ConectarAGRO e UFV realizam evento sobre implementação de tecnologias conectadas em pequenas e médias propriedades

Equipe ConectarAGRO e UFV

A ConectarAGRO, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), realizou, no dia 29 de junho, um evento especial para discutir os benefícios das tecnologias de produção aplicadas à agricultura familiar. O encontro, intitulado “Impacto da Conectividade em Propriedades de Pequena e Média Escala: Implementação de Tecnologias”, contou com visitas a propriedades rurais e um workshop com importantes empresas associadas e apoiadoras.  

O evento teve a participação de empresas renomadas do setor, incluindo AGCO, CNHI, iCrop, IHS, Solinftec, TIM, Trimble, Vivo e Yara Fertilizantes. A agenda incluiu a visita dos representantes ao Sítio Venâncio — localizado no município de Coimbra-MG — e à Fazenda do Juka, no município de São Miguel do Anta. Ambas as propriedades foram selecionadas para o piloto de implementação de tecnologias conectadas, com o objetivo de testar e mensurar o impacto da conectividade na produtividade e gerenciamento econômico no agronegócio de pequeno e médio porte. 

“A grande expectativa é mensurar qual o impacto que a conectividade tem no agronegócio e o quanto ela viabiliza a implementação de tecnologias para sistemas produtivos com melhor gestão, maiores produtividades, mais qualidade no produto final, práticas de produção sustentáveis e regenerativas. Além de toda expectativa técnica, espera-se também um impacto positivo na comunidade rural, levando conhecimento para criar uma consciência do importante papel que eles têm sobre a economia local” explica Pamella Moachar, especialista em Inovação Digital na Yara e líder do projeto. 

Além da demonstração dos resultados práticos da conectividade por meio de exemplos reais, os participantes reuniram-se para discutir estratégias direcionadas à difusão e adoção das tecnologias nas fazendas-modelo selecionadas. Durante a ocasião, as empresas da ConectarAGRO realizaram contrapartidas quanto a possíveis maquinários e dispositivos a serem disponibilizados durante o cronograma de testes e implementações.   

“Criaremos um plano de ação definido no workshop em prática para iniciarmos as instalações da torre de conectividade 4G, adaptações aos maquinários, instalações das estações meteorológicas e em seguida, criarmos um cronograma de capacitações para a escola rural e produtores que receberão as tecnologias”, pontua Pamella 

“O evento foi inspirador, marcado pela introdução da conectividade no campo, impulsionando a capacitação e a adoção de novas tecnologias. Foi ressaltada a importância do trabalho em conjunto, visitando e conversando com produtores rurais, professores, vivenciando experiências que fazem toda a diferença na educação rural. O projeto desafiador teve um impacto positivo empolgante, visando transformar o agro no Brasil”, complementa Paola Campiello, gerente de Soluções de Conectividade na CNHi e vice-líder do projeto. 

A segunda e atual fase do projeto é sequência da primeira fase já concluída: um diagnóstico sobre tecnologia aplicado em uma amostra de 100 agricultores, além da coleta de inventário e mapeamento da propriedade de 25 produtores selecionados.  

“A visita representa uma oportunidade única para reunir especialistas, empresas do setor e representantes acadêmicos para compartilhar conhecimentos, experiências e discutir soluções inovadoras para a agricultura de pequena e média escala. A ConectarAGRO e a UFV estão comprometidas em impulsionar a transformação digital no setor agrícola, visando ao desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida no campo” comenta Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO. 

Novas associadas se juntam à ConectarAGRO pela promoção de conectividade no campo

A ConectarAGRO anunciou, durante a Agrishow 2022, a expansão do número de associadas. Ao todo, a entidade agora conta com 34 integrantes especializadas em suas respectivas áreas de atuação.

Além das oito empresas fundadoras – AGCO, Bayer – Climate FieldView, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble – as companhias Energisa e Yara compõem o quadro de associadas prata, trazendo importantes contribuições à iniciativa de melhorar a experiência online do produtor rural.

Atualmente, a entidade também conta com 24 apoiadoras: Agres, AgroTower, DuoDigit, Farmers Edge, IHS, Instituto Eldorado, IoTAG, Khomp, Kyndryl, LOHR, Metos, NLT, Quectel, Squadra, Telit, Udev, Verde Telecom, Vika Controls. As companhias Arable, Biazi, Datora, Fuga pras Colinas, Gilat e Relm Chatral estão entre as novas parcerias anunciadas.

