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O que fazer para funcionar internet 4G na área Rural

No ambiente rural, a realidade da comunicação pela internet costuma apresentar sinal limitado ou até mesmo inexistente em algumas localidades. Mas, mesmo assim, o setor de comunicação vem rapidamente evoluindo no campo, com o número de pessoas que usam celular na zona rural chegando à metade da população rural, segundo dados da pesquisa TIC Domicílios, divulgada em 2019, e a Internet 4G vem contribuindo significativamente com isso.

Com maior popularização, a internet 4G rural se comporta como uma grande aliada de produtores rurais e moradores que vivem nas áreas afastadas dos grandes centros e demais áreas urbanas. Mas, diante deste cenário, muitas perguntas surgem, sobretudo, em como obter internet 4G nas áreas rurais e o que fazer para que ela funcione com maior qualidade.

Diante disso, é importante que você confira algumas dicas para que a Internet 4G chegue até sua fazenda com uma maior qualidade.

Serviço de telefonia móvel no Brasil: Onde procurar informações?

Uma dúvida bastante recorrente entre produtores rurais é: Como saber se minha região tem internet 4G?

Para ter acesso à internet 4G rural, é preciso que na cidade e na região da fazenda, seja disponibilizada a recepção de sinal 4G. Hoje em dia, diversas operadoras de celular já fornecem internet 4G rural. Com o tempo, a expectativa é que o sinal chegue para todos os brasileiros.

Até lá, para conseguir melhor conectividade e internet 4G rural de qualidade, cabe ao produtor rural adotar algumas ações:

  • Procure os fornecedores de serviços para avaliar a disponibilidade de cobertura na região;
  • Verifique a presença de obstáculos que possam interferir na qualidade do sinal;
  • Roteadores devem estar em ponto onde é possível ter melhor conexão;
  • Existem equipamentos que amplificam o sinal de internet no campo, dependendo da situação, tais como amplificadores de sinal ou antenas próprias (que demandam maior investimento). Você pode precisar desse tipo de equipamento.

Uma alternativa interessante para os pequenos produtores é se associarem ou buscarem por cooperativas que ajudem a viabilizar (financeiramente) a instalação da infraestrutura e contratação do serviço de internet 4G para a região.

Para ajudar produtores, o portal da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) fornece painéis que permitem a consulta de diversas informações sobre sinal, provedores de internet e demais dados de internet fixa, fibra óptica e internet móvel rural.

Navegando pelas abas do portal, o produtor consegue, além das informações acima apresentadas, acompanhar o ranking de acessos, o panorama da telecomunicação no Brasil e até mesmo o histórico das redes de comunicação em cada região!

Internet 4G
Imagem – Portal de informação da ANATEL, com detalhes dos acessos brasileiros. Fonte: ANATEL, 2021.

Veja um exemplo, para o mês de junho de 2021, os dados da ANATEL mostram que a tecnologia de telefonia móvel mais usada no estado de Santa Catarina é a 4G, com 84,4%. No Mato Grosso do Sul esse volume chega a 81,8%. 

E, caso você ainda tenha dúvidas sobre a diferença entre as internet 2G, 3G e 4G, confira este conteúdo aqui e tenha informações mais detalhadas.

Qual a melhor internet para quem mora na zona rural?

Dizer qual é a melhor internet para quem mora no meio rural não é uma tarefa fácil. Isso porque a disponibilidade de internet 4G nestes ambientes varia muito de região para região e, até mesmo, entre localidades no mesmo município, principalmente, por causa do relevo.

Além de consultar o site da ANATEL para acompanhar as informações de telecomunicação no Brasil, cabe ao produtor entrar em contato com qualquer empresa de telecomunicações com atuação na cidade ou próxima a ela para obter mais informações.

Vale lembrar que a internet via cabo, como a fibra óptica, é a mais difundida, com presença, principalmente, nos grandes centros. Para as áreas rurais, por outro lado, ter acesso a esse tipo de tecnologia é muito improvável. Para as características rurais, há outras tecnologias que podem beneficiar quem vive no meio rural e que vão além da fibra óptica.

O importante, neste caso, é você se informar para entender melhor o cenário da internet móvel na sua região, principalmente se você ainda não possui nenhuma pista de como obter acesso à internet móvel na sua propriedade.

Alguns outros lugares, como associações de produtores ou até mesmo cooperativas, podem também fornecer mais detalhes, ajudando cada produtor a obter a melhor internet para a sua área rural.

Agora, caso você faça parte desta pequena parcela da população rural que conta com kits de internet, como aqueles de internet via satélite, talvez valha a pena procurar entender melhor porque a internet 4G é tão vantajosa.

Por isso, te convidamos a conferir o artigo intitulado: “Internet 4G: 700 Mhz x 450 Mhz: Conheça as Vantagens e desvantagens de cada um“. Nele passamos todos os detalhes que você precisa saber sobre internet 4G, incluindo as frequências regulamentadas para funcionamento da Internet 4G no Brasil.

Como funciona a antena rural para internet?

A importância da internet, principalmente da internet 4G em áreas rurais, já foi bastante discutida em outros artigos por aqui no blog. Diante disso, merece destaque o fato de a internet 4G ser uma tecnologia de internet móvel, com seu funcionamento se dando por meio de antenas.

Dessa forma, é imprescindível que haja na sua região alguma antena de qualquer empresa que ofereça um serviço de telecomunicações. Esta antena é responsável por dar a cobertura de sinal na região, levando internet aos locais em torno.

 

Antena de comunicação de celular. Fonte: Agência Brasil, 2016.

Além disso, para ter acesso à internet 4G, é preciso contratar um plano de internet junto da empresa de telecom, além de adquirir um modem de alguma operadora, responsável por captar o sinal de internet na propriedade.

Vale ressaltar que diversas operadoras de celular já fornecem internet 4G rural, sendo questão de tempo para que um sinal limpo e de maior qualidade chegue para todos os brasileiros residentes em áreas rurais.

Alguns sistemas atuam também como repetidores e amplificadores de sinal, instalados localmente, aumentando o alcance e melhorando a qualidade do sinal de internet.

Como funciona a internet na zona rural?

Em áreas rurais, apesar de ainda haver zonas de indisponibilidade de sinal (a proporção de tempo que os brasileiros em áreas urbanas têm sinal de 4G disponível é 1,8 vezes maior em relação àqueles que estão no interior) a internet móvel funciona da mesma forma que em outras áreas, como centros urbanos. 

Ou seja, havendo cobertura de sinal 4G, principalmente na frequência de 700 MHz, qualquer pessoa pode ter acesso fácil à internet 4G e se beneficiar de suas soluções. Para fazendas, contar com sinal 4G é uma vantagem ainda maior, pois possibilita colocar em prática a agricultura digital, cada vez mais presente em fazendas e lavouras brasileiras.

Neste novo patamar da agricultura, temos a vantagem de poder contar com a comunicação 4G para melhorar as atividades no campo. Isto porque a comunicação de máquinas, sensores e equipamentos é acessível na palma da mão com o uso da internet e sistemas de comunicação.

Diversos grupos do agronegócio já implementaram soluções em suas fazendas para aumentar a abrangência de sinal de internet em suas propriedades de forma que eles possam contar com o monitoramento da propriedade num âmbito mais generalista.

Sendo assim, com o avanço da tecnologia, a internet móvel está rapidamente se difundindo no campo e diversas empresas estão trabalhando para acelerar este processo. Este é o caso da ConectarAGRO, formada por grandes empresas do agronegócio e da área de tecnologia, que está ajudando a promover a revolução digital e fomentar conectividade aos produtores de todo país.

O principal objetivo da ConectarAGRO é promover soluções de conectividade para estimular a expansão do acesso à internet nas mais diversas regiões agrícolas brasileiras.

Conclusão

Ter uma data certa de quando haverá comunicação 4G em todo território rural brasileiro é uma missão difícil, mas por meio da movimentação dos setores públicos e privados, a tendência é que esse processo aconteça o mais rápido possível.

Nós da ConectarAGRO acreditamos que a conexão de internet no campo é fundamental para o progresso do agro brasileiro. Por isso, fomentamos a inovação tecnológica que leve conectividade para as áreas rurais.

Entendemos também que algumas barreiras para fazer funcionar a internet 4G na área rural ainda precisam ser superadas, mas diversas soluções e estratégias já existem ou estão sendo adotadas para melhorar esse cenário.

São as ações conjuntas e os esforços da iniciativa pública e privada que vão fornecer conectividade de qualidade para os moradores do campo.

Você já possui internet 4G na sua propriedade? Quais os benefícios que você já conquistou através deste tipo de solução tecnológica?

Vantagens do uso da Internet Rural na Agricultura

O crescimento no acesso a internet ainda enfrenta desafios no Brasil, já que a amplitude da extensão territorial dificulta a distribuição uniforme dos serviços, em regiões mais afastadas dos centros urbanos. Um exemplo desse gargalo se configura na área rural, onde o nível de cobertura chega a 23% das propriedades.

A informação sobre a cobertura é parte de um estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O material de cunho analítico revela cenários para cobertura de internet e faz uma projeção de conectividade no campo para os próximos cinco anos (2026).

Inicialmente é necessário esclarecer que a internet rural é uma opção tecnológica, disponibilizada para áreas distantes dos centros urbanos. Nesse formato, o acesso conta com tecnologias de amplo alcance, que podem variar conforme a altitude e proximidade com o centro urbano, por exemplo.


 

O avanço da agricultura digital chamou a atenção dos produtores rurais para a importância da conexão e os benefícios para a atividade agropecuária. A comprovação pode ser verificada em uma pesquisa realizada pela Embrapa, Sebrae e Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) com empresários rurais de todas as regiões brasileiras. 

Segundo os resultados apresentados, 84,1% dos entrevistados informaram que utilizam pelo menos uma tecnologia digital no processo produtivo. Em relação às tecnologias digitais, o uso da internet para atividades ligadas à produção foi apontado por 70,4% e 57,5% dos respondentes que desfrutam dos serviços oferecidos por aplicativos de celular ou programas de computador. 

