurais por meio de análises e elaborações de projetos técnicos.  

 A partir das soluções e serviços disponíveis para compra na plataforma, segundo Bruno Palmieri, o agricultor pode habilitar o monitoramento remoto do terreno, de máquinas e implementos, de animais e de mão de obra. O produtor rural também pode aplicar a tecnologia para acompanhar em tempo real a distribuição de mercadorias desde as propriedades até os centros, resultando em eficiência e otimização para o agronegócio. 

Com uma infraestrutura sólida e uma solução IoT que abrange mais de 3 mil municípios, a empresa visa endereçar as necessidades de conectividade e inovação no campo. 

“Assim como as plataformas já apresentadas por outras associadas e apoiadoras, o Marketplace IoT TIM representa um importante avanço para a conectividade no agronegócio. Com as ações da ConectarAGRO, a plataforma contribui para o desenvolvimento sustentável do campo, aprimorando a produtividade e a eficiência das atividades rurais, e abrindo caminho para um futuro mais tecnológico e conectado no setor agropecuário brasileiro. Incentivamos as nossas associadas e apoiadoras a apresentarem suas soluções dedicadas ao desenvolvimento dos agricultores em um espaço tão enriquecedor como a Hora da Conectividade”, elucida Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO. 

Mapeando o futuro do agro: Pesquisa SAE Brasil explora mobilidade e conectividade no campo

No cenário atual do agribusiness brasileiro, umas das principais ações estratégicas é a aplicação de pesquisas para entender as demandas e perspectivas do mercado, dos produtores e cooperativas em relação à mobilidade e conectividade no campo. São os dados e fatos que norteiam planos de ações para tornar o agro mais produtivo. 

Estes argumentos foram centrais na apresentação de Ricardo Bacellar, membro do Conselho Executivo da SAE Brasil, realizada na Hora da Conectividade, ciclo de palestras on-line organizado quinzenalmente pela ConectarAGRO. Durante o debate, o palestrante apresentou um resumo geral das Pesquisas SAE 2021 e 2022, abordando também temas transversais ao novo estudo em andamento sobre o agro.  

“As nossas pesquisas têm um cunho estratégico. Estamos discutindo estratégia vis a vis equipamentos no agro, visto que encontramos fontes técnicas, mas ainda há carência de aspectos estratégicos na área”, pontua Bacellar. Segundo ele, a investigação integra o propósito da SAE Brasil em expandir as fronteiras de conhecimento acerca da mobilidade em um contexto de globalização, compreendendo as inovações e tendências dos ecossistemas brasileiros e internacionais. 

Diante das investigações anteriormente realizadas, a pesquisa em construção desloca sua perspectiva para o agro a partir de quatro macrotemas fundamentais: estratégia de aquisição, conectividade, ESG e matriz energética, bem como relacionamento com clientes. 

“A estratégia de aquisição se refere ao resumo de decisão de compra do consumidor, englobando também pontos de modelos de negócios, canais de comercialização, investimento em conectividade e digitalização”, afirma Bacellar. 

No que diz respeito à digitalização do campo, o estudo traça um panorama a respeito da percepção das indústrias e consumidores sobre as tecnologias aplicadas nos processos produtivos agrícolas. A abordagem inclui análise dos principais drivers de tomada de decisão dos agricultores, como telemetria, gestão de frotas e rastreabilidade da produção.  

Outro ponto a ser abordado, de acordo com Ricardo Bacellar, é o nível de adesão de produtores rurais às práticas de sustentabilidade, como uso de biocombustíveis, menor emissão de gases de efeito estufa e créditos de carbono.  

“Com a construção de questionários aplicados, obtemos uma visão 360º que aponta para insights relevantes, unindo assim a perspectiva da indústria e dos clientes da indústria”, explica o membro do Conselho Executivo da SAE Brasil 

Com previsão de publicação para dezembro 2023, o diferencial da Pesquisa AGRO é inserir a expertise de mobilidade no âmbito das máquinas, implementos agrícolas e sistemas de agricultura de precisão, compreendendo assim as tendências nos padrões de consumo e as expectativas de serviços prestados ao produtor rural. 

Qual a relevância da agricultura digital para a propriedade de pequena e média escala?

