Rota 2030: desvendando inovações em conectividade veicular

Em um mundo que está rapidamente abraçando a transformação digital, o setor agrícola também vem passando por uma revolução por meio da conectividade e integração de tecnologias, especialmente no que diz respeito à conectividade em veículos agrícolas. Pensando nisso, a “Hora da Conectividade” convidou Keren Bigão, analista de Negócios e Parcerias da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) para falar sobre as principais oportunidades de participação nos editais do Rota 2030.

No início de sua fala, a convidada explicou que a Fundep é uma fundação de apoio da UFMG que gerencia projetos, concursos e programas, com mais de 3 mil projetos em andamento e 28 apoiadas. “Ela nasceu da necessidade da Universidade em obter suporte de pesquisa e extensão, obter mais competitividade e agilidade na gestão de cursos, e gerência de programas como o Rota 2030”, pontuou Keren.

o Programa Rota 2030 é uma iniciativa do Governo Federal para estimular o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor automotivo por meio do desenvolvimento e aplicação de novas tecnologia. Por sua vez, a Fundep é responsável pelas propostas para desenvolvimento de soluções de conectividade no Programa Rota 2030.

“Os eixos do Programa Rota 2030 relacionados à conectividade veicular incluem projetos estruturantes de PD&I, programa de aprendizado federado e programa de desenvolvimento de competências, como capacitação de profissionais para o uso assertivo de dados e tomadas de decisões baseadas em analytics”, complementa Keren.

Alguns temas são destacados dentro de tais eixos, como a conectividade dos veículos com o ambiente externo, sensoriamento veicular para segurança, bem como ecossistema conectado e cooperativo para detecção de pedestres em travessias. A manutenção preditiva de veículos e sistemas inteligentes de telemetria veicular também são interesses de desenvolvimento tecnológico.

“Destacamos a importância dos institutos de pesquisa em se aproximarem de diferentes setores para real aplicação de suas pesquisas. Ao mesmo tempo, é relevante que o setor automotivo realize um intercâmbio e transferência desse conhecimento”, pontua.

A Fundep está com inscrições abertas para a 2ª chamada de Conectividade Veicular, do Rota 2030, com o objetivo de gerar conexões transformadoras capazes de oferecer soluções de inovação aberta impactantes de curto e médio prazo na indústria automotiva. Para tanto, serão aportados até R$ 18 milhões em projetos colaborativos de PD&I.

As propostas devem ser submetidas até o dia 17 de setembro de 2023, contemplando as seguintes linhas temáticas: Conectividade: Meio Ambiente e Descarbonização; Conectividade do Veículo com o Ambiente Externo; Tecnologia da Privacidade e Segurança de Dados; e Serviços, Diagnóstico e Manutenção Preditiva de Veículos.

Para saber mais, clique no link: https://rota2030.fundep.ufmg.br/linha6/chamada-01-2023/

Como marketplaces IoT podem conectar o agronegócio à inovação?

O Marketplace IoT  da TIM foi tema de destaque na Hora da Conectividade, palestra on-line realizada pela ConectarAGRO para discutir temas pertinentes à digitalização do campo. Apresentada por Bruno Palmieri, especialista em Marketing da TIM Brasil, a plataforma da operadora reúne soluções de Internet das Coisas (IoT) com vistas a incentivar a conexão entre empresas de tecnologia e o mercado, com especial atenção para o agronegócio e os produtores rurais. 

 O conceito de marketplace é o de uma plataforma que agrega diversos produtos e empresas em um único lugar, e a TIM, seguindo essa tendência, oferece seus serviços ao agro com o objetivo de levar soluções completas aos clientes, incluindo conectividade e gestão de processos. 

Ao diferenciar suas soluções pela aplicação em cada setor, a TIM trabalha com abordagens verticais, sendo o agronegócio uma das áreas de atuação. Com uma visão estratégica direcionada a soluções customizadas, a empresa busca proporcionar uma experiência mais específica e adequada para as demandas dos produtores rurais por meio de análises e elaborações de projetos técnicos.  