As mudanças no escopo dão continuidade à visão de liderar pautas de conectividade rural no Brasil. Com a chegada de novas companhias, a ConectarAGRO fortalece a conscientização sobre os benefícios da agricultura digital de modo ainda mais integrado. 

Apesar das diferentes atuações, as empresas se reuniram por um objetivo em comum: acelerar a adoção de novas tecnologias nas áreas rurais por meio de soluções abertas, padronizadas e acessíveis – por exemplo, o 4G em 700 MHz.

O vice-presidente, Gregory Riordan, comenta: “os novos integrantes poderão contribuir positivamente para a conectividade e outras soluções importantes que irão compor o ecossistema no meio rural, trazendo novas alternativas para aumentar eficiência, produtividade, controle de custos e a melhora contínua da operação”

De acordo com os comitês operacionais da ConectarAGRO, espera-se que a união entre as associadas gere não só maior visibilidade à demanda pela democratização da conectividade, mas também modelos criativos de negócios e novas soluções tecnológicas. Elas atuarão para sanar necessidades coletivas, fortalecendo o relacionamento entre os diferentes setores da sociedade. 

Com esforços reunidos das associadas, o objetivo é atingir a cobertura de toda a área rural brasileira em até seis anos. Em entrevista à Teletime, a presidente Ana Helena Andrade afirma: “o maior êxito será a Associação não ter mais necessidade de existir porque o Brasil inteiro tem 4G em 700 MHz na área agrícola”.

ConectarAGRO firma parceria institucional com Abag

Apresentação da Abag

A ConectarAGRO e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) realizaram, no mês de abril, um evento online para divulgar a nova parceria institucional entre as duas entidades. Além de apresentar as oportunidades geradas pelo alinhamento, João Comério, diretor do Comitê de Inovação da Abag, indicou os resultados do Position Paper de 2023 — Visão da Inovação e da Competitividade do Agronegócio. 

O documento desenha a conjuntura, os desafios e as mudanças no cenário do agro brasileiro, atualizando as informações obtidas em 2020. Desse modo, o estudo se propõe a traduzir o compromisso das organizações em desenvolver a agricultura no país por meio de ações concretas para o avanço de competitividade no setor.  

Segundo Comério, os principais resultados identificados dizem respeito aos incentivos à captura de valor e inovação. “A percepção é que muito da inovação ainda é focada na iniciativa privada e que há grande necessidade de melhoria nas políticas e incentivos públicos.”, explica.  

Além da infraestrutura, outro desafio do setor se refere aos eixos de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa). Para o diretor do Comitê de Inovação, a melhoria de gestão das empresas do setor e a atenção aos efeitos das mudanças climática é crucial para a consolidação das tecnologias 4.0 nas propriedades rurais.  Inclui-se também a aliança entre startups e empresas para o ganho de eficiência, produtividade e novos modelos de negócio.  

A partir de tais apontamentos, o position paper indica alguns direcionadores estratégicos para guiar os planos de ações, como a aproximação das regulações da realidade do agronegócio nacional, buscando ampliar o fomento à inovação aberta, educação e empreendedorismo.   

“Com esse objetivo, congregamos todos os elos da cadeia, do campo à indústria, distribuição e serviços, sendo fundamental para o fortalecimento do sistema agroindustrial e das relações com governo, iniciativa privada e instituições de ensino”, finaliza Comério. 

O evento fez parte da Hora da Conectividade, ciclo de palestras sobre temas pertinentes à conectividade no campo.  Em edição presencial, o evento fará parte do estande ConectarAGRO na Agrishow 2023. 

Presidente da ConectarAGRO participa de painel na CoopTalks

Painelistas na CoopTalks

Apesar da agricultura representar um percentual significativo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a conectividade ainda é um gargalo que impacta todos os aspectos da produção agrícola. Essa é a conclusão de Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO, que participou do painel “Agrotech e inovação: digitalização do agro brasileiro” durante a quarta edição da CoopTalks, maior congresso digital do cooperativismo agro.  