Em outras palavras, o empresário rural já aderiu às tecnologias proporcionadas pelo ambiente digital, mas, necessita de uma cobertura mais robusta para que possa melhorar a performance das atividades desenvolvidas na propriedade rural. 

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Presença digital na atividade rural

Antes de falarmos dos benefícios da internet rural é fundamental explicar que a conexão está presente em todas as etapas da atividade rural, ou seja, na pré-produção, produção e pós-produção da lavoura. No primeiro caso, podemos citar o planejamento da cultura, com avaliação climática e do solo, por exemplo.

Em seguida, na fase de produção, as tecnologias que necessitam da internet são: sensoriamento remoto, drones para mapeamento da área e identificação de pragas, colhedoras com dispositivos inteligentes e sistemas de navegação. 

Tão importante quanto as duas primeiras etapas, a pós-produção é o momento no qual os resultados da colheita, o processamento e comercialização da safra serão avaliados, para isso os seguintes dispositivos são adotados: computação em nuvem, análise de dados para orientação de mercado e logística, além do monitoramento que pode realizado por dispositivos móveis. 

 

Quais as vantagens da internet rural?

Como você pode observar, a conectividade no campo é ampla e contribui para a agilidade nas informações e eficiência na geração de levantamentos e diagnósticos. 

Agora vamos conhecer algumas vantagens proporcionadas pela internet rural, nas atividades executadas no campo:

Manejo do solo – uma das técnicas mais utilizadas na agricultura e que é otimizada pela conexão com a internet é a distribuição de corretivos e fertilizantes na lavoura. A quantidade correta dos insumos pode ser feita por meio de sensoriamento remoto. Esse dispositivo recomenda, em tempo real, a necessidade de aplicação, após analisar a biomassa da cultura e o teor de clorofila das plantas. 

Adubação – Equipamentos chamados de distribuidores de fertilizantes contam com sensores remotos para identificar o estado nutricional de lavouras de olericultura. As informações coletadas na área de cultivo são identificadas nos espectros de ondas eletromagnéticas identificados no solo. Sua utilização proporciona o ajuste e o período ideal da quantidade de adubo, necessário ao desenvolvimento da planta. 

Irrigação – Os sensores utilizados no sistema de irrigação realizam a captura de informações em tempo real no campo, indicando as áreas com maior necessidade de umidade e ainda, estimando o período de crescimento da cultura. Outros dados relevantes que o produtor terá acesso se relacionam à quantidade de água para cada talhão e o melhor horário do dia para irrigar. 

Colheita – Nessa etapa produtiva, também são muito utilizados os sistemas de informação geográficas, sensoriamento remoto e o sistema de posicionamento global. Tomando como exemplo a silvicultura, já estão disponíveis no mercado, plataformas móveis portáteis para coleta e análise da área de plantio. Além das recomendações iniciais, o dispositivo aponta o diâmetro dos troncos, área transversal, volume e desenvolvimento da planta ao longo do tempo (eucalipto e pinus, por exemplo). 

 

Análise de melhorias na conexão

As vantagens proporcionadas pela internet rural já estão em uso no Brasil, contudo, a melhoria na qualidade do serviço ampliará a adesão de produtores interessados em implementar as tecnologias desenvolvidas para o setor produtivo. 

Segundo o estudo encomendado pelo governo federal existem duas possibilidades a serem trabalhadas para avançar na cobertura da internet em áreas rurais. 

A primeira é utilizar as torres já existentes para implementar antenas com tecnologia 4G. A segunda opção é planejar novas instalações, com objetivo de maximizar a conectividade. 

Nesse sentido, foram confirmadas a existência de 4.400 torres e a necessidade de implementação de mais 15.182 antenas, de forma a alcançar a cobertura de praticamente todo território rural do país. 

Além disso, uma parceria entre o Ministério das Comunicações e Ministério da Agricultura vai disponibilizar um projeto de conexão via satélite para 156 comunidades e assentamentos rurais, localizados em 134 municípios brasileiros. O objetivo é ampliar a oferta de cursos profissionalizantes e prestação de serviços em assistência técnica remota. 

Outra proposta sugerida pelo poder público, a fim de ampliar a cobertura de internet rural é de que as empresas operadoras ocupem espaços ociosos no espectro da radiodifusão. Dessa forma, a ideia é oferecer cobertura por meio de ondas semelhantes às de rádio e televisão. 

 

Tecnologias disponíveis no mercado

As opções de cobertura disponíveis para internet rural têm demonstrado o potencial da agropecuária brasileira em aumentar progressivamente o volume de produção e efetividade das atividades rurais. 

Reforçando que a eficiência dos modelos está diretamente ligada às condições geográficas de cada propriedade, vale a pena conhecer as particularidades e avaliar qual terá melhor funcionamento na sua região. 

Rádio – essa opção é ideal para locais privados do cabeamento tradicional de internet ou de difícil acesso. A tecnologia funciona por meio de ondas de radiofrequência, por isso necessita de torres de transmissão e antenas para receber o sinal que é transformado em digital, por meio de um modem ligado ao computador. 

Satélite – o modelo oferece altas taxas de transferência de dados e a comunicação é realizada, do usuário para o satélite e deste, para o servidor. Como na maioria dos serviços de banda larga, a transmissão acontece de modo bidirecional, ou seja, com recebimento e envio de dados. 

3G/4G – a tecnologia conta com roteadores que oferecem a condição de conexão por intermédio de um modem, pela porta USB ou cartões SIM, semelhantes aos usados nos celulares. Alguns aparelhos contam com antenas rurais, a fim de proporcionarem boas conexões em áreas mais afastadas dos centros urbanos. 

 

Desafios e oportunidades da Internet Rural

Como detalhamos ao longo do conteúdo, a internet rural é importante para o desenvolvimento de todas as atividades rurais, seja na sede ou no campo. Apesar do baixo índice de cobertura nacional, ações e projetos estão em fase de desenvolvimento, de forma a melhorarem os serviços, a partir das tecnologias e infraestrutura disponíveis. 

Os investimentos das operadoras para incrementar a tecnologia 4G tem objetivo de atender os produtores rurais, interessados em incrementar a produção, a partir dos benefícios proporcionados pela agricultura digital

Neste cenário, a associação ConectarAGRO representa um importante avanço para viabilizar internet rural para o campo. A ConectarAGRO defende os conceitos de tecnologia aberta, simples e acessível, usando a faixa de 700MHz, padrão global que permite a cobertura com melhor compromisso entre abrangência e capacidade.

O grande destaque dessa iniciativa é promover a liberdade de escolha da conexão, sem tirar o foco do negócio. Assim, o produtor, de qualquer segmento ligado ao agronegócio, poderá usufruir dos recursos tecnológicos e digitais mais atuais existentes na Agricultura 4.0.  

Por fim, está em andamento a implantação da internet 5G, com a oferta de uma maior velocidade, qualidade de conexão e economia. Um dos maiores benefícios dessa tecnologia é ampliar as opções de acesso aos recursos oferecidos pela Internet das Coisas (IoT). 

E você, produtor rural, já utiliza os serviços da internet rural na sua propriedade? Compartilhe conosco sua experiência.

 

 

Por que utilizar a Agricultura Digital na sua propriedade?

A agricultura nunca esteve em patamares de produção como está nos dias de hoje. Temos as melhores produtividades e rendimentos da história. Fato é que saímos de aproximadamente 2,6 toneladas produzidas por hectare em 1961 para 6,6 toneladas por hectare em 2019, segundo a FAO. Um grande feito para o país. Mas você sabia que a agricultura digital está ajudando muito nisso tudo?

Tamanha diferença e evolução é dada por diversas tecnologias e métodos empregados na agricultura que favoreceram que agricultores consigam produzir mais e melhor, sem precisar elevar o tamanho da área. 

Para continuar aumentando a produção de alimentos e buscando suprir a demanda futura de alimentos, — que deve aumentar 70% até 2050 — precisamos contar com o suporte da tecnologia e, é aí que voltamos ao conceito de Agricultura Digital.

Agricultura Digital
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2020.

Dentre as tantas vantagens que a agricultura digital pode oferecer, provavelmente, uma das principais, é a conectividade e o acesso à informação em tempo real. Quer saber mais o que é agricultura digital, quais os benefícios e como participar desta transformação digital da agricultura? 

O que é agricultura digital?

A agricultura digital representa uma grande revolução na produção agrícola. É através de tecnologias, sobretudo, as digitais, que a agricultura alcançará novos patamares de produtividade.

A Embrapa apresenta em seu canal no YouTube um vídeo — que pode ser visto abaixo — explicando rapidamente sobre o que a agricultura digital e suas vantagens frente aos desafios que a humanidade enfrentará nos próximos anos, principalmente em relação à disponibilidade de comida de qualidade, segura e abundante para todos.

Temos que a definição de agricultura digital é bem ampla e pode considerar diversas tecnologias e soluções dentro de um mesmo conceito.

O conceito de agricultura digital pode ser entendido como sendo o emprego das mais avançadas tecnologias — como aprendizado de máquina (machine learning, em inglês), inteligência artificial e mineração de dados — para tomar decisões e gerenciar as propriedades e produções agrícolas de forma mais sustentável ambiental, econômica e socialmente.

Diante disso, muitos são os objetivos de agricultores quanto à utilização da agricultura digital, como melhor veremos a seguir.

Qual é o objetivo da Agricultura Digital?

Não se trata apenas de aplicar novas tecnologias e soluções no campo, a agricultura digital é, segundo especialistas, o próximo patamar de crescimento do agronegócio.

Quando falamos nisso, estamos nos referindo ao futuro da produção agrícola. Diversos setores da economia mundial estão passando por diversas transformações, principalmente digitais, pela sua importância, o agronegócio não ficou para trás.