 A partir das soluções e serviços disponíveis para compra na plataforma, segundo Bruno Palmieri, o agricultor pode habilitar o monitoramento remoto do terreno, de máquinas e implementos, de animais e de mão de obra. O produtor rural também pode aplicar a tecnologia para acompanhar em tempo real a distribuição de mercadorias desde as propriedades até os centros, resultando em eficiência e otimização para o agronegócio. 

Com uma infraestrutura sólida e uma solução IoT que abrange mais de 3 mil municípios, a empresa visa endereçar as necessidades de conectividade e inovação no campo. 

“Assim como as plataformas já apresentadas por outras associadas e apoiadoras, o Marketplace IoT TIM representa um importante avanço para a conectividade no agronegócio. Com as ações da ConectarAGRO, a plataforma contribui para o desenvolvimento sustentável do campo, aprimorando a produtividade e a eficiência das atividades rurais, e abrindo caminho para um futuro mais tecnológico e conectado no setor agropecuário brasileiro. Incentivamos as nossas associadas e apoiadoras a apresentarem suas soluções dedicadas ao desenvolvimento dos agricultores em um espaço tão enriquecedor como a Hora da Conectividade”, elucida Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO. 

Mapeando o futuro do agro: Pesquisa SAE Brasil explora mobilidade e conectividade no campo

No cenário atual do agribusiness brasileiro, umas das principais ações estratégicas é a aplicação de pesquisas para entender as demandas e perspectivas do mercado, dos produtores e cooperativas em relação à mobilidade e conectividade no campo. São os dados e fatos que norteiam planos de ações para tornar o agro mais produtivo. 

Estes argumentos foram centrais na apresentação de Ricardo Bacellar, membro do Conselho Executivo da SAE Brasil, realizada na Hora da Conectividade, ciclo de palestras on-line organizado quinzenalmente pela ConectarAGRO. Durante o debate, o palestrante apresentou um resumo geral das Pesquisas SAE 2021 e 2022, abordando também temas transversais ao novo estudo em andamento sobre o agro.  

“As nossas pesquisas têm um cunho estratégico. Estamos discutindo estratégia vis a vis equipamentos no agro, visto que encontramos fontes técnicas, mas ainda há carência de aspectos estratégicos na área”, pontua Bacellar. Segundo ele, a investigação integra o propósito da SAE Brasil em expandir as fronteiras de conhecimento acerca da mobilidade em um contexto de globalização, compreendendo as inovações e tendências dos ecossistemas brasileiros e internacionais. 

Diante das investigações anteriormente realizadas, a pesquisa em construção desloca sua perspectiva para o agro a partir de quatro macrotemas fundamentais: estratégia de aquisição, conectividade, ESG e matriz energética, bem como relacionamento com clientes. 

“A estratégia de aquisição se refere ao resumo de decisão de compra do consumidor, englobando também pontos de modelos de negócios, canais de comercialização, investimento em conectividade e digitalização”, afirma Bacellar. 

No que diz respeito à digitalização do campo, o estudo traça um panorama a respeito da percepção das indústrias e consumidores sobre as tecnologias aplicadas nos processos produtivos agrícolas. A abordagem inclui análise dos principais drivers de tomada de decisão dos agricultores, como telemetria, gestão de frotas e rastreabilidade da produção.  

Outro ponto a ser abordado, de acordo com Ricardo Bacellar, é o nível de adesão de produtores rurais às práticas de sustentabilidade, como uso de biocombustíveis, menor emissão de gases de efeito estufa e créditos de carbono.  