De acordo com a porta-voz, o gerenciamento de dados habilitado pela internet rural é fundamental para a utilização assertiva dos insumos, impactando a rentabilidade e produtividade da lavoura.  “A gestão racional é dependente da conectividade, e, portanto, mandatória para o agricultor ter, por exemplo, uma irrigação inteligente”, explica Ana Helena.  

Para fora da porteira, a logística também é um eixo a ser beneficiado pela conectividade no campo: “A plena cobertura do 4G em 700MHz integra um transporte de safra por estrada a um navio, reduzindo perdas e aumentando os resultados do produtor rural”, continua.  

Aliar alta performance à conservação dos recursos naturais é também outra discussão na qual as ferramentas digitais se inserem. Não por acaso, a Embrapa listou a intensificação tecnológica e a sustentabilidade como uma das megatendências para o agronegócio até 2050.  

Na perspectiva da presidente da ConectarAGRO, a ligação entre produções agrícolas mais resilientes e conectividade é clara: “Os sistemas agrodigitais são aliados dos agricultores nas tomadas de decisões informadas sobre uso de solo e água. Portanto, a agricultura sustentável de precisão nos permite desenvolver diferentes paradigmas produtivos com novas funcionalidades e oportunidades de negócios”, diz ela.  

 Parceria com cooperativas é caminho para a digitalização do campo 

Durante a ocasião, Kleberson Hayashi, coordenador de Projetos de Inovação da Coopavel, destacou a importância da integração entre universidades, startups, associações e cooperativas para a inovação digital no campo. “Para se ter ideia, há cerca de 1.600 startups agtechs, mas o desafio está na aplicacação da tecnologia. Por isso, deve existir uma parceria entre empresas e cooperativas que possam agregar valor pelo mesmo objetivo: reduzir custos e aumentar produtividade”, aponta. 

 Em concordância, Leandro Carvalho, CEO do ecossistema Supercampo complementa que a instalação de infraestruturas tecnológicas demanda uma ação coletiva de diferentes atores envolvidos, pois as cooperativas possuem suas próprias especificidades. “A tecnologia e inovação não são o principal core business das cooperativas. Por isso, hubs e agtechs são necessários para que possam desenvolver braços de tecnologias nas cooperativas”, pontua.  

 Pensando na digitalização como um processo de transformação comercial e social, Ana Helena de Andrade também salienta a relevância de associações como a ConectarAGRO em tais colaborações: “Parcerias com cooperativas também está no propósito de nossa Associação, que vem trabalhando há três anos pelas soluções mais aderentes às necessidades dos agricultores. Para isso, sabemos que levar conectividade a áreas agrícolas passa pelo investimento público e privado”, finaliza.  

ConectarAGRO é destaque na Agrishow 2022 com lançamento de Simulador de benefícios da conectividade

Simulador - ConectarAGRO

A ConectarAGRO foi destaque durante a Agrishow 2022, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, realizada entre os dias 25 a 29 abril, em Ribeirão Preto-SP. Entre os 800 expositores nacionais e internacionais, a Associação marcou presença no evento com uma série de novidades, como o lançamento do Simulador gratuito de benefícios da conectividade, a divulgação dos resultados alcançados e dos projetos educacionais em andamento.

Formada por companhias engajadas em democratizar a agricultura digital e promover a inclusão digital, a ConectarAGRO busca fomentar a expansão da conectividade nas áreas rurais do Brasil e conscientizar os agricultores sobre as vantagens da tecnologia 4G em 700MHz. São associadas as empresas: AGCO, Climate FieldView, CNH Industrial, Energisa, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM, Trimble e Yara. A Associação também conta com 26 companhias apoiadoras, ainda com novas empresas no processo de entrada.

Diante do compromisso em tornar o agro mais conectado e produtivo, a ConectarAGRO atuou na Feira como uma facilitadora engajada em promover a conectividade entre pessoas, máquinas e coisas por meio de tecnologias simples e abertas para todas as pessoas. O intuito é de que sua utilização seja como na cidade, isto é, acessível e disponível em qualquer dispositivo habilitado.

 

Simulador de benefícios da conectividade: o que o bom uso da conectividade proporciona?

