ESG no agronegócio: de que modo as tecnologias no campo viabilizam as práticas sustentáveis?

Imagem ilustrativa ESG no agronegócio

Frente às demandas do mercado por desenvolvimento de cadeias produtivas conscientes e sustentáveis, o ESG no agronegócio passou a ser uma das palavras de ordem no campo brasileiro. Estamos falando de práticas voltadas à governança ambiental, social e corporativa dentro do setor agrícola. 

Considerando a necessidade de alimentar uma população mundial crescente e, por outro lado, as mudanças climáticas que podem comprometer a produtividade rural, é certo dizer que o tripé ESG veio para ficar.

Atente-se a este cenário: de acordo com a Embrapa, o agro brasileiro alimenta mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. Por outro lado, um estudo do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) indica que o setor foi responsável por 72% das emissões de gases de efeito estufa em 2019. 

Para resolver tal impasse e concretizar a liderança do Brasil no mercado do futuro, os administradores rurais devem focar nas mudanças importantes no setor. Esse alinhamento é possível graças aos benefícios do investimento nas telecomunicações e tecnologias agrícolas. 

O que é a sigla ESG?

A sigla ESG vem do inglês e significa environmental, social and governance (em tradução livre, ambiental, social e governança). Seu uso nas esferas políticas e econômicas foi consolidado com o relatório lançado em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU), chamado “Who Care Wins” (“Ganha quem se importa”).

Fato é que, desde então, os pressupostos do ESG servem para desenvolver cadeias produtivas sustentáveis do ponto de vista ambiental, econômico e social. Eles mensuram como as organizações realizam suas atividades com o menor impacto possível no meio ambiente e com processos administrativos transparentes e igualitários.

Mais do que uma mera tendência, o ESG é resultado de uma intensa demanda da indústria e dos consumidores por maior responsabilidade em suas produções. Ou seja, não basta mais oferecer um produto de boa qualidade, é fundamental demonstrar os esforços de sua empresa em prol do bem coletivo!

Não por acaso, um estudo realizado pelo Google, Mindminers e Sistema B Brasil indicou que as buscas pelo termo ESG aumentaram dez vezes nos últimos dois anos. Já para importantes debatedores no Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), investir em tais práticas é uma vantagem competitiva para o mercado agrícola brasileiro. 

Quanto ao pilar social, por exemplo, a ConectarAGRO vem colocando em prática o Formação Conectada, projeto educacional realizado em colaboração com diferentes organizações que contribuem para o desenvolvimento humano. Em articulação com a Fundação André e Lucia Maggi (FALM), a parceria foca no aperfeiçoamento técnico de profissionais do campo e também na educação tecnológica inserida nas escolas rurais brasileiras.

Além disso, ações governamentais como o Plano ABC, lançado pelo Governo Federal em 2010, seguem como uma das principais bases para ações sustentáveis a partir das tecnologias agrícolas. Incluem-se, de forma prática, os esforços pelo aumento da biodiversidade, uso racional de recursos hídricos e de fertilizantes e sequestro de carbono. 

Qual a importância da tecnologia para o ESG no agronegócio?

Conforme mencionamos acima, o ESG no agronegócio é viabilizado diretamente pela digitalização do campo.  Isso porque as tecnologias agrícolas proporcionam uma sustentabilidade concreta e mensurável.  

Imagine uma fazenda conectada que, por meio de sensores e dispositivos, coleta dados agronômicos em tempo real durante 24 horas por dia. Com informações sobre os processos, os produtores utilizam apenas a quantidade necessária de seus recursos nas plantações, evitando desperdícios e diminuindo aplicações que geram gases de efeito estufa.

Do mesmo modo, as análises preditivas a partir do GPS agrícola, por exemplo, apresentam as áreas exatas que estão assoladas por pragas e doenças. Nesse cenário, o uso de defensivos é localizado, diminuindo o uso geral de substâncias que possam afetar o consumidor final e o meio ambiente. 

Imagem ilustrativa ESG no agronegócio
Créditos: Superbid

Além da perspectiva ambiental e social, a atenção ao ESG no agronegócio faz parte da longevidade de uma empresa: tais ações modernizam as cadeias produtivas da sua fazenda, gerando alto valor agregado por meio de certificações e selos sustentáveis conquistados.

O princípio da rastreabilidade — ou seja, apresentar qual a origem de seus produtos — também garante incentivos financeiros a sua empresa. Para exemplificar, as instituições financeiras concedem taxas de juros menores e maior acesso ao crédito aos produtores alinhados às causas ESG.

Ações conectadas e boas práticas ambientais: confira 2 formas de utilizá-las em sua propriedade 

No mundo da agricultura de precisão, os dados são ativos fundamentais para a produtividade e economia de uma fazenda. Essa definição se estende também às ações ligadas ao E da sigla ESG — ou seja, o eixo ambiental.

Por isso, aqui vão duas formas pelas quais podemos realizar ações sustentáveis. Lembrando que elas são habilitadas pelo pleno acesso a redes simples, interoperáveis e de fácil acesso, conforme promove a ConectarAGRO.

  • Gestão inteligente de irrigação: uso de sensores

A irrigação inteligente se caracteriza pelo monitoramento contínuo sobre a quantidade necessária de água para que uma plantação tenha um desenvolvimento saudável. Esse cuidado é de extrema importância, já que o seu uso em excesso pode gerar gasto de energia elétrica, desperdício e até mesmo problemas de nutrientes no solo. 

Por meio do padrão NB-IoT, os administradores podem investir em sensores capazes de coletar dados sobre a umidade do solo, programando horário e duração das regas até quando for necessário.

Alguns modelos compilam informações como temperatura, radiação solar, umidade e velocidade do vento.

  • Gestão de pulverização: automatização de máquinas

Uma boa técnica de pulverização leva em conta a classificação de doenças e principalmente a extensão das infestações. Além disso, as aplicações devem ser eficientes para o objetivo final ser alcançado. 

Nesse sentido, a automação de máquinas torna a deposição de defensivos mais assertiva por meio do controle variável. Os componentes das máquinas, como reguladores de pressão dos motores hidráulicos e elétricos, também tornam o processo mais sustentável e menos custoso. 

E você, já ouviu falar sobre a sigla ESG? Deixe nos comentários e continue em nosso blog!

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