Comitê Técnico – iniciativas