Com o propósito de demonstrar a economia que o bom uso da conectividade proporciona, a ConectarAGRO lançou um Simulador gratuito do impacto da conectividade na performance de uma fazenda. A partir de variáveis como gestão eficiente de irrigação, gestão de produção digitalizada, comunicação e redução de CO2, o Simulador quantifica a relação entre redução de custos e aumento de produtividade. A eficiência operacional de uma propriedade rural conectada, por exemplo, pode aumentar em até 15%.

De acordo com o líder do Comitê Institucional da ConectarAGRO, Felipe Carvalho, a aplicação foi estruturada a partir de dados de soluções fornecidos pelas empresas associadas, evidenciando a importância do trabalho em equipe para o progresso no campo. 

Em versão beta, a ferramenta possui uma proposta evolutiva, de maneira a ser aperfeiçoada e transformada com a contribuição livre de todos os interessados em participar dessa construção colaborativa. A partir do futuro aprimoramento das informações cedidas, ela também apresentará segmentações por cultura e outras melhorias. Caso queira contribuir, envie um e-mail para: simulador@conectaragro.com.br.

O Simulador, que pode ser acessado no site da ConectarAGRO, faz parte da estratégia de estimular a agricultura digital a partir da coleta e monitoramento de informações, demonstrando os benefícios das aplicações conectadas. Assim, torna-se um elemento imprescindível para o desenvolvimento sustentável e responsável no campo.

 

O amanhã do agronegócio é construído hoje

Segundo o Ministério da Agricultura, 73% das propriedades rurais não estão conectadas. Significa afirmar que, apesar do uso ascendente de máquinas digitais no campo, os dados produzidos pelos equipamentos ainda são subaproveitados. Os pequenos, médios e grandes produtores perdem tempo, dinheiro e produtividade, ao passo que as informações coletadas pelos equipamentos não são transmitidas instantaneamente às centrais de controle. 

Entretanto, a ConectarAGRO vem trabalhando para mudar essa realidade. É o que mostram os dados apresentados pela associação durante a Agrishow 2022: a partir da rede de suas associadas, contabilizam-se oito estados cobertos com 4G em 700MHz: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo e Rio Grande do Sul. 

A entidade também anunciou uma expansão de 6,2 milhões de hectares cobertos para mais de 7 milhões. Em adição, a ConectarAGRO atuou para a conectividade de áreas remotas e rurais de 220 cidades, além de mais de 15 milhões de hectares pela tecnologia Narrow Band IoT (NB-IoT) – rede para interligação de sensores, capaz de conectar dispositivos com baixo consumo de bateria e maior alcance. 

Para fins de exemplo, o uso do padrão NB-IoT permite que produtores monitorem seus ativos a distância e acessem dados qualificados sobre o clima, e muito mais, no local de plantio e colheita. 

Outros benefícios da conectividade encontram-se, por exemplo, no videomonitoramento de fazendas e gestão de equipes no campo em tempo real.

Dessa forma, o movimento estimulou a conectividade de 30 mil quilômetros de rodovias, totalizando quase 1 milhão de pessoas beneficiadas, além de 140 escolas rurais públicas e 31 unidades básicas de saúde rurais conectadas. 

A inclusão estende-se à toda cadeia produtiva: “essa conectividade não beneficia só agricultura ou aquele produtor, por ali passam rodovias federais e estaduais, estradas vicinais, que por ali circulam as nossas cargas”, aponta o diretor de Tecnologias Digitais e de Precision Solutions & Telematics da CNH Industrial e vice-presidente da Associação, Gregory Riordan, em entrevista à Rádio Massa FM.

Em entrevista à CBN Agro, a nova presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade, afirma: “as cooperativas serão fundamentais para promover a inclusão produtiva de pequenos e médios produtores”.

Entrevista exclusiva com o membro do Conselho Gestor do Fust, Marco Morato de Oliveira

Marcos Morato de Oliveira em entrevista

Com o objetivo de ampliar os serviços de telecomunicações no território brasileiro, o novo colegiado do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) é composto por agentes do Governo Federal, pelas agências de telecomunicações e pelos representantes da sociedade civil. Em entrevista concedida à ConectarAGRO, o coordenador de Energia e Meio Ambiente do Sistema-OCB e membro do Conselho Gestor do Fust, Marco Morato de Oliveira, fala sobre a importância do Fundo para o desenvolvimento social do Brasil e, sobretudo, para o fomento à conectividade no campo. 