A agricultura digital vem com o objetivo de transformar a produção agrícola, quer seja de grãos, proteína animal, leite, hortifruti ou outros, onde o agricultor tem total conhecimento do status da sua produção e ferramentas que simplificam — e, por muitas vezes, automatizam — diversas atividades do campo, tornando a produção mais sustentável.

Isto significa que teremos, além das tecnologias já utilizadas e amplamente validadas no campo, novas soluções que serão integradas a elas, que tornarão a produção agrícola cada vez mais tecnológica e ao mesmo tempo mais precisa e produtiva.

Agricultura digital, agricultura 4.0 e agricultura de precisão: Qual a diferença?

Embora sejam conceitos diferentes, agricultura digital, agro 4.0 e agricultura de precisão se complementam de alguma forma, e podem ser até entendidos como semelhantes em alguns contextos.

Como você viu, a agricultura digital representa o uso intensivo de tecnologias digitais ligadas ao agronegócio.

A Agricultura 4.0 (ou só agro 4.0), por sua vez, refere-se ao momento evolutivo do agronegócio. Assim como na indústria temos o termo indústria 4.0, destacando o momento tecnológico em que a indústria está inserida, a produção agrícola também tem essa condição.

O Agro 4.0 representa a quarta revolução agrícola, que começa a aparecer logo após o início da automação de processos no agronegócio (agricultura 3.0, entre 1990 e 2010), representando o boom da nova era digital.

Já a agricultura de precisão (AP) é um conjunto de tecnologias que buscam obter informações precisas (por vezes georreferenciadas), metro a metro, das áreas produtivas, otimizando o uso de recursos e também aumentando as produtividades.

Fonte: Embrapa, 2017.

Como você pode perceber, os conceitos individualmente são diferentes entre si, mas ao fim, acabam se complementando, com as tecnologias passando por diversas fases sendo direcionadas para um objetivo maior, que é a de aumentar a produtividade e tornar a agricultura mais produtiva, eficiente e sustentável.

Vantagens e desvantagens da Agricultura Digital

É de se imaginar que as tecnologias que viabilizam a revolução digital na agricultura trazem diversas vantagens. Vejamos algumas das mais importantes:

  • Controle da propriedade: As soluções digitais habilitam o agricultor a ter uma gestão completa da sua propriedade, ou seja, dão condições e informações mais do que suficientes para saber o que está acontecendo na propriedade;
  • Redução de custos: Além de permitir a economia de insumos, os custos com mão de obra naturalmente acabam sendo menores, uma vez que diversas funções (por vezes repetitivas e exaustivas) acabam por sendo executadas por softwares e máquinas, praticamente sem falhas;
  • Integração com demais integrantes da cadeia: Facilmente o produtor pode ter conexão direta com fornecedores, compradores e suporte técnico, uma vez que a digitalização da agricultura encurta distâncias e aumenta o tempo de resposta.

E não acaba por aí. Monitoramento de pragas e doenças, monitoramento da meteorologia, análises de solo e de produtividade e tantos outros benefícios e soluções estão embarcadas nas inovações associadas à agricultura digital, na revolução 4.0 do agronegócio.

Quanto às desvantagens, está a dificuldade em acessar essas soluções, que tardam a chegar nas propriedades menores e mais isoladas dos centros urbanos, além disso alguns agricultores podem apresentar resistência à novas soluções, sobretudo digitais. 

Mas uma vez que essas barreiras se quebrarem, a agricultura digital é um caminho sem volta! Produzir com cada vez mais eficiência e sustentabilidade é, sem dúvidas, o futuro da agricultura.

Qual o papel da agricultura digital na produção agrícola?

Aqui no blog da ConectarAgro já falamos sobre como a agricultura digital está mudando o mundo. Além disso, o conteúdo apresenta os principais incentivos direcionados para o desenvolvimento da agricultura digital no Brasil.

A agricultura digital tem papel fundamental na produção agrícola. Não é novidade para diversos segmentos da economia que a digitalização de atividades e o uso de soluções digitais melhoram e muito — o desempenho desses setores.

Para a agricultura atender a demanda crescente por alimentos, é mandatório que se insira soluções digitais, com maior conectividade e automatização.

Este papel que a agricultura digital vem desempenhando — e continuará desempenhando — de tornar cada vez mais sustentável e economicamente viável a produção agrícola é vital para que possamos assegurar alimentos saudáveis para todos.

Que ferramentas adotar na agricultura digital?

Diversas são as opções de ferramentas que levam à agricultura digital. A primeira e provavelmente essencial para as principais soluções digitais é a internet. Cabe à internet oferecer a conexão entre homem-máquina, além de permitir que diversas soluções de gestão e tomada de decisão possam ser viabilizadas.

Aplicativos, softwares de gestão, GPS, equipamentos de monitoramento e soluções de dados e inteligência artificial são passos que seguem trilhando o caminho da agricultura digital e que se tornam essenciais conforme o progresso da produção agrícola.

Como adotar essa tecnologia?

A agricultura sempre terá seu lado ‘pé na terra’, isto não dá para negar. Será preciso sempre pôr a mão na massa em algum processo produtivo. O que não podemos esquecer é de tornar cada etapa cada vez mais sustentável e produtiva reduzindo desperdícios e desgaste.

Aplicar as soluções digitais no campo e para o campo começam com pequenos passos, que podem ser utilizados desde propriedades pequenas até grandes indústrias. Softwares e aplicativos de gestão, que formam bancos de dados são importantíssimos para que outras soluções sejam agregadas no futuro.

O canal da Field View TV traz um vídeo bem bacana que apresenta informações sobre a agricultura digital aplicado sobretudo às pequenas propriedades. O vídeo, na íntegra, pode ser acessado aqui.

Além do mais, ter internet rural é fundamental para que o agricultor possa avançar livremente pela revolução digital no campo.

Você já está fazendo parte da transformação digital no campo? Conta para nós quais tecnologias da agricultura digital você está utilizando na sua propriedade!

Drones agrícolas: conheça 5 benefícios da utilização deles na sua lavoura

Considerado um dos equipamentos mais estratégicos dentro da agricultura de precisão, os drones agrícolas se destacam por realizarem coleta de dados, essenciais para a atividade agrícola. As informações obtidas pelas aeronaves, nos registros de imagens, identificam situações que variam de falhas no plantio até a identificação de pragas e ervas daninhas. 

Em primeiro lugar é necessário esclarecer que drone é o termo que identifica uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), ou ainda, o Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT). As duas expressões definem qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. 

A explicação é feita por especialistas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e acrescenta que apesar do drone ser o nome mais conhecido, a terminologia oficial, reconhecida na legislação nacional, são as siglas citadas anteriormente. 

Os primeiros registros de utilização dessas aeronaves ocorreram na década de 1980 nos setores militar e civil. Já na agropecuária, a primeira iniciativa foi o projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Assistido por Rádio e Autônoma). O objetivo foi realizar fotografias aéreas, monitorar áreas agrícolas ou com problemas ambientais, por intermédio de VANTs. 

 

Regulamentação nacional

 

O cadastro do Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (Sisant), gerenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), revela que existem cerca de 1,5 mil drones de uso agrícola no país, de um universo de 79.673 aparelhos identificados na base de dados do governo federal. 

A fim de estabelecer normas de trabalho e regulamentação para as aeronaves do setor agrícola, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elaborou um documento, em fase de análise, que resultará na criação de uma Instrução Normativa (IN). O material trará recomendações sobre as regras de aplicação de defensivos agrícolas e outros insumos, por meio da utilização de drones. 

Com essa perspectiva, a proposta da IN para drones agrícolas objetiva incluir duas das três classes de aparelhos regulamentados pela Anac, sendo elas: Classe 2 (equipamentos de 25 a 150 quilos de peso total) e Classe 3 (até 25 quilos do peso total). Em contrapartida, os aparelhos com mais de 150 quilos terão de seguir as regras dos aviões agrícolas nacionais. 

Planejamento de trabalho no uso de drones agrícolas

 

Desde que as aeronaves não tripuladas começaram a ser utilizadas no setor agrícola, muitas mudanças e tecnologias foram implantadas, principalmente quanto ao uso dos drones agrícolas. Por isso, é fundamental que os operadores tenham capacitação específica, para adquirirem os melhores benefícios no trabalho de campo.

 

Nesse sentido, a primeira orientação é planejar a operação antes de colocar o drone para funcionar. Por isso, informações sobre o local a ser sobrevoado e sobre o que será coletado devem estar no check list do operador. Algumas perguntas que devem estar no roteiro de trabalho, são: 

 

  • Qual a finalidade do levantamento aéreo (inspeção, mapeamento, monitoramento)?
  • Qual é o tamanho e a localização da propriedade?
  • Já existem mapas digitais registrados?
  • Quais produtos serão necessários ao diagnóstico (vídeos, fotos, mapeamento, por exemplo)?
  • A localidade tem serviços de energia elétrica e internet?
  • O que será analisado (qualidade do plantio, contagem de plantas, definição de áreas de manejo)?

 

Benefícios dos drones agrícolas na lavoura

 

Na agricultura de precisão, os drones agrícolas apresentam um papel fundamental, seja na produção de grãos ou culturas vegetais como olerícolas e silvicultura, por exemplo. Entretanto, as estreitas margens de lucro do produtor foram responsáveis pelo planejamento personalizado para cada espécie e a busca por otimizar a aplicação de insumos. 

 

Dessa forma, elencamos cinco benefícios proporcionados na lavoura com a utilização dos drones agrícolas. Saiba quais são:

 

Identificação dos tipos de solo – o mapeamento da variabilidade do solo é feito a partir da coleta inicial de informações dos drones. Em seguida, os dados são inseridos em softwares para desenvolvimento de mapas de georreferenciamento da área analisada. Com a caracterização do terreno é possível realizar o manejo de forma personalizada. 