“Com a construção de questionários aplicados, obtemos uma visão 360º que aponta para insights relevantes, unindo assim a perspectiva da indústria e dos clientes da indústria”, explica o membro do Conselho Executivo da SAE Brasil 

Com previsão de publicação para dezembro 2023, o diferencial da Pesquisa AGRO é inserir a expertise de mobilidade no âmbito das máquinas, implementos agrícolas e sistemas de agricultura de precisão, compreendendo assim as tendências nos padrões de consumo e as expectativas de serviços prestados ao produtor rural. 

Qual a relevância da agricultura digital para a propriedade de pequena e média escala?

Por Aziz Galvão, professor de Administração Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e coordenador do projeto de extensão ConectarAGRO-UFV

O impacto da agricultura digital é especialmente significativo para a agricultura de pequena e média escala. Tecnologias digitais podem viabilizar a expansão e o aprimoramento da assistência técnica, que atualmente atinge somente 20% das propriedades rurais no país, conforme dados do último Censo Agropecuário.

Para que todo o potencial das tecnologias digitais possa ser concretizado através da melhoria da comunicação, implementação de conceitos e instrumentos da agricultura de precisão, instalação de sensores/atuadores e análise de dados para a tomada de decisão, a conectividade com qualidade e custo acessível é imprescindível.

Entretanto, a falta de informações econômicas sobre os impactos da conectividade impede uma análise fundamentada, dificultando tanto a tomada de decisões de investimentos privados quanto a defesa de investimentos públicos essenciais para a conectividade na agricultura de pequena e média escala.

Neste contexto, a equipe AgroPlus da Universidade Federal de Viçosa (UFV) propôs à Associação ConectarAGRO um projeto piloto na Zona da Mata de Minas Gerais com o objetivo de demonstrar os impactos da conectividade na agricultura de pequena e média escala. A proposta foi aceita, e, na primeira etapa, aplicou-se um questionário para avaliar a situação e a percepção de produtores rurais familiares. Como a maioria dos produtores rurais de menor porte não realizam o controle econômico-financeiro, foi desenvolvido um aplicativo para smartphone que permitisse a obtenção de dez indicadores básicos.

Extensionista e filhos de produtores, após receberem capacitação, fizeram o inventário e iniciaram o controle das movimentações financeiras de 25 propriedades selecionadas. Com a disponibilidade de informações dessas propriedades, foram realizadas reuniões com empresas associadas da Associação ConectarAGRO para identificar e selecionar tecnologias de telecomunicações e agricultura digital que pudessem ser implementadas e seus impactos quantificados.

Duas propriedades foram escolhidas e após um seminário na UFV, reuniões virtuais e reunião presencial durante a Agrishow 2023, foi proposto um cronograma de implementação e avaliação de tecnologias em duas propriedades rurais. As empresas associadas disponibilização tecnologias, equipamentos e capacitações e no próximo mês de junho serão realizadas as primeiras atividades de campo.

Duas outras iniciativas foram incluídas na parceria entre a ConectarAGRO e a UFV. A primeira foi o apoio no aperfeiçoamento do Simulador de Benefícios. Em conjunto com profissionais de empresas associadas, os impactos positivos da conectividade foram detalhados conforme as etapas básicas da produção agrícola, ou seja, preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita.

Dois estudos de casos (soja e café) serão realizados para direcionar estudos específicos para diferentes culturas e regiões. Outra iniciativa é o apoio para o desenvolvimento de um Indicador de Conectividade Rural (ICR). Indicadores desenvolvidos para o meio urbano não levam em consideração as características do meio rural e os impactos da conectividade na produção agrícola. Por isso, foi assinado um acordo para que a UFV, em conjunto com empresas da Rede ConectarAGRO desenvolvesse um indicador adequado à realidade da agricultura e que servirá para apoiar análises, discussões e decisões de políticas públicas.

As ações da parceria são integradas e buscam contribuir para que a revolução digital na agricultura se concretize, aumentando a produção de alimentos e gerando renda para os agricultores e a sociedade brasileira.