ConectarAGRO: Qual o propósito do Fust e qual sua importância no desenvolvimento econômico e social do Brasil?  

MARCO: O Fust foi pensado inicialmente como um fomento à universalização da telefonia fixa, entretanto foi pouco utilizado graças ao processo de privatização do setor de telefonia. Dessa forma, em parceria com organizações e entidades — como a OCB, CNA e a própria ConectarAGRO —, buscamos transformá-lo em um fundo de recursos útil para a sociedade a partir de um pleito que pense em levar modernidade e conectividade a todo o território brasileiro. Este foi um trabalho feito no Projeto de Lei que tramitou no Congresso Nacional, além do Decreto do Governo Federal sobre as áreas de investimento em Internet das Coisas, como as cidades, os setores da saúde, da agricultura e da educação. Nosso grande mote é levar conectividade a todos os cidadãos do Brasil, e o desafio do Fust é ser eficiente na gestão dos recursos para a universalização do campo. Em síntese, o Fundo é importante para levar tecnologia e qualidade de vida aos brasileiros que estão na área rural, tornando nosso agro mais eficiente e competitivo. Outro ponto são as mudanças climáticas pelas quais os recursos naturais se tornam escassos. A neutralidade de carbono pode ser atingida graças às tecnologias no campo e à digitalização de processos mais sustentáveis.

ConectarAGRO: Quais os objetivos do novo Conselho Gestor no que se refere à conectividade no campo? 

MARCO: Fundamentalmente, nosso objetivo é aprovar uma arquitetura eficiente para a aplicação dos recursos do Fust, ou seja, definir quais são as regras para reembolso, os limites de spread do administrador do fundo e dos seus agentes financeiros associados. Trata-se de um papel de direcionamento e norteamento para o repasse dos recursos. 

ConectarAGRO: É possível dizer de que forma os recursos do Fust serão operacionalizados e implementados na ampliação da conectividade em áreas rurais? 

MARCO: Na segunda reunião ordinária do Conselho Geral do Fust, criamos um grupo de trabalho dedicado ao agro, com a previsão de debates sobre propostas de subprogramas voltados a esta ampliação. Ainda estamos construindo tal arquitetura, mas já buscamos trabalhar em soluções mais amplas no que se refere à conectividade em áreas rurais. 

ConectarAGRO: Para além das cadeias produtivas, como o Conselho Gestor do Fust prevê a destinação de recursos para a expansão do 4G e, consequentemente, a conectividade de escolas públicas e unidades básicas de saúde rurais, por exemplo? 

MARCO: Nossa premissa é levar a melhor tecnologia ao menor custo possível, ou seja, fomentar um padrão de conectividade eficiente que atenda às demandas dos produtores rurais. Ainda não segmentamos as tecnologias a utilizar, entendemos que o 5G é uma tecnologia excelente, porém o 4G já atende plenamente ao conceito de agricultura de precisão. Em termos de dinâmicas, por exemplo, o solo pode ser compactado se aplicamos muita velocidade na máquina de implemento agrícola. Apesar de olharmos para o futuro, hoje a velocidade do 5G ainda não é necessária em nossa perspectiva atual.  Isso reforça o nosso propósito de ter a tecnologia mais aderente possível a partir de uma modicidade tarifaria — isto é, um valor pelo qual os agricultores possam pagar. Assim, independente da tecnologia aplicada, buscamos levar conectividade para o desenvolvimento das comunidades rurais. 

ConectarAGRO: Na sua opinião, qual a importância da presença de organizações de cooperativas e confederações de agricultura no Conselho Gestor do Fust para o desenvolvimento de políticas de acesso à internet em áreas rurais e remotas? 

MARCO: Nossa presença é de grande importância, uma vez que os encaminhamentos deliberados pelo Conselho serão mais robustos a partir dos apontamentos da OCB, CNA e até mesmo do Ministério da Agricultura. Assim, o agro pode contribuir e usufruir dos benefícios direcionados à sociedade.

ConectarAGRO: O Conselho Gestor deu início aos primeiros encontros e já estabeleceu algumas regras para aplicação de recursos do Fundo. Para você, quais são os pontos de destaque até agora e quais os próximos passos do colegiado? 