 

Economia dos insumos – os mapas gerados pelas imagens dos drones identificam outra condição importante. Saber quais os talhões com menor fertilidade e maior incidência de ervas daninhas ou pragas. Munido com essas informações, o produtor saberá a quantidade correta de insumos (corretivos, fertilizantes e herbicidas), necessários ao bom desenvolvimento das plantas. 

 

Pulverização agrícola – o desenvolvimento tecnológico das aeronaves ampliou a capacidade de atendimento nas propriedades rurais e já existem equipamentos capazes de executar pulverização de herbicidas e fertilizantes na lavoura, de forma autônoma. Essa possibilidade eleva ainda mais a economia total nos custos de produção.

 

Prevenção de incêndios – os drones têm contribuído para prevenir e combater incêndios em áreas agrícolas, em especial, canaviais e florestas plantadas. É um trabalho que torna eficiente o monitoramento das áreas, principalmente nos períodos mais secos do ano. Os vídeos e fotos apontam em tempo real, princípios de incêndio, possibilitando a ação dos brigadistas.  

 

Sustentabilidade – é o conjunto de ações desenvolvidas na agricultura para construção de uma lavoura sustentável. Isso é realizado com a identificação da qualidade do solo, manejo eficiente de insumos, controle de pragas e dados de irrigação. A ação combinada desses fatores evitará degradação do terreno, proliferação de doenças, erosão e uso inadequado de produtos tóxicos ao meio ambiente. 

 

Principais modelos de drones para pulverização agrícola

 

Com o aumento do uso de drones agrícolas, muitos são os especialistas neste mercado. Estes indicam quais são as melhores opções de equipamentos disponíveis no setor agrícola. As indicações foram elencadas a partir dos principais benefícios de cada equipamento. Saiba quais são:

 

Drone Agras MG-1 – aeronave desenvolvida para aplicação de pesticidas, herbicidas e fertilizantes líquidos, com método de taxas variáveis. Tem capacidade para definir a quantidade de insumos a serem aplicados e conta com sensores anti colisão e GPS. 

Drone Pelicano – Se destaca pela funcionalidade dos sensores que permitem voos estabilizados, em posição fixa ou com posições previamente programadas. A opção de definir a área e a cultura que deverão receber pulverizações, torna a aplicação mais eficiente e precisa. 

Daxi 10A e Daxi 50A – Trata-se de aeronaves não tripuladas desenvolvidas para pulverização de lavouras, em marcações previamente definidas. Ideal para áreas de difícil acesso (encostas, montanhas ou lavouras onde não é possível a entrada de máquinas) e indicado para culturas de café e fruticultura. Substitui a alternativa de aplicação manual que resulta em graves danos à saúde humana. 

 

– ElevaSpray 150 – desenvolvido com tecnologia nacional e objetivo de ser um ‘super drone’, tem cinco metros de largura e barra de pulverização de seis metros. Esse VANT pesa 150 quilos e pode estocar até 80 litros de insumo por operação. A eficiência média é de 20 hectares por hora e oferece a possibilidade de ser usado no período noturno.

Recomendações para operação de drones agrícolas

 

Tão importante quanto conhecer a regulamentação, benefícios e modelos dos drones é reforçar as medidas de trabalho que devem ser seguidas, para o melhor desempenho do operador e da máquina. 

Como em outras atividades agrícolas, é necessário que o profissional utilize os equipamentos de proteção individual (EPIs): perneiras, óculos escuros, chapéu de aba larga ou boné árabe, além de camisa de manga longa e calça comprida. 

Outra informação importante e que pode ser confirmada antecipadamente com o proprietário da área rural é a existência de locais que ofereçam risco na operação de voo. Por exemplo, redes de energia, torres de monitoramento de incêndios e aeródromos. 

Em regiões com mais dificuldade de acesso e, consequentemente, sem sinal de internet é recomendável que o operador realize atualizações de softwares, missões de voo e testes. É fundamental manter o drone e os aplicativos sempre calibrados e contar com cartões de memória adicionais. 

Complementando as dicas, é imprescindível ter um mapa da região, rádio de comunicação e se possível ser acompanhado por pessoas que conheçam a área. 

Seguindo as recomendações, o profissional terá mais segurança para realizar o trabalho e evitará perder horas de voo, por falta de acessórios ou incidentes com a aeronave. 

Em artigos anteriores detalhamos o funcionamento dos drones agrícolas, e com esse conteúdo esperamos contribuir para a tomada de decisões do agricultor. Os benefícios desses equipamentos são verificados com mais clareza no sistema de agricultura de precisão. 

Por isso, fica claro que antes de utilizar os drones agrícolas é preciso saber quais etapas são necessárias até a aquisição do produto. 

Por isso, produtor, compartilhe conosco, qual seu objetivo ao utilizar o serviço de drone na sua propriedade?

 

Como a internet no campo tem ajudado o agronegócio

O acesso à internet no campo segue sendo um dos grandes desafios para o setor do agronegócio no Brasil. Mesmo com rápido crescimento, boa parte das propriedades rurais brasileiras ainda não possuem acesso à conexão de internet de qualidade.

O que ocorre, porém, é que uma conexão precária ou a falta dela ocasiona uma série de problemas e dificuldades aos agricultores, como atrasos ou perda de negócios, dificuldade na emissão de dados, comunicação e transmissão, no registro de animais, na compra e venda de produtos e insumos, perda de tempo com deslocamentos, entre outros problemas.

Diante disso, ações que visam a melhoria na qualidade da internet no campo são de extrema importância e causam impactos significativos na produção, desempenho e qualidade de vida no meio rural.

Prova disso é que em locais onde a internet se encontra disponível, registra-se uma evolução significativa na propriedade, com aumento na renda das famílias.

Internet no campo pode elevar produção agropecuária

Um estudo recente realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) indica que o Brasil poderia ampliar o Valor da Produção Agrícola (VPB) em até R$ 100 bilhões até 2026 com o aumento da atual área de cobertura com sinal de internet móvel.

Dois cenários diferentes foram considerados pelo estudo. O primeiro cenário indica uma modernização das 4.400 torres de telefonia celular hoje instaladas e a ampliação para 48% da área rural com conexão à internet. Com essa projeção o VPB poderia ter um aumento de R$ 47,56 bilhões.

Já no segundo cenário haveria a instalação de 15.182 novas torres e a ampliação do sinal para 90% da área. Aqui a projeção para o país é de aumento de R$ 101,47 bilhões no VPB.

Diante disso, o setor agropecuário vive uma grande expectativa em relação ao avanço da conectividade. Com esse avanço será possível cada vez mais produzir com eficiência, eliminando o desperdício e otimizando os processos.

Como funciona a Internet Rural?

O sistema utilizado para conexão de internet no campo é semelhante ao do meio urbano. A diferença está no seu alcance e também na disponibilidade de conexão de rede em determinadas áreas.

Há diversos tipos de rede para conexão de internet, entre eles o satélite, via rádio, fibra óptica, DSL, 3G/4G, entre outros.

Diferentemente das cidades, onde as opções mais utilizadas são a internet fibra ou a cabo, na área rural as conexões mais acessíveis são internet via rádio, via satélite e internet rural 3G ou 4G.

Dessa forma, a instalação da internet no campo vai depender do tipo de conexão que foi contratada. Se você optar pela tecnologia 4G, por exemplo, irá receber um chip junto com um modem roteador. 

Já se a internet que estiver disponível para sua área for via satélite, será necessária a instalação de uma antena para captação do sinal.

Seja qual for a opção escolhida, em praticamente todas elas haverá a cobrança de uma taxa de adesão ou de instalação, dependendo da empresa contratada.

Qual a melhor internet para a área rural?

Para conseguir aproveitar ao máximo o que o avanço da tecnologia tem a oferecer, o produtor rural precisa conhecer bem as opções de internet no campo e saber qual tem o melhor custo-benefício para sua propriedade.

Selecionamos aqui três dos principais tipos de internet rural, suas características essenciais, bem como as vantagens e desvantagens de cada uma.

1. SATÉLITE

A internet via satélite possui uma disponibilidade e um alcance maiores. Porém, essa é uma opção de conexão mais lenta, dependendo da sua localização e do plano contratado.

  • Vantagens

– Grande disponibilidade e alcance;

– Dependendo da localização pode oferecer uma velocidade boa;

– Tem menos probabilidade de sofrer danos, pois possui menos equipamentos no solo em comparação com outros provedores de internet terrestres.

  • Desvantagens

– Necessita da instalação de uma antena;

– Custos mais altos de equipamentos comparados com outros modelos, com a DSL e internet móvel;

– Tempo mínimo de contrato mais longo em relação às demais formas de conexão..

2. DSL

Geralmente é a melhor opção em virtude de oferecer velocidades mais rápidas. No entanto, pode não estar disponível em todas as áreas.

  • Vantagens

– Instalação mínima de equipamentos;

– Equipamentos mais leves;

– Contratos geralmente não são de longo prazo.

  • Desvantagens

– Conexão muito lenta se você não estiver próximo ao ponto de acesso.

3. 4G

A internet 4G é um dos tipos de conexão móvel mais comuns atualmente e com maiores possibilidades de crescimento, com o apoio da Associação ConectarAGRO

Apesar de ter ótimas vantagens, o 4G ainda não alcança todas as regiões do país.

  • Vantagens

– Maior qualidade;

– Conexão mais rápida;

– Cabos de fibra óptica.

  • Desvantagens

– Não está disponível em algumas áreas rurais e cidades afastadas de centros urbanos.

– Alguns celulares não suportam algumas frequências.

Em termos de velocidade, a melhor internet no campo é a via satélite ou 4G. 

Com relação ao custo-benefício, a internet rural 4G acaba sendo mais barata que a via satélite, mas a sua cobertura acaba restringindo e dificultando esta opção para algumas pessoas.

Assim, para saber qual a melhor internet para sua propriedade rural é importante pesquisar! É preciso levar em conta a qualidade do serviço prestado, o alcance, a velocidade de conexão e o melhor custo-benefício.  