AWS e Vivo são as mais novas associadas da ConectarAGRO

Comprometida em levar conectividade ao campo, a ConectarAGRO anunciou, durante a Agrishow 2023, a entrada de duas novas associadas: AWS (Amazon Web Services) e Vivo. A colaboração estratégica tem como objetivo promover a expansão do acesso à internet em diversas regiões agrícolas e remotas do Brasil.

A chegada da AWS e da Vivo fortalece o ecossistema da associação, trazendo novas alternativas para aumentar a eficiência, produtividade, controle de custos e aprimoramento contínuo das operações.

Com a adição dessas empresas, a ConectarAGRO fortalece sua posição como líder em pautas de conectividade rural no Brasil. Essa união impulsionará a conscientização sobre os benefícios da agricultura digital, de forma ainda mais integrada. Apesar de atuarem em áreas diferentes, as empresas participantes compartilham o objetivo comum de acelerar a adoção de novas tecnologias no campo, por meio de soluções abertas, padronizadas e acessíveis, como o 4G em 700 MHz.

Os comitês da ConectarAGRO têm expectativas de que a união entre as 44 associada e apoiadoras não apenas amplie a visibilidade da demanda pela democratização da internet, mas também promova modelos de negócios criativos e soluções tecnológicas inovadoras.

“O agricultor brasileiro é tecnológico e a fronteira digital é que a telecomunicação não é só falar com as pessoas [por telefone], mas um serviço de capital. Já virou insumo agrícola e os desafios são viabilizar soluções que levem essa estrutura tecnológica para o produtor”, disse Ana Helena de Andrade, presidente da Associação, em entrevista ao Globo Rural.

Ainda segundo Ana Helena, apenas 11% do campo segue com acesso à internet. Desse modo, a adesão de novas organizações é fundamental para impulsionar a gestão de toda a cadeia produtiva.

Associadas e apoiadoras da ConectarAGRO apresentam suas soluções tecnológicas na Agrishow 2023

A Agrishow 2023, maior evento do agronegócio da América Latina, foi palco para a apresentação de soluções tecnológicas das empresas associadas e apoiadoras ao público visitante do estande ConectarAGRO. A participação de cada uma delas reforçou o compromisso da associação em impulsionar a conectividade e a inovação no campo brasileiro.

Com foco na Telemetria, a AGCO, fabricante de máquinas agrícolas, apresentou aos agricultores a possibilidade de monitorar remotamente o desempenho de suas máquinas. Por meio da coleta e análise de dados, é possível otimizar a utilização dos equipamentos e aumentar a eficiência operacional. “As informações consolidadas pelo sistema permitem tomadas de ações em tempo real, minimizando os custos ao longo da produção”, explicou Ravel Dagios, coordenador comercial da empresa.

No campo da agrometeorologia, a Arable trouxe soluções avançadas para os produtores. Por meio de sensores e análise de dados, os administradores rurais têm acesso a informações precisas sobre as condições climáticas, permitindo tomar decisões assertivas para o cultivo.

A Solinftec, especializada em robótica e conectividade, demonstrou seus sistemas inteligentes de controle e automação de máquinas agrícolas. De acordo com Anselmo Arce, diretor de Relações Institucionais da organização, as soluções visam melhorar a eficiência e a produtividade nas operações no campo.

A CNH Industrial, também no ramo de maquinários agrícola, trouxe o conceito de “Fazenda Conectada”, que integra dispositivos e conectividade para otimizar as atividades no campo. Em seguida, a Trimble apresentou suas soluções em conectividade rural, enquanto a IHS Towers destacou suas antenas conectadas para fazendas.

Por sua vez, a TIM enfatizou a importância da conectividade no campo. Para Renato Coutinho, Gerente de Desenvolvimento de Negócios Iot & 5G da empresa e membro da ConectarAGRO, a internet habilita a inclusão digital, viabilizando a capacitação de trabalhadores e a educação de estudantes nas áreas rurais. Outro ponto relevante é o acesso remoto à atendimentos de saúde.