MARCO: Entre os pontos principais, destaco a aprovação do orçamento anual do Fust para 2022 e 2023, além da arquitetura de aplicação dos recursos, ou seja, a determinação de spread tanto para os gestores do fundo quanto para os agentes financeiros conveniados, com o objetivo de chegarmos ao menor custo transacional possível para os investidores. Deliberamos também que 2% dos recursos não reembolsáveis do Fust sejam destinados à elaboração de estudos que auxiliem nas tomadas de decisões do Conselho. Ademais, podemos citar a própria criação do grupo de trabalho dedicado ao agro e à educação, pois as escolas sem conectividade estão em áreas rurais. Para os próximos passos, definiremos os subprogramas fomentados pelo Fust. Assim, buscamos ter a visão dos diferentes setores presentes no Conselho para somarmos os diversos layers de conhecimento e cumprirmos a finalidade do Fundo.

ConectarAGRO e Banco do Brasil assinam Memorando de Intenções durante o Seminário 5G.BR

membro da ConectarAGRO e Banco do Brasil em evento

A ConectarAGRO e o Banco do Brasil assinaram, no dia 11 de agosto, um Memorando de Intenções para a democratização do alcance à informação, ao conhecimento e à cultura da conectividade nas áreas rurais e seus benefícios. A parceria foi anunciada no estande do Banco do Brasil durante o Seminário 5G.BR, evento realizado pelo Ministério das Comunicações (MCom), em São Paulo.

A assinatura oficial contou com a participação da presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade; do líder do Comitê de Expansão da Associação, Renato Bueno; e do diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Antônio Carlos Wagner Chiarello.

O memorando de entendimento reforça o foco da Associação em promover a conectividade nas áreas rurais e remotas brasileiras. A colaboração poderá ser vista na produção de conteúdos, participação em palestras, cursos, eventos e workshops

“Com este Memorando de Intenções, reforçamos nosso compromisso em estimular o ecossistema para novas soluções de produtos e serviços, incentivando, assim, a adoção da conectividade no campo que irá revolucionar a forma de produzir, facilitando a integração e a gestão de toda a cadeia produtiva, além de aumentar a qualidade e a competitividade dos trabalhadores rurais”, afirma Ana Helena de Andrade. 

“Para o Banco do Brasil, é motivo de muita satisfação e alegria poder realizar e celebrar essa parceria com a ConectarAGRO, que visa apoiar e disseminar informações sobre a conectividade no campo para produtores rurais com o objetivo de fomentar um novo ciclo de desenvolvimento”, enfatiza Antônio Carlos Wagner Chiarello. 

Além do anúncio da parceria, a ConectarAGRO teve uma área própria dedicada no estande do Banco do Brasil, na qual demonstrou a colaboração entre as suas associadas a partir de vídeos e apresentação de produtos e serviços. A Associação endereçou os benefícios da conectividade aberta, acessível e interoperável por meio da exposição de antenas e smartphones.

“O agro conectado é mais produtivo. Por isso, temos a necessidade de disseminar conhecimento, para que cada vez mais produtores rurais estejam incluídos digitalmente e, consequentemente, socialmente. Pensando não só na produtividade, como na aproximação dos serviços públicos, educação, integração com facilidades da vida urbana e qualidade de vida.” reforça Renato Bueno. 

A partir de tal cooperação, a ConectarAGRO espera desenvolver novas ações voltadas à conectividade como habilitadora da eficiência, sustentabilidade e produtividade no campo. A intenção da Associação é que até o fim do ano 13 milhões de hectares recebam o sinal de internet.

Presidente da ConectarAGRO participa de painel sobre agronegócio, tecnologia e integração durante o 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio

palestrantes no Congresso ABAG 2022

No dia 01 de agosto, a presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade, participou do painel de discussão sobre agronegócio, tecnologia e integração durante o 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio. Entre os principais temas defendidos pela porta-voz, estão o uso do 4G em 700MHz no campo e as contrapartidas do leilão 5G para a implementação de tecnologias de telecomunicações viáveis para o agronegócio.  

Estiveram presentes também o presidente da Embrapa e mediador da mesa, Celso Moretti, o presidente do Conselho de Administração do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Luís Pogetti, e o conselheiro da Rede ILPF, Renato Rodrigues. Além da conectividade no campo, os participantes discutiram outros temas fundamentais para o agro, como os desafios das mudanças climáticas na produção de cana-de-açúcar e o mercado regulado de carbono. 