Internet móvel rural 

Uma das opções de internet disponíveis para a área rural é a de telefonia móvel, fornecida pelas operadoras.

Nesse tipo de conexão, para que o produtor tenha acesso à internet rural 2G, 3G ou 4G é necessário contratar um plano de internet e estar dentro do raio de captação da operadora de telefone. 

3. Iniciativas do governo e de empresas privadas buscam levar internet em locais onde não há conexão (Fonte – https://campovivo.com.br)

Na contratação de um plano de internet móvel, diferentemente da internet banda larga, você adquire uma quantidade de dados que irá utilizar. 

Esse tipo de conexão ainda engatinha no país. Mas o interessante é que algumas ações estão surgindo e visam melhorar esse cenário já nos próximos anos. 

Diversas iniciativas promovem a conectividade no campo, entre elas ações do governo brasileiro e outras privadas, inclusive associadas à ConectarAGRO, todas em prol da conexão rural.

Qual o valor da internet rural?

Agora que você já colheu informações importantes para fazer a escolha da sua internet rural, confira quanto custa um plano para a sua propriedade.

Diversas empresas locais podem oferecer o serviço de internet rural. No entanto, também é possível contratar planos ofertados por grandes operadoras de telefonia. O Plano Tim Internet Rural, por exemplo, utiliza a frequência de 700Mhz da rede 4G.

Para ter acesso à internet, basta inserir o chip no modem homologado e ligá-lo na tomada. A frequência de 700MHz tem maior alcance e maior penetração, por isso garante melhor cobertura em ambientes fechados, como na sede, e vai mais longe, até o campo.

O valor da mensalidade é de R$ 49,90 e o modem é vendido à parte do preço da mensalidade.

É importante que você faça uma pesquisa e compare os preços e condições dos planos ofertados, bem como a disponibilidade de instalação para a sua região. Você pode consultar a cobertura da sua região em qualquer dos sites das maiores operadoras do país.

Como a tecnologia pode impactar positivamente o agronegócio

O acesso à internet e o uso de tecnologias podem auxiliar os produtores rurais a melhorar o desempenho produtivo e a qualidade de vida dentro de sua propriedade. Isso permite, por exemplo, que se faça um acompanhamento do crescimento das culturas com uso de drones, softwares e sensores agrícolas.

Por meio de imagens captadas em alta resolução por drones, é possível realizar a varredura das plantações e, dessa forma, acompanhar o crescimento, fazer a identificação de pragas, a verificação da área plantada, etc. 

Essa tecnologia permite ainda fazer a aplicação de agrotóxicos de forma localizada, diminuindo os gastos e utilização desses insumos.

4. O setor agropecuário vive uma grande expectativa em relação ao avanço da conectividade (Foto – https://www.cnabrasil.org.br)

Os avanços tecnológicos também estão presentes nos maquinários agrícolas. Já estão sendo lançadas várias máquinas agrícolas construídas para um ambiente conectado, com utilização da tecnologia 4G. Com a chegada da internet 5G esse cenário deve ficar ainda mais animador para a utilização desses mecanismos para a agricultura. 

Dessa forma, o produtor pode ter acesso a todas as informações em tempo real da máquina, como consumo de combustível, velocidade de colheita, entre outros.

A conectividade também reduz o tempo despendido pelo produtor, que não precisará mais precisar se deslocar para negociar produtos ou insumos, por exemplo. 

Após a colheita, a tecnologia permite também fazer o acompanhamento do estoque, com sensores que monitoram a situação dos fardos ou silos de armazenamento como temperatura, umidade, tempo em estoque, quantidade total e outros fatores.

Mais recentemente, foi instalada a primeira antena rural para internet 5G no Brasil. A tecnologia, ainda em caráter experimental, foi implantada com apoio da ConectarAGRO em uma fazenda do Instituto Mato-grossense de Algodão, localizada no município de Rondonópolis. 

A expectativa é que essa tecnologia, quando disponível em grande escala, auxilie o produtor a aumentar sua produtividade e reduzir custos.

Conclusão

A utilização de diferentes formas de tecnologia possibilita a evolução no modelo de negócio, a redução de custos e a melhora na produção.

Para se inserir na agricultura 4.0 é necessário que o produtor invista em conectividade. A tecnologia transforma o negócio, permite monitorar a produção; tomar decisões mais acertadas, baseadas em dados; atuar com a quantidade ideal de insumos; tudo isso e muito mais.

Além disso, já é possível notar grandes avanços nessa área e empresas focadas em desenvolver alternativas para ampliar o acesso à internet no campo em todos os cantos do país.

E você, já tem acesso à internet na sua região?

NB-IoT: 4 recursos que você pode utilizar na sua lavoura

Os resultados produtivos da agricultura de precisão nas lavouras brasileiras demonstram a eficiência das tecnologias aplicadas nas atividades rurais, como IoT, inteligência artificial, Big Data, NB-IoT e CAT M. 

Os recursos para coleta de informações e gestão de dados, possibilitados por softwares e equipamentos, como sensores e drones, reformularam as práticas de manejo agrícola. 

De forma contínua, a oferta de soluções tecnológicas se propagou no meio rural brasileiro, demonstrando os benefícios que podem ser conquistados com a adoção de novos sistemas digitais. 

Entre eles, a ampliação das funcionalidades proporcionadas pela aplicação da Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), idealizada com a função de permitir a comunicação direta entre diferentes objetos, por meio da conexão à internet.

NB-IoT

Na agricultura, a aplicação da IoT viabiliza a criação de sistemas para uma completa gestão da atividade rural. Essa condição é observada, por exemplo, nos dados fornecidos pela integração de máquinas e sistemas. As informações coletadas são analisadas e combinadas de forma a ajustar falhas de manejo ou para definir estratégias mais eficientes de cultivo.

Esse é apenas um dos exemplos viabilizados pela Internet das Coisas que pode usufruir de mais uma possibilidade de conectividade, o NB-IoT. O modelo tecnológico permite aumentar a quantidade de dispositivos conectados em uma mesma rede, incrementando a eficiência na transmissão de informações. 

Mas, antes de comentar sua aplicação no campo é importante ter mais detalhes sobre o funcionamento, acompanhe.

O que significa NB-IoT?

O Narrowband Internet of Things (ou simplesmente NB-IoT) é conceituado como um padrão de tecnologia de rádio LPWAN (Low Power Wide Area Network) que permite uma ampla conexão de dispositivos e serviços, por intermédio das redes móveis.

Desenvolvido pelo projeto 3GPP, a rede foi planejada para atender o propósito da internet das coisas e se diferencia pelo baixo custo, longa duração da bateria e alta densidade de conexão. 

A fim de se ter uma melhor compreensão do funcionamento do NB-IoT é necessário esclarecer que a LPWAN é definida como um conjunto de várias tecnologias de rede de área ampla, com baixo consumo de energia e alcance de cobertura em locais não atendidos pelas tecnologias convencionais. 

Em outras palavras, o NB-IoT é  uma funcionalidade tecnológica com capacidade para conectar uma grande quantidade de dispositivos. Para os especialistas do setor essa solução atende com eficiência a necessidade de aplicações da internet das coisas, em situações que não exijam alto volume de transmissão de dados. 

No Brasil, operadoras como a TIM já ativaram essa funcionalidade na rede comercial 4G, de forma a atender a demanda de soluções oferecidas pelo mercado. Utilizando a frequência 700 MHz, tem-se um aumento na cobertura de até 40% (em relação ao modelo tradicional) e a redução no consumo de bateria, condição fundamental para o funcionamento da IoT. 

NB-IoT

O que significa CAT M?

O CAT M é mais uma das tecnologias das Redes Móveis (como o NB-IoT) que fazem parte das especificações 4G LTE (Long Term Evolution), que tem como prioridade o suporte das comunicações M2M (Máquina a Máquina) também aplicável ao agronegócio.

Com funcionalidades semelhantes ao NB-IoT, o CAT M se diferencia por oferecer condições de usos em aplicações que necessitem de mais largura de banda, ou nas situações de movimento dos dispositivos móveis. Por isso, é indicada como uma opção eficiente em casos de rastreamento móvel, como por exemplo, gestão de frotas e monitoramento remoto de pacientes. 

Entretanto, essas características não diminuem as vantagens do NB-IoT e se apresenta como mais uma opção, para atendimento às diferentes necessidades empresariais no agro. 

Em suas primeiras especificações, o NB-IoT não se destacava nos casos de uso em que se exigisse suporte à mobilidade.  Contudo, por ser uma tecnologia padronizada por uma entidade de alcance global (o 3GPP),  novas funcionalidades e suportes foram incorporados e, hoje, mesmo ainda com limitações o “gap” do suporte à mobilidade começa a diminuir, ampliando a abrangência de aplicabilidade.

Qual é o tamanho da cobertura?

Desde 2018, as operadoras móveis intensificaram os investimentos na ampliação da cobertura das redes 4G LTE, com intuito de potencializar o alcance e a velocidade do downlink (recebimento de dados) e uplink (envio de dados). Como resultado houve uma expressiva melhora na experiência do usuário em termos de navegação e consumo de aplicativos. 

Dessa forma, quando há a necessidade de aplicações para internet das coisas, as redes oferecidas pelas tecnologias LPWA (NB-IoT e/ou CAT M) estão entre as que apresentam melhores condições para o fornecimento de uma rede de grande alcance, com um menor consumo de energia.  

 Além disso, a frequência de 700MHz, utilizada por essas tecnologias,  contribui para a efetividade do tráfego de dados em longas distâncias, ou ainda em ambientes remotos (caso das propriedades rurais) e de difícil acesso (subsolo). A cobertura pode variar de 30 a 50 quilômetros, utilizando apenas uma torre de telefonia. 