A NLT trouxe a proposta de redes privadas nas propriedades rurais, enquanto a Jacto abordou a gestão de fazenda conectada e a Furukawa Electric demonstrou sua expertise em infraestrutura para conectividade.

Por fim, a Yara apresentou suas ferramentas digitais direcionadas à sustentabilidade na produção agrícola. Segundo Pamella Moachar, especialista em Inovação Digital da organização, O conhecimento tecnológico é essencial para saber qual o produto e qual a melhor forma de aplicá-lo, ajudando assim o agricultor aumentar o rendimento da sua lavoura, aproveitando todos os nutrientes disponíveis para a planta, ao mesmo tempo em que isso tenha o menor impacto possível ao meio ambiente.

“A participação das nossas associadas e apoiadoras na Agrishow 2023 demonstra o compromisso da ConectarAGRO em trazer o que há de mais inovador e tecnológico para o campo brasileiro. Estamos orgulhosos de poder contribuir para o desenvolvimento do setor agrícola por meio da conectividade”, ressalta Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO.

Produtores de pequeno porte, cooperativismo e tecnologias integradas são temas da Hora da Conectividade

A intersecção entre tecnologia e agricultura foi o ponto central da programação da ConectarAGRO durante a Agrishow 2023, com a realização da Hora da Conectividade, ciclo de palestras promovido pela Associação.

Em modo presencial, as apresentações abertas ao público geral foram realizadas por especialistas do agronegócio, reforçando os impactos de soluções tecnológicas no meio rural. Desta vez, os convidados foram Aziz Galvão, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Armando Sugawara, consultor do Sistema OCESP, Rafael Mascarenhas, especialista comercial do Broto, e Sidney Silva, assessor de Agronegócios do Banco do Brasil.

Em cinco dias de evento, três palestras abordaram assuntos como impacto da internet na propriedade rural de pequeno e médio porte, relevância de cooperativas para o agro e linhas de créditos dedicada a agricultores.

Impacto da conectividade em pequenas propriedades

Em sua apresentação, Aziz Galvão reiterou os principais resultados do Convênio ConectarAGRO-UFV, com foco nos produtores de pequeno e médio porte localizados na Zona da Mata mineira. Para o professor e pesquisador, o projeto justifica-se pelo alto impacto que a agricultura 4.0 viabilizada pelas telecomunicações gera na rentabilidade das fazendas.

“Temos 3,9 milhões de propriedades rurais no país, representando 77% dos estabelecimentos e alimentando cerca de 33% da população mundial. Por sua vez, a Zona da Mata é representativa para outras regiões do Brasil no que diz respeito às características e dificuldades”, pontua.

Durante a primeira etapa do projeto de extensão, os alunos participantes aplicaram um questionário de diagnóstico e de percepção da tecnologia em uma amostra de 100 agricultores. Os principais resultados indicam que 85% das propriedades rurais visitadas possuem acesso à internet, sendo 49% delas conectadas por redes via rádio privadas. Ainda, 67% dos produtores utilizam as redes para compras de insumos.

A segunda etapa dedicou-se à capacitação e desenvolvimento de materiais para a mensuração de rentabilidade das propriedades. Dessa forma, 25 produtores foram selecionados para coleta de inventário, análise de movimento de caixa e mapeamento da propriedade.

O intuito é que as conclusões da investigação científica sirvam de base para a produção de políticas públicas focadas na valorização do sistema agropecuário brasileiro por meio da cobertura de conectividade no meio rural, segundo informa Galvão.

Cooperativas são atores estratégicos para o sucesso do agro conectado

Demonstrando a alta relevância das cooperativas no Brasil, Armando Sugawara trouxe uma visão de dados acerca da união entre produtores rurais como fortalecimento da cadeia agrícola no país.