“Integrar para fortalecer” é o mote do evento

Reforçando o tema principal do evento, Ana Helena apontou que estamos vivendo a integração entre duas importantes áreas do conhecimento — Telecomunicações e Ciências Agrárias —, uma vez que a agricultura digital precisa de uma infraestrutura específica para ser aplicada. 

“As cidades possuem uma média de conectividade em 98%, mas o campo, que responde por quase 27% do nosso PIB, não tem a mesma realidade: a conectividade nesta região é menos que 15%. Esta é uma preocupação para muitas empresas e principalmente para o agricultor, pois ele busca novas tecnologias para ser competitivo”, pontuou. 

É nesse sentido que a ConectarAGRO se desenvolve com o propósito de fomentar a implantação de infraestrutura de telecomunicações em áreas rurais. A presidente da Associação afirma: “Trabalhamos para implementar estas tecnologias por meio de políticas públicas e privadas que possam viabilizá-las. Queremos um agro mais produtivo por meio de tecnologias disponíveis nas máquinas, nos insumos e nos desenvolvimentos de startups e universidades”. 

O real impacto do 5G no agronegócio brasileiro

Outro ponto de discussão relacionada à conectividade foi o real impacto da quinta geração de banda larga no agronegócio brasileiro. Segundo a porta-voz da ConectarAGRO, o 5G será claramente disruptivo para as cidades, mas ainda não há uma demanda por esta rede em baixíssima latência no campo. 

Mesmo com o 5G chegando nas grandes cidades, sua geração anterior ainda é mais viável e compatível com a realidade dos produtores rurais, os quais buscam uma tecnologia simples, acessível e de alta cobertura.

“Quando falamos em 4G em 700MHz, estamos falando de uma torre cobrindo um raio de 35 mil hectares. Se fossemos cobrir este mesmo espaço de terra com o 5G nas atuais frequências autorizadas, precisaríamos de sete torres. Para uma área produtiva, é uma maior perda de espaço, pois deixamos de ter áreas contínuas de cultivo para interrupções de instalações de infraestrutura”, explicou Ana Helena.

Por isso, a importância das contrapartidas do leilão 5G: “Ele será revolucionário do agro, pois viabilizará o 4G para os agricultores. Pela primeira vez, o leilão de concessão de uso dessa frequência colocou como contrapartida que o campo deva ser conectado com o 4G em 700MHz”, complementou.

Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) pode ampliar o Agro 4.0 

Um dos pilares da ConectarAGRO está nos projetos educacionais, os quais buscam a inclusão digital das pessoas que trabalham no campo por meio de capacitações que desenvolvam as competências para as novas tecnologias. 

 “A ideia da ConectarAGRO é atender à demanda do agricultor por tecnologia e mão-de-obra, pois sabemos que a telecomunicação é um fator de retenção de pessoas no campo. É muito difícil um agrônomo se formar na cidade e ir trabalhar em um lugar onde não pode usar Youtube ou Google. Deve existir uma verdadeira inclusão entre estrutura, pessoas, máquinas e coisas”, disse a porta-voz. 

Entretanto, para a ampliação do agro 4.0 e, consequentemente, a inclusão do campo brasileiro no processo de digitalização, a formação de políticas públicas é de grande importância: “Temos em curso a revisão do Fundo de Universalização de Telecomunicações com um novo Comitê Gestor, e é nossa obrigação acompanhar o uso desses recursos que todos nós pagamos mensalmente para que o campo brasileiro tenha a cobertura de telecomunicação que precisa e merece”, finalizou Ana Helena.

ConectarAGRO realiza ciclo de palestras durante a Expointer 2022

A ConectarAGRO integrou um ciclo de palestras sobre telecomunicações e telemetria no campo durante a 45ª Expointer, feira realizada entre os dias 23 de agosto e 03 de setembro em Esteio-RS. Apresentada no estande do Banco do Brasil, a Hora da Conectividade contou com a participação do membro da Associação, Ravel Dagios, e do líder do Comitê Técnico, Ricardo Graça. 