 

Principais recursos do NB-IoT para agricultura

Agora que você tem mais detalhes sobre a tecnologia e os benefícios que ela oferece em todos os setores produtivos é o momento de apresentar suas aplicações no setor agrícola. É oportuno lembrar que as técnicas utilizadas na agricultura de precisão abriram caminho para o reconhecimento e adesão das tecnologias no campo.

Algumas das possibilidades foram compiladas no relatório da consultoria norte-americana Berg Insight, chamado de “Livro Branco da IoT” (tradução livre). O estudo tem abrangência global e ressalta que o avanço na utilidade da IoT mostra o caminho para uma agricultura mais sustentável e lucrativa. 

1. Softwares 

Um dos exemplos mais utilizados na atualidade, são os softwares e serviços que colaboram para identificação de problemas na lavoura, como crescimento retardado das plantas, pragas e ervas daninhas. As informações processadas, por meio das imagens de drones, otimizam a quantidade e uniformidade de uso de herbicidas, fertilizantes e sementes. 

2. Sensores 

Outro recurso favorecido pelo NB-IoT são os sensores utilizados para mensuração do clima, solo e condições de cultivo. Além de disponibilizar mais de 40 parâmetros de informações ambientais, o produtor receberá sugestões sobre período de fertilização e plantio. 

3. Armadilhas de pragas 

O monitoramento remoto de doenças é mais um campo de interesse das empresas que desenvolvem dispositivos específicos para diagnóstico e controle de infestações, via internet das coisas. Já existem no mercado, soluções que utilizam armadilhas de insetos e apresentam indicações do tempo e quantidade de pesticidas que devem ser aplicados. 

4. Irrigação de precisão 

Um experimento piloto em desenvolvimento no Brasil está analisando os resultados de uma plataforma computacional idealizada para a gestão inteligente da irrigação, baseada em IoT. 

Os testes acontecem paralelamente na Espanha e Itália, conduzidos pela pesquisa Smart Water Management Platform (Swamp). Por intermédio de uma rede de sensores sem fio serão coletados dados agronômicos e de umidade solo, a fim de identificar a necessidade de irrigação das plantas em cada talhão da lavoura. 

Cenário que estimula investimentos

Em 2017, a base instalada de dispositivos de IoT sem fio na agricultura somou 18,8 milhões de conexões. A projeção feita pela Berg Insight, considerando uma taxa de crescimento anual de 10,6%, é de que o número alcance 31,1 milhões até 2022. 

No cenário brasileiro, a meta das operadoras é ampliar a cobertura 4G na área rural, a fim de que o setor produtivo possa usufruir das funcionalidades apresentadas pelo NB-IoT. Uma das iniciativas é o projeto ‘4G TIM no Campo’ que foi desenvolvido para ampliar a conectividade nas áreas rurais, utilizando a frequência 700 MHz. 

Ao fornecer uma rede com a tecnologia LTE 4G pública, a empresa tem objetivo de oferecer compatibilidade com vários equipamentos existentes no mercado e o mais importante, conectar os dispositivos em funcionamento com a IoT. 

Em síntese, as tecnologias proporcionadas pela internet das coisas estão demonstrando que são altamente positivas para todos os setores produtivos, inclusive, a agropecuária. Os agricultores vêm se preparando para as novas funcionalidades, estimulados pela agricultura de precisão e os benefícios comprovados em ganhos e sustentabilidade.

Logo, é importante acompanhar os avanços das iniciativas públicas e privadas, a fim de planejar e definir quais tecnologias serão mais adequadas para a realidade do seu negócio. 

E então, produtor, quais desses recursos são prioridade na sua atividade agrícola?

Convênio ConectarAGRO-UFV realiza workshop e seminário sobre os caminhos para a conectividade e as soluções disponíveis

grupo de pessoas da ConectarAGRO e UFV em workshop sobre conectividade

Entre os dias 20 e 22 de julho, a Associação ConectarAGRO, em parceria com o projeto de extensão AgroPlus-UFV, realizou um evento na Universidade Federal de Viçosa (UFV) abordando o potencial da conectividade em propriedades de pequena e média escala. O workshop e o seminário contaram com a participação do reitor da UFV, Demetrius David da Silva, do pesquisador, extensionista e professor do Departamento de Economia Rural, Aziz Galvão, membros da ConectarAGRO, além de executivos, produtores rurais, comunidade acadêmica local, prefeitos e secretários municipais das cidades da Zona da Mata de Minas Gerais.  

O evento teve como objetivo apresentar os resultados parciais do convênio ConectarAGRO-UFV, discutir tecnologias do ponto de vista técnico e econômico para a agricultura, bem como definir próximas ações do projeto. A parceria também buscou integrar os parceiros locais e regionais do projeto com a Associação. 

“O foco é bastante pragmático: ser um projeto de extensão aplicado, levar benefícios aos produtores rurais e servir de modelo. A UFV é referência no âmbito conectado”, diz Aziz Galvão.

Propriedades rurais apresentam o uso prático da conectividade no campo 

A agenda contemplou a visita a três propriedades rurais de pequena escala com foco no cultivo de café (Educampo/Sebrae-MG) e na pecuária leiteira (PDPL/Nestlé). Durante o percurso, os produtores destacaram a importância da tecnologia e conectividade para a geração de renda e qualidade de vida. 

Trazendo a agricultura de precisão para a prática, os agricultores realizam planejamentos de safra a partir de dados disponíveis nos aplicativos de seus celulares, desenvolvendo um mapeamento dos processos de produção agrícola. 

“Já usamos sensores nos ventiladores, eles diminuem a velocidade à noite, por exemplo. Também temos acesso às informações sobre a situação das vacas a partir do uso de chips, as quais podem ser acessadas a distância”, explica Antônio Maria, proprietário da Fazenda Nô da Silva, fazenda de pecuária leiteira e parceira do PDPL (projeto de extensão de pecuária leiteira da região).

Os responsáveis pela fazenda de cafés especiais e gourmet explicam que a tecnologia de rastreamento agrega valor ao produto vendido, uma vez que o cliente pode conferir dados como as características dos grãos e o local onde foram plantados. O uso da internet também faz parte da estratégia de vendas: a propriedade vende seus cafés exclusivamente pelo Instagram. 

Workshop endereça soluções tecnológicas para problemas de conectividade  

Dando continuidade à programação, o workshop foi dividido em áreas temáticas simultâneas sobre conectividade rural, agricultura de precisão, gestão/comercialização e cidadania. As discussões giraram em torno dos problemas de conectividade, das soluções tecnológicas viáveis e das sugestões para projetos e ações. 

O 4G em 700MHz como conectividade de alta cobertura coletiva foi uma das soluções mencionadas. Para o líder do Comitê de Comunicação e Marketing da ConectarAGRO, Renato Coutinho, “a conectividade habilita o uso de tecnologias no campo, fomenta a educação de produtores e desenvolve um ambiente mais seguro para os agricultores”. 

Os agricultores locais levantaram a relação entre conectividade e segurança, uma vez que o acesso à internet permite que o produtor tenha contato direto com a polícia local. O destaque também foi o papel da educação no letramento digital e no acesso às informações de transparência governamental como maneiras de exercer a cidadania. 

Outro ponto importante foi o impacto da qualidade da internet nas práticas gerenciais. Assim, os membros da Associação pontuaram a importância da capacitação das equipes no onboarding de tecnologias embarcadas nas máquinas. 

“O workshop apresentou uma diversidade de atores das cadeias produtivas, os quais se uniram para pensar na conectividade como impulsionadora da tecnologia e, por extensão, do campo”, avalia a presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade

Membros da Associação fazem parte de seminário aberto à comunidade acadêmica 

Ao fim do evento, os extensionistas da AgroPlus-UFV e os representantes da ConectarAGRO realizaram um seminário aberto à toda comunidade acadêmica, como professores e alunos. 

Na palestra sobre o potencial da agricultura 4.0, Ana Helena destacou os benefícios da conectividade, como o acompanhamento em tempo real de gestão de riscos, o uso compartilhado de máquinas e o acesso à organização e gestão de pessoal nas propriedades rurais. “O campo não tem como esperar. Surge cada vez mais a necessidade de máquinas tecnificadas para tornar a agricultura mais produtiva”, ressalta a presidente da Associação.  

Na exposição sobre conectividade rural e telecomunicações, Renato Coutinho trouxe uma perspectiva técnica sobre estruturação de tecnologias no campo. “Além da otimização de processos, a internet rural proporciona a aproximação dos serviços públicos, a educação formal e técnica de produtores, a integração com facilidades da vida urbana e, consequentemente, a qualidade de vida dos agricultores”, explica. 

Outra estrutura abordada foi o padrão NB-IoT, rede de baixa transmissão de dados projetada para o uso de sensores a longas distâncias para automação de máquinas. “A conectividade causa uma mudança de paradigma nos modelos de negócios e de produções. Por isso, há sempre um compromisso com a tecnologia e o benefício que ela irá trazer aos agricultores”, complementa Renato Coutinho.  

ConectarAGRO participa de série de lives da plataforma digital Broto, do Banco do Brasil

convidados do Banco Broto em live sobre conectividade no campo

Ampliando suas parcerias com atores de serviços financeiros, a ConectarAGRO participou, em junho, de duas lives da plataforma digital Broto, do Banco do Brasil. A série Circuito de Negócios Agro teve dois episódios dedicados ao tema “Conectividade no Campo”. Transmitidas pelo Youtube, as lives tiveram a participação da presidente da Associação, Ana Helena de Andrade, e do membro do Conselho de Administração, Alexandre Dal Forno. A mediação foi realizada pelo superintendente de Varejo Rio Grande do Sul do Banco do Brasil, Pablo Ricoldy.

Em alinhamento com a proposta da plataforma digital Broto — empresa que atua na cadeia produtiva do agronegócio por meio do marketplace e da oferta de acesso ao crédito do Banco do Brasil —, os porta-vozes fortaleceram o protagonismo da ConectarAGRO como articuladora de sistemas tecnológicos ligados à conectividade no campo. 