Segundo o consultor do Sistema OCESP, o Brasil possui cerca de 3 milhões de cooperativas, número que gera mais de 280 milhões de empregos. “Esses são números racionais que traduzem e refletem as cooperações entre os produtores. Para ter ideia, se todas as cooperativas fossem um país, elas seriam a 8ª economia do mundo”, afirma.

Outro ponto interessante é a capilaridade das cooperativas no território nacional. Cerca de 40,6% das cidades brasileiras possuem ao menos uma cooperativa instalada. Por sua vez, tais organizações inspiram confiança por conta dos processos de gestão estabelecidos.

“Estamos falando de empresas que possuem governança, a negociação é mais segura porr ter um requisito legal para operá-la”, aponta Sugawara. “50% das cooperativas ativas têm mais de 20 anos de existência no mercado”.

No que diz respeito ao perfil das 1.170 cooperativas totalmente direcionadas ao agro, grande parte delas está voltada à comercialização de insumo, o que não significa uma restrição a tal atividade somente. “Elas beneficiam a cadeia como tudo, gerando um faturamento nacional de 112 bilhões de reais em insumo”, continua Sugawara.

Apesar da magnitude das cooperativas, ela é composta por agricultores de menor porte, em busca de objetivos comuns. “Muitas vezes são propriedades menores que 50 hectares. Fazendo parte de cooperativas, os produtores conseguem ter mais escala por conta de acesso mais barato à tecnologia e conectividade”, finaliza o consultor do Sistema OCESP.

Linhas de créditos impulsionam o uso de soluções tecnológicas no campo

 Ao incorporar a inovação tecnológica em sua propriedade rural, muitas vezes o agricultor recorre a empréstimos para expandir o seu poder de compra a médio e longo prazo. Nesse sentido, o Banco do Brasil é o maior parceiro do agronegócio, conforme aponta Sidney Silva.

De acordo com o assessor de Agronegócios do Banco do Brasil, a instituição financeira abrange mais de 5.377 municípios por meio e uma carteira agro de R$307,9 bilhões. Os indicadores também denotam a responsabilidade ambiental. São mais de R$149,5 bilhões em negócios sustentáveis e créditos de baixo carbono. “Chegamos a esses números por meio de nossas linhas de crédito como o Custeio e o Inovagro. São destinadas à conectividade e estão em modelo digital, podendo ser feitas pelos parceiros e no app do banco.”, explica.

Entre as linhas mais contratadas, o Custeio Agropecuário permite o financiamento de despesas com insumos, tratos culturais e colheita do ciclo produtivo da lavoura. Para Silva, é um capital de giro da pessoa jurídica, na qual é possível incluir serviços como internet e agricultura de precisão no orçamento anual do produtor.

Já o Inovagro tem foco no aumento da produtividade e adoção de boas práticas agropecuárias por meio da competitividade tecnológica. Desse modo, agricultores podem contratar créditos para uma série de bens e serviços, como softwares de automação, equipamentos de agricultura de precisão, consultorias para capacitação técnica e gerencial de atividades produtivas, além de assistência técnica para execução de projetos.

O escopo do Banco do Brasil ainda contempla o Broto, plataforma digital voltada ao agronegócio. Segundo Rafael Mascarenhas, o ecossistema já contabiliza mais de 720 mil acessos desde sua criação em 2020, superando a marca de R$2 bilhões movimentados com vendas online de máquinas e equipamentos.

O foco está nos 1,5 milhão de produtores rurais, com a expectativa de atingir os 4 milhões de clientes espalhados pelo Brasil. Para acessar o Broto, é simples: basta baixar o aplicativo ou mesmo entrar no site oficial.

ConectarAGRO é destaque na Agrishow 2023 com novos números e ampliação do fomento à conectividade no campo

Conectar o campo e alimentar o planeta: esse foi o mote endereçado pela ConectarAGRO durante a Agrishow 2023, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, realizada entre os dias 01 e 05 de maio em Ribeirão Preto-SP. Com resultados extraordinários consolidados por mais de 40 empresas integrantes, a Associação apresentou diversos avanços em seus diferentes projetos a favor da conectividade em áreas rurais e remotas.