Durante a apresentação de conceitos básicos sobre tecnologias no campo, a conectividade foi destacada como habilitadora da produtividade agrícola e da integração de agricultores à vida urbana. ”Entre os diversos benefícios da conectividade no campo, podemos destacar o monitoramento de dados, o acesso às novas tecnologias e até mesmo a educação técnica e formal dos produtores rurais”, apontou Ricardo Graça.

De acordo com o porta-voz, entre as redes que viabilizam as tecnologias sem fio embarcadas nas máquinas e tratores, o 4G em 700MHz é a opção mais aderente às necessidades das propriedades rurais. Isso porque é um padrão aberto, acessível e simples em que tanto o grande quanto o pequeno produtor podem operá-lo, pois utilizam o mesmo sinal já existente das cidades.  

“O 4G em 700MHz suporta a comunicação de videochamadas, voz e arquivos. Por ser 100% digital, é utilizado no acompanhamento de dados em tempo real, no monitoramento climático e no uso de drones on-line”, pontua Graça

Outro padrão de tecnologia citado é o NB-IoT: “Em conjunto com o próprio 4G, a Internet das Coisas conecta os sensores das máquinas, fornecendo telecomando e análise de dados a longa distância sob uma bateria de alta duração. Logo, a agricultura de precisão resulta em novos modelos de negócios competitivos”, complementou o porta-voz. 

São essas estruturas que tornam possível a telemetria em máquinas agrícolas, assunto da palestra realizada por Ravel Dagios. Segundo o membro da ConectarAGRO, a tecnologia refere-se à consolidação e medição de dados de interesse para os operadores, como o consumo de combustível, a distância percorrida pelos maquinários, a temperatura do motor e a localização do veículo.

Para Dagios, “a telemetria permite o gerenciamento das operações de qualquer lugar a qualquer instante, garantindo um aperfeiçoamento das cadeias produtivas e do monitoramento de desperdício da produção”. Tal otimização é fundamental em um cenário no qual observamos o aumento da população mundial e, consequentemente, a alta demanda por alimentos. 

Nesse sentido, a AGCO Connect apresenta-se como uma solução de gerenciamento de frotas agrícolas. Com o uso de sensores, o sistema fornece a uma variedade de sinais de dados para os clientes e técnicos de serviço, como tempo de atividade e ociosidade das máquinas, horas de trabalho e velocidade média dos veículos. Sob uma interface facilitada, as recomendações podem ser acessadas no portal web e no aplicativo de celular — o qual está disponível para Android e IOS.  

“Ao consolidar dados telemétricos, a AGCO Connect melhora a eficiência operacional do cliente e diminui os custos de produção. Graças ao nosso suporte proativo, a disponibilidade e a produtividade dos equipamentos são aumentadas”, elucida Dagios

Ainda de acordo com o porta-voz, o aplicativo reúne mais de 39.000 máquinas conectadas com telemetria e cerca de 10.000 logins a cada semana. Além disso, já foram enviados mais de 400 alertas proativos com informações de como proceder em um evento de máquina específico.

ConectarAGRO reforça parceria com Banco do Brasil no Metaverso do BB Day

Reforçando a parceria institucional com o Banco do Brasil, a ConectarAGRO esteve presente no Metaverso do BB Day, reunião anual do Banco do Brasil com investidores, analistas, clientes e demais partes interessadas para discussão das estratégias, negócios e resultados.

Realizado no dia 22 de setembro, o evento foi a primeira reunião pública com o mercado investidor a partir de uma experiência disponível no metaverso. A exposição contou com diversos porta-vozes do Banco do Brasil e espaços como Teatro, Espaço Jovem, Praça APP BB, BB e Sociedade, Ponte A5G, Agência BB, Loja BB, Atendimento Especializado e a Feira Agro, onde a ConectarAGRO apresentou sobre sua atuação na conectividade do campo.

Na Feira Agro, era possível ter acesso a produtos, serviços, informações e inovações voltadas para o universo do Agronegócio e a Associação expos os benefícios da conectividade, baseados em fatos e dados. 

“Estar presente no Metaverso do BB Day reforça nosso esforço e compromisso em incentivar a adoção da conectividade no campo, procurando sempre disseminar conhecimento, em todos os espaços possíveis. O agro conectado é mais produtivo. Nosso desejo é que cada vez mais produtores rurais estejam incluídos digitalmente e, consequentemente, socialmente.” afirma Ana Helena de Andrade.