Nesse sentido, Ana Helena reforçou o propósito da Associação: “A ConectarAGRO surgiu da percepção de que mesmo o agro sendo responsável por 27% do PIB do Brasil, a infraestrutura de conectividade não é uma realidade. A partir do diálogo entre diferentes atores do agro e empresas de soluções, entende-se que há uma deficiência de infraestrutura˜. 

A conectividade é o grande habilitador da agricultura no Brasil. Para promovê-la, o 4G em 700MHz apresentou-se como a solução mais aderente às demandas dos grandes, pequenos e médios produtores, uma vez que permite uma conexão aberta, acessível e simples. Neste tipo de rede, não há a necessidade de grandes investimentos em antenas e equipes especializadas. Da mesma maneira, ela aumenta a qualidade e competitividade do setor agrícola, expandindo o acesso à internet de escolas e unidades públicas de saúde rurais. 

Dal Forno explica os benefícios: “Em comparação com as redes satelitais e privadas, o 4G em 700MHz proporciona a cobertura de grandes extensões por meio de um ecossistema utilizado no mundo todo, o que dá mais segurança e confiança ao produtor rural”. Além disso, uma rede móvel e abrangente impacta positivamente na produtividade das fazendas conectadas: “Algumas soluções que podem trabalhar diretamente na digitalização da agricultura são associadas à gestão de máquinas com a telemetria, gestão de irrigação, monitoramento de pragas até a questão de posicionamento que é muito necessária na agricultura de precisão. A economia utilizando essas soluções pode chegar a R$177 hectare/ano”, complementa.

Para atingir o objetivo da Associação, Ana Helena explicou que a ConectarAGRO trabalha em três frentes relevantes: a primeira é a implementação de modelos de negócios que viabilizem os investimentos em áreas de baixa densidade populacional, em uma sinergia entre as grandes, médias e pequenas empresas agrícolas. 

O segundo eixo está na discussão institucional sobre os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e das contrapartidas no leilão do 5G para a priorização de áreas rurais e a obrigatoriedade de cobertura com 4G em rodovias federais e escolas rurais, por exemplo. A terceira frente, ainda de acordo com Ana Helena, é o desenvolvimento de políticas públicas junto aos governos dos estados líderes na produtividade agrícola. 

Entre as ações em andamento, a ConectarAGRO e a Datora — juntamente com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) — encomendaram um estudo à Escola Superior de Agricultura (Esalq-USP) para mapear a conectividade nas áreas das cooperativas – as quais possuem representação no colegiado do Fust, ao lado da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Outra atividade é o lançamento já anunciado do Simulador gratuito de benefícios de conectividade. A aplicação ajuda o produtor rural a contabilizar o ganho que a internet rural traz à sua propriedade. Desenvolvido coletivamente a partir de uma proposta evolutiva, o Simulador apresenta qual é o percentual de economia em cada área de uma produção.

Ao fim da programação, os fundadores e integrantes da ConectarAGRO destacaram os resultados alcançados até agora pela Associação. Dal Forno lembrou: “Auxiliamos a promover a conectividade, via banda larga 4G em 700MHz, para mais de 7 milhões de hectares de áreas rurais e remotas no Brasil, beneficiando aproximadamente 1 milhão pessoas e conectando 140 escolas públicas e 31 unidades básicas de saúde”. 

Ana Helena complementou: “Nosso objetivo é chegar a 13 milhões de hectares conectados até 2023. É um grande desafio, mas o produtor precisa digitalizar sua fazenda para fortalecer a competitividade e reduzir os custos de produção”. 

Caso queira conferir a série de lives do Broto, clique aqui

Internet 5G: Tecnologias que serão tendência no agro

Aumento de produtividade e busca pelo lucro é o objetivo maior de qualquer negócio. Com o agronegócio não é diferente, mas você sabia que a internet 5G tende a representar um grande avanço no ambiente agro?

Em busca de melhores resultados na propriedade, os produtores estão aproveitando o avanço das tecnologias para aumentar a produtividade e obter uma maior rentabilidade na sua produção. E quando falamos em tecnologia é preciso destacar os avanços da internet 5G.

No Brasil, o leilão do 5G deverá ocorrer ainda em 2021. E a expectativa é que, com essa tecnologia, haja uma ampliação dos processos digitais no agronegócio. 

Com essa tecnologia, as propriedades rurais alcançarão um novo patamar tecnológico, com a ampliação do acesso a serviços como máquinas autônomas, robótica, Internet das Coisas e Inteligência Artificial.

 

Como funciona a Internet 5G?

As redes 5G representam a próxima geração de rede de internet móvel. Esta tecnologia deve melhorar muito a velocidade de transmissão e recepção de dados, superando em até 20 vezes a velocidade do 4G.

Mas você sabe quais as diferenças desse novo modelo de tecnologia em relação ao 4G? 

Apesar de suceder a tecnologia 4G, a internet 5G possui um foco diferente. Além da questão da velocidade de conexão, que se eleva, essas novas redes foram pensadas também para outras aplicações, como em carros conectados, que funcionam atualmente de forma limitada, e também para o maquinário industrial, atualmente conectado por cabos.

O funcionamento das redes 5G ocorre por meio de ondas de rádio. E diferentemente das tecnologias das gerações anteriores, a cobertura alcançada por esse novo sistema é muito maior.

Na prática, as antenas desse novo sistema serão acopladas às antenas já existentes, que serão adaptadas para funcionar em paralelo com a nova infraestrutura de conexões. 

Ainda há a possibilidade que que antenas menores, com alcance limitado a poucos metros, sejam instaladas para repetir o sinal de dispositivos. Além disso, antenas replicadoras poderão cobrir distâncias de até 250 metros.

As ondas de rádio podem ser bloqueadas por objetos físicos e construções, levando à necessidade de fazer uma adaptação nas antenas já existentes, que serão acopladas às da rede 5G para funcionarem com a nova infraestrutura. A instalação de módulos de antenas menores e com proximidade maior do chão podem resolver o problema.

Com a implantação dessa nova rede, busca-se aumentar a velocidade e a estabilidade de conexão da internet e oferecer aos usuários uma cobertura mais ampla. 

Será possível a realização de uma quantidade maior de conexões ao mesmo tempo. Já em relação à velocidade, espera-se que aparelhos conectados à rede 5G alcancem a velocidade superior a 1 Gb/s, o que é superior à capacidade da rede 4G.

Outra mudança significativa é em relação ao tempo de espera entre a execução de um comando feito pelo usuário e a identificação e retorno da informação, o qual deverá ser inferior. 

Com essa elevação na velocidade será possível fazer transmissões de vídeo em alta definição.

 

Quais as vantagens dessa nova tecnologia?

A previsão estimada é que até julho de 2022 a internet 5G esteja disponível nas 27 capitais brasileiras.

Veja os benefícios que a internet 5G deve trazer em diversos setores:

  • possibilidade de implementação de cidades inteligentes;
  • aumento da eficiência de máquinas industriais;
  • maior conectividade entre aparelhos;
  • capacidade de realizar mais tarefas em menos tempo, com menor consumo de bateria;
  • download de vídeos de alta definição em poucos segundos;
  • em um único ponto de acesso será possível conectar milhares de dispositivos por quilômetro quadrado.

Os benefícios que esta tecnologia vai trazer são enormes e refletem em todos os setores da economia.

 

Qual a importância do 5G no campo?

Já vimos como funciona a internet 5G e suas vantagens comparadas às tecnologias anteriores. Mas você deve estar se perguntando: de que forma essa nova forma de conexão vai impactar a vida no campo?

Pois bem, em primeiro lugar deve ser destacado o avanço na estabilidade do sinal e na qualidade da conexão.

A estabilidade do sinal, aliás, é um dos grandes entraves para o acesso à internet no campo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pouco mais da metade dos moradores no campo tem acesso ao serviço.

Com a agricultura 4.0, o gargalo da conectividade no campo se tornou mais evidente. Com as tecnologias aplicadas às máquinas o produtor consegue tomar decisões de forma mais rápida e correta, obtendo assim maior eficiência produtiva.

Uma das iniciativas para resolver esse problema vem da associação ConectarAGRO, que tem a união de oito empresas privadas: as fabricantes de máquinas AGCO, CNH Industrial e Jacto, as empresas de telecomunicações Nokia e TIM, e as empresas de tecnologia Climate FieldView, Solinftec e Trimble.

internet 5G

Desde que foi lançada, em 2019, a ConectarAGRO já promoveu a banda larga 4G para mais de 6 milhões de hectares de todo o país, beneficiando mais de 600 mil pessoas.

Com a internet 5G haverá um novo paradigma no campo, com aumento da produtividade e, consequentemente, maior renda aos produtores.

Diante disso tudo, a transformação digital deve influenciar os rumos da competitividade e sustentabilidade das cadeias produtivas agropecuárias brasileiras.

 

Como a tecnologia 5G poderá beneficiar o agronegócio?

Inúmeras aplicações que exigem trocas de informações em tempo real realizadas pelo produtor rural brasileiro poderão ser utilizadas no campo com inteligência e respostas quase imediatas.

Com essa tecnologia, robôs e mecanismos automatizados que transmitem dados e recebem comandos imediatos poderão ser desenvolvidos e implantados no trabalho agrícola.

Além disso, sensores sem fio conectados através da rede de internet 5G irão possibilitar o monitoramento das mais diversas condições do campo, bem como a detecção com antecedência da necessidade de irrigação, pulverização de defensivos ou fertilizantes.

Para pecuaristas, a internet 5G também possibilitará um melhor monitoramento dos animais, com a utilização de drones agrícolas, além de equipamentos que facilitarão o manejo adequado.

Os produtores podem ter em mãos as informações de forma instantânea e monitorar o rebanho, desde a alimentação correta até tratamentos com veterinários e nutricionistas.