Por Aziz Galvão, professor de Administração Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e coordenador do projeto de extensão ConectarAGRO-UFV

O impacto da agricultura digital é especialmente significativo para a agricultura de pequena e média escala. Tecnologias digitais podem viabilizar a expansão e o aprimoramento da assistência técnica, que atualmente atinge somente 20% das propriedades rurais no país, conforme dados do último Censo Agropecuário.

Para que todo o potencial das tecnologias digitais possa ser concretizado através da melhoria da comunicação, implementação de conceitos e instrumentos da agricultura de precisão, instalação de sensores/atuadores e análise de dados para a tomada de decisão, a conectividade com qualidade e custo acessível é imprescindível.

Entretanto, a falta de informações econômicas sobre os impactos da conectividade impede uma análise fundamentada, dificultando tanto a tomada de decisões de investimentos privados quanto a defesa de investimentos públicos essenciais para a conectividade na agricultura de pequena e média escala.

Neste contexto, a equipe AgroPlus da Universidade Federal de Viçosa (UFV) propôs à Associação ConectarAGRO um projeto piloto na Zona da Mata de Minas Gerais com o objetivo de demonstrar os impactos da conectividade na agricultura de pequena e média escala. A proposta foi aceita, e, na primeira etapa, aplicou-se um questionário para avaliar a situação e a percepção de produtores rurais familiares. Como a maioria dos produtores rurais de menor porte não realizam o controle econômico-financeiro, foi desenvolvido um aplicativo para smartphone que permitisse a obtenção de dez indicadores básicos.

Extensionista e filhos de produtores, após receberem capacitação, fizeram o inventário e iniciaram o controle das movimentações financeiras de 25 propriedades selecionadas. Com a disponibilidade de informações dessas propriedades, foram realizadas reuniões com empresas associadas da Associação ConectarAGRO para identificar e selecionar tecnologias de telecomunicações e agricultura digital que pudessem ser implementadas e seus impactos quantificados.

Duas propriedades foram escolhidas e após um seminário na UFV, reuniões virtuais e reunião presencial durante a Agrishow 2023, foi proposto um cronograma de implementação e avaliação de tecnologias em duas propriedades rurais. As empresas associadas disponibilização tecnologias, equipamentos e capacitações e no próximo mês de junho serão realizadas as primeiras atividades de campo.

Duas outras iniciativas foram incluídas na parceria entre a ConectarAGRO e a UFV. A primeira foi o apoio no aperfeiçoamento do Simulador de Benefícios. Em conjunto com profissionais de empresas associadas, os impactos positivos da conectividade foram detalhados conforme as etapas básicas da produção agrícola, ou seja, preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita.

Dois estudos de casos (soja e café) serão realizados para direcionar estudos específicos para diferentes culturas e regiões. Outra iniciativa é o apoio para o desenvolvimento de um Indicador de Conectividade Rural (ICR). Indicadores desenvolvidos para o meio urbano não levam em consideração as características do meio rural e os impactos da conectividade na produção agrícola. Por isso, foi assinado um acordo para que a UFV, em conjunto com empresas da Rede ConectarAGRO desenvolvesse um indicador adequado à realidade da agricultura e que servirá para apoiar análises, discussões e decisões de políticas públicas.

As ações da parceria são integradas e buscam contribuir para que a revolução digital na agricultura se concretize, aumentando a produção de alimentos e gerando renda para os agricultores e a sociedade brasileira.

AWS e Vivo são as mais novas associadas da ConectarAGRO

Comprometida em levar conectividade ao campo, a ConectarAGRO anunciou, durante a Agrishow 2023, a entrada de duas novas associadas: AWS (Amazon Web Services) e Vivo. A colaboração estratégica tem como objetivo promover a expansão do acesso à internet em diversas regiões agrícolas e remotas do Brasil.

A chegada da AWS e da Vivo fortalece o ecossistema da associação, trazendo novas alternativas para aumentar a eficiência, produtividade, controle de custos e aprimoramento contínuo das operações.

Com a adição dessas empresas, a ConectarAGRO fortalece sua posição como líder em pautas de conectividade rural no Brasil. Essa união impulsionará a conscientização sobre os benefícios da agricultura digital, de forma ainda mais integrada. Apesar de atuarem em áreas diferentes, as empresas participantes compartilham o objetivo comum de acelerar a adoção de novas tecnologias no campo, por meio de soluções abertas, padronizadas e acessíveis, como o 4G em 700 MHz.