Os membros da diretoria anunciaram a cobertura de 14,4 milhões de hectares no Brasil por meio da banda larga 4G em frequência 700MHz, um padrão interoperável, simples e acessível aos agricultores. O resultado impacta cerca de 1,1 milhões de pessoas, 90 mil propriedades rurais cobertas, 525 cidades, 13 estados, 65 unidades básicas de saúde e 221 escolas públicas em áreas rurais.

A ConectarAGRO também foi responsável pela cobertura de mais de 29,2 milhões de hectares de soluções de Internet das Coisas. O NB-IoT é necessário para conectar máquinas e sensores, ferramentas importantes para o desenvolvimento do agronegócio, podendo ampliar em mais de 40% a cobertura tradicional em relação ao uso de smartphones, além de consumir menos bateria.

Segundo Ana Helena de Andrade, presidente da entidade, os números alcançados é fruto da ampla união entre as organizações que integram a Associação, as quais atuam tanto na dimensão produtiva quanto social do meio rural. “A conectividade no agro é essencial para a sustentabilidade do sistema produtor brasileiro e para solucionar questões urgentes como a fome no mundo, empoderando o produtor rural, de qualquer porte, a atingir a máxima eficiência com a aplicação de tecnologias no campo”, pontua.

 Convênio ConectarAGRO-UFV: aproximação entre academia e organizações privadas para o avanço do agronegócio brasileiro

As novidades da Associação englobaram também as principais ações em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Junto ao grupo de extensão AgroPlus-UFV, a ConectarAGRO assinou um projeto de pesquisa para o estudo sobre a elaboração do Indicador de Conectividade Rural (ICR)

Entre as principais contribuições do convênio, está a proposição de um índice com ponderações por tecnologia e pelo valor da produção agrícola e pecuária. Estes poderão ser obtidos pelo Valor Bruto da Produção (VBP) do Mapa ou da Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE do município (em reais). Nesse panorama, as informações serão avaliadas, mediante os pesos atribuídos às diferentes tecnologias viabilizadas, sendo elas 2G, 3G, 4G e NB-IoT.

“A universidade terá uma oportunidade de realizar um trabalho com um conjunto das empresas mais importantes do agronegócio brasileiro e desenvolver um importante pesquisa.  Teremos condição de aproveitar o know-how que a universidade possui e aplicar o projeto aplicado ao ensino e prática dos alunos da graduação”, explica Aziz Galvão, professor da UFV e coordenador do Convênio.

O intuito do levantamento é desenvolver propostas para verificar o aprimoramento do ICR, uma vez que as variáveis atuais são focadas na densidade populacional e, portanto, com maior peso para as áreas urbanas. Assim, a investigação reflete a importância do meio rural e da produção agropecuária brasileira.

“Com este trabalho desenvolvido em conjunto com a UFV, passaremos a ter um indicador que permitirá a edição de políticas públicas baseadas em evidências que nortearão o uso dos recursos públicos”, complementa Ana Helena.

Ainda em parceria com a mesma instituição, a ConectarAGRO desenvolveu um aplicativo de gestão financeira e rentabilidade das propriedades rurais. Direcionado a pequenos agricultores, o projeto visa mensurar os benefícios da conectividade para a agricultura familiar na Zona da Mata de Minas Gerais.

Oferecendo praticidade e facilidade na composição de custos, o aplicativo é fruto de um protocolo de pesquisa que ouviu 100 agricultores da região, sobre diagnóstico e percepção da tecnologia no campo. Em seguida, foram selecionados 25 produtores para a coleta de inventário, análise de movimento de caixa e mapeamento da propriedade.

Na etapa atual, o convênio vem treinando os filhos dos proprietários selecionados para que saibam utilizar todas as funções presentes, potencializando a tecnologia digital direcionada à gestão financeira.  A previsão é de que o app esteja disponível nos próximos meses para Android e IOS.

Nova versão do Simulador de Benefícios calcula os impactos positivos da conectividade

 Tangiblizar a economia promovida pela conectividade ao produtor rural se tornou ainda mais intuitivo com o novo Simulador de Benefícios ConectarAGRO. Em versão atualizada pelo Instituto Eldorado e UFV, a aplicação permite cálculos referentes ao preparo do solo, plantio e semeadura, fertilização, pulverização e colheita. Para se ter ideia, uma fazenda pode reduzir suas despesas entre 3% e 11% ao mês com o uso integrado da internet rural.

Segundo Anselmo Arce, diretor da ConectarAGRO, o Simulador é baseado em dados médios coletados ao longo de estudos científicos e da própria experiência das associadas, quantificando a relação entre redução de custo e aumento de produtividade. “A vantagem é que pode ser acessado pelo smartphone, sem a necessidade de download. Ele também apresenta conteúdos direcionados às etapas da cultura, como guias e artigos”, indica.

Disponível no site da ConectarAGRO,  o Simulador torna-se uma ferramenta aliada do produtor rural para o desenvolvimento sustentável e responsável do campo. Isso porque proporciona recursos como a agricultura de precisão e uma infinidade de novos produtos e serviços habilitados.

Saberes conectados transformam comunidades rurais

Outro ponto focal da Associação para 2023/2024 é o Formação Conectada, projeto articulado em parceria com a Fundação André e Lucia Maggi (FALM) dedicado a fomentar o desenvolvimento social de trabalhadores, educadores e estudantes por meio de soluções tecnológicas em Vilta Itanorte, Campo Novo dos Parecis-MT.

Segundo aponta Ana Helena, a iniciativa já totaliza a capacitação de 80 operadores acerca de interpretação de dados e uso de ferramentas relacionadas à agricultura de precisão. De modo concomitante, o projeto busca viabilizar infraestrutura de distribuição de WiFi nas escolas da região, bem como incentivar a formação continuada de professores acerca das competências digitais e processos de ensino-aprendizagem.

A expectativa é de que o projeto amplie o número de parceiros para atender novas escolas e profissionais do campo por meio de cursos personalizados ao longo dos próximos meses.

Acompanhe a coletiva de imprensa da ConectarAGRO na Agrishow 2023!

Convite ConectarAGRO

Você vai estar na Agrishow?

A nossa Associação, em 2022, ajudou a promover a expansão de mais de 12 milhões de hectares conectados pela rede 4G nas áreas rurais e remotas no Brasil até o momento. O plano é sensibilizar agricultores e formuladores de políticas públicas para a importância da conectividade rural, visando o aumento da eficiência na produção agrícola, além da melhora na qualidade de vida das pessoas que trabalham e vivem no campo. Estes números beneficiam, até o momento, mais de um milhão de pessoas, em 485 municípios, de 12 estados diferentes.

A ConectarAGRO é uma associação civil sem fins lucrativos que visa fomentar a expansão do acesso à internet nas áreas remotas do Brasil para conectar pessoas, máquinas e instrumentos, viabilizando a Internet das Coisas (IoT) na agricultura e pecuária. Para isso, propõe a adoção de uma tecnologia aberta, acessível e simples: 4G, com frequência de 700 MHz. A Associação estará com um stand na feira, pertinho do Centro de Imprensa.

O que acha de passar lá e conversar com um dos nossos porta-vozes sobre a temática?

A nossa Coletiva de Imprensa acontecerá dia 03/05, às 11h no stand da ConectarAGRO (E14). Durante a coletiva, abordaremos temas superinteressantes, atualizações de expansão dos dados que mostram os hectares conectados e projetos promovidos pela Associação, que estão auxiliando, por exemplos, pequenos e grandes produtores rurais.

Esperamos por você!