Na Inglaterra, por exemplo, onde esse sistema já está em vigor, vacas utilizam colares 5G que enviam dados a aplicativos sobre tudo o que fazem, como alimentação e até mesmo quando estão dormindo. 

Já em relação ao maquinário agrícola, já imaginou tratores automatizados que realizam a semeadura sem a necessidade de ação humana? Isso passará a ser possível. 

Outra ação possível dessas máquinas “inteligentes” será detectar quais as plantas invasoras estão presentes na plantação. Dessa forma o produtor pode tomar a decisão sobre quais herbicidas aplicar de forma mais assertiva.

Dessa forma, o processo de tomada de decisão e as ações no campo serão muito facilitadas com a implantação do 5G. Assim, esse aumento da conectividade deverá diminuir os riscos de produção, melhorando com isso a produtividade e a rentabilidade no meio rural.

 

Conclusão

Com o funcionamento eficaz das redes 5G o setor agropecuário atingirá um novo patamar, tanto em produtividade quanto em eficiência. 

Os benefícios que esta tecnologia vai trazer causam uma grande expectativa para o agronegócio, uma vez que irá melhorar e facilitar os processos.

O 4G já permite conectar cerca de 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado. Já a conexão de internet 5G irá possibilitar que até 1 milhão desses dispositivos estejam conectados por Km². 

Isso deve impulsionar a “internet das coisas” no campo, com maior uso de sensores e equipamentos agrícolas automatizados, trazendo maior confiabilidade na coleta de dados e tomada de decisão.

E o cenário para isso é animador. O leilão do 5G no Brasil está mais perto de acontecer. Diante disso, a expectativa é que, ainda em 2021, teremos no Brasil o começo de uma nova era para a agricultura, com avanços importantes e significativos em um ambiente cada vez mais 4.0.

 

E você produtor rural, como você avalia o acesso à internet na sua propriedade?

Agricultura Digital x Agricultura de Precisão: Qual é a diferença?

 

Conhecido por muitos como celeiro mundial, o Brasil figura entre os países que têm a maior produção agrícola do mundo. Assim, além das dimensões continentais e do clima favorável, é  preciso que o setor consiga inovar e se desenvolver de forma sustentável, com a agricultura digital e a agricultura de precisão sendo fundamentais nesse sentido.

 

Diante disso, práticas e métodos de produção são desenvolvidos ao longo dos anos para assegurar melhores desempenhos sem a necessidade de aumentar as áreas de exploração agrícola, ou seja, aumentou-se a produtividade!

Mas, o desafio não para por aí. Estima-se que a população deva aumentar em mais 2 bilhões de pessoas até 2050, atingindo mais de 7,5 bilhões de pessoas em todo o mundo, exigindo um aumento de mais de 70% na produção de alimentos.

No processo de crescimento do agronegócio brasileiro, bem como para os desafios vindouros, precisamos contar com as soluções de agricultura digital e também da agricultura de precisão.

Presentes em todas as regiões do Brasil e nas mais variadas propriedades rurais, a agricultura digital (AD) e a agricultura de precisão (AP) vêm sendo adotadas em maior frequência pelos agricultores, tornando-se essenciais para alcançar maior produtividade e um desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Embora muitas vezes utilizadas no mesmo contexto e, por diversas vezes, andem juntas, a AD e AP não são efetivamente a mesma coisa. E é preciso conhecer o papel de cada uma delas na agricultura.

Para entender o que é a agricultura digital e a agricultura de precisão, bem como a diferença entre elas, elaboramos este material para você. Confira!

O que é agricultura de precisão?

A agricultura de precisão apresenta várias definições, mas de forma geral ela pode ser definida como o conjunto de princípios e tecnologias voltados ao melhor entendimento do manejo da variabilidade espacial e também temporal, sempre objetivando o aumento da produtividade de todas culturas, assim como da sustentabilidade ambiental.

Introduzida no Brasil há mais de duas décadas — sobretudo com a popularização de sistemas GPS — a AP ainda apresenta grande potencial de desenvolvimento.

As ferramentas de automação passaram a ‘customizar’ a produção em cada parte da área agricultável da propriedade. As particularidades de cada ponto da lavoura passaram a ser consideradas, o que leva à aplicação por taxa variável, ou seja, cada parte do talhão recebe o insumo ideal.

Vale ressaltar que a agricultura de precisão está fortemente ligada à aplicação de adubos e calcário de acordo com a variabilidade dos solos nas áreas de cultivo, mas também vem sendo associada às pulverizações de defensivos por locais de interesse (como pontos com infestação de daninhas).

No ano de 2017, a Embrapa desenvolveu diversos estudos sobre a agricultura de precisão, e um deles, que avalia o uso de drones de imageamento para avaliação nutricional das culturas agrícolas, pode ser acompanhado no vídeo abaixo.

 

O que foi possível perceber é que a agricultura de precisão por si só era incompleta e, com os avanços dos sensores e o grande número de dados sendo obtidos, precisava-se de algo a mais: a digitalização da agricultura!

O que é Agricultura Digital?

Hoje em dia,  inovar é fundamental para o desenvolvimento econômico sustentável. Assim, possuir a capacidade de se manter atualizado é decisório para a manutenção e obtenção da competitividade no mercado, sobretudo, global. 

Para a agricultura, isso é particularmente verdade, onde novas soluções tecnologias estão proporcionando aumento significativo na produtividade.

O termo ‘Agricultura Digital’, que também pode ser conhecido por ‘Agricultura 4.0’ ou ‘Agro 4.0’, refere-se  ao uso intensivo das mais diversas técnicas de informática e computação para obtenção de dados e tomada de decisão.

Esta revolução digital prospecta um passo maior, pela integração e comunicação  em tempo real — entre equipamentos, sensores e demais ferramentas utilizadas para gestão e atividades do campo.

Agricultura Digital

Fonte: Revista Cultivar, 2021.

Sendo assim, a agricultura digital promove a agricultura inteligente, também conhecida pelo termo smart farm, que, embora recente, já contempla diversas soluções e aplicabilidades. Vejamos algumas:

Aplicativos e softwares

Diversas soluções já foram desenvolvidas nesta vertente da agricultura digital. É por meio de aplicativos — os famosos apps — e softwares que o agricultor pode acessar e manipular informações relevantes para gestão e tomada de decisão nas lavouras.

É possível encontrar ferramentas para as mais variadas necessidades, que vão desde um portal para acompanhar notícias e, até soluções robustas e complexas para conectar e fazer a gestão de propriedades inteiras pela palma da mão.

Já está se tornando comum encontrar produtores que usam soluções de agricultura digital para acompanhar a meteorologia e alguns manuais digitais que auxiliam na identificação de pragas e doenças.

Outros avanços nessa vertente e que vem ganhando espaço, são as ferramentas de gestão de propriedades, que permitem ao agricultor maior segurança nas suas decisões.

Obtenção e análise de dados

Muitas vezes integrado às soluções de apps e softwares, o universo da Big Data — grande base de dados — está elevando a agricultura digital a outro patamar tecnológico. 

A proposta aqui é que as mais variadas informações coletadas no campo (como chuva, vento, umidade do solo, época de plantio e colheita, aplicações, etc.) sejam coletadas, armazenadas e interpretadas para auxiliar na tomada de decisão, isso torna a agricultura bem mais precisa.

Internet das coisas

Este passo pode ser considerado o próximo avanço, mas já está presente para algumas realidades no agronegócio brasileiro.

A Internet das coisas — ou Internet of things (IoT) em inglês — é a interconexão digital entre objetos do dia a dia através da internet.

Basicamente, seria o seu trator conectado com a estação meteorológica, que também é conectada com o banco de dados de imagem de satélite, que por sua vez, são acessíveis por qualquer dispositivo com acesso a internet.

Este avanço permitirá uma integração direta entre o mundo físico e os sistemas baseados em computador, dando autonomia total para quem gerencia a propriedade.

Além disso, um estudo realizado pela parceria multidisciplinar entre Embrapa, SEBRAE e INPE, avaliando as tendências, desafios e oportunidades da agricultura digital no Brasil, obteve que 84,1% dos agricultores participantes da pesquisa utilizam ao menos uma tecnologia digital em seu processo produtivo, ao passo que os outros 15,9% alegaram não utilizar nenhuma.

Existem diversas iniciativas que buscam levar a digitalização para todos na agricultura. Neste texto aqui falamos sobre os incentivos e ajustes necessários para democratizar a agricultura digital.

Desafios e oportunidades da agricultura digital e da agricultura de precisão

A intensificação no desenvolvimento e adoção de agricultura digital e agricultura de precisão está se dando pela exigência do mercado por alimentos mais saudáveis, a necessidade de preservação dos recursos naturais, a redução da mão-de-obra no campo mas, sobretudo, pela tendência mundial de elevação dos custos de produção.

Embora seja um desafio, será através das contribuições dadas pela AD e AP que tornaremos a agricultura bem mais produtiva e sustentável. 

No estudo entre Embrapa, SEBRAE e INPE, por exemplo, a conectividade — representada pela internet — foi apontada como a principal tecnologia adotada pelos agricultores do grupo amostrado,  em que 70% alegaram utilizá-la para algum fim ligado à produção.

Entre eles, quase 60% utilizam das redes sociais para obter e compartilhar informações, o que vem democratizando o conhecimento na agricultura.

Por outro lado, os agricultores relataram ainda possuir dificuldades em acessar tecnologias digitais. Embora o custo de aquisição esteja em primeiro lugar (67,1%), os problemas ou a falta de conexão com a internet em áreas rurais aparece em segundo lugar (47,8%).

Isto representa um grande desafio para a adoção e implementação de soluções de agricultura digital no campo, bem como uma grande oportunidade para expansão e democratização da internet nas áreas rurais.

Você já usa ou pretende usar soluções de agricultura digital e de precisão na sua propriedade? Está preparado para as inovações que estão vindo para o campo? Compartilha com a gente sua opinião!