Os comitês da ConectarAGRO têm expectativas de que a união entre as 44 associada e apoiadoras não apenas amplie a visibilidade da demanda pela democratização da internet, mas também promova modelos de negócios criativos e soluções tecnológicas inovadoras.

“O agricultor brasileiro é tecnológico e a fronteira digital é que a telecomunicação não é só falar com as pessoas [por telefone], mas um serviço de capital. Já virou insumo agrícola e os desafios são viabilizar soluções que levem essa estrutura tecnológica para o produtor”, disse Ana Helena de Andrade, presidente da Associação, em entrevista ao Globo Rural.

Ainda segundo Ana Helena, apenas 11% do campo segue com acesso à internet. Desse modo, a adesão de novas organizações é fundamental para impulsionar a gestão de toda a cadeia produtiva.

Associadas e apoiadoras da ConectarAGRO apresentam suas soluções tecnológicas na Agrishow 2023

A Agrishow 2023, maior evento do agronegócio da América Latina, foi palco para a apresentação de soluções tecnológicas das empresas associadas e apoiadoras ao público visitante do estande ConectarAGRO. A participação de cada uma delas reforçou o compromisso da associação em impulsionar a conectividade e a inovação no campo brasileiro.

Com foco na Telemetria, a AGCO, fabricante de máquinas agrícolas, apresentou aos agricultores a possibilidade de monitorar remotamente o desempenho de suas máquinas. Por meio da coleta e análise de dados, é possível otimizar a utilização dos equipamentos e aumentar a eficiência operacional. “As informações consolidadas pelo sistema permitem tomadas de ações em tempo real, minimizando os custos ao longo da produção”, explicou Ravel Dagios, coordenador comercial da empresa.

No campo da agrometeorologia, a Arable trouxe soluções avançadas para os produtores. Por meio de sensores e análise de dados, os administradores rurais têm acesso a informações precisas sobre as condições climáticas, permitindo tomar decisões assertivas para o cultivo.

A Solinftec, especializada em robótica e conectividade, demonstrou seus sistemas inteligentes de controle e automação de máquinas agrícolas. De acordo com Anselmo Arce, diretor de Relações Institucionais da organização, as soluções visam melhorar a eficiência e a produtividade nas operações no campo.

A CNH Industrial, também no ramo de maquinários agrícola, trouxe o conceito de “Fazenda Conectada”, que integra dispositivos e conectividade para otimizar as atividades no campo. Em seguida, a Trimble apresentou suas soluções em conectividade rural, enquanto a IHS Towers destacou suas antenas conectadas para fazendas.

Por sua vez, a TIM enfatizou a importância da conectividade no campo. Para Renato Coutinho, Gerente de Desenvolvimento de Negócios Iot & 5G da empresa e membro da ConectarAGRO, a internet habilita a inclusão digital, viabilizando a capacitação de trabalhadores e a educação de estudantes nas áreas rurais. Outro ponto relevante é o acesso remoto à atendimentos de saúde.

A NLT trouxe a proposta de redes privadas nas propriedades rurais, enquanto a Jacto abordou a gestão de fazenda conectada e a Furukawa Electric demonstrou sua expertise em infraestrutura para conectividade.

Por fim, a Yara apresentou suas ferramentas digitais direcionadas à sustentabilidade na produção agrícola. Segundo Pamella Moachar, especialista em Inovação Digital da organização, O conhecimento tecnológico é essencial para saber qual o produto e qual a melhor forma de aplicá-lo, ajudando assim o agricultor aumentar o rendimento da sua lavoura, aproveitando todos os nutrientes disponíveis para a planta, ao mesmo tempo em que isso tenha o menor impacto possível ao meio ambiente.

“A participação das nossas associadas e apoiadoras na Agrishow 2023 demonstra o compromisso da ConectarAGRO em trazer o que há de mais inovador e tecnológico para o campo brasileiro. Estamos orgulhosos de poder contribuir para o desenvolvimento do setor agrícola por meio da conectividade”, ressalta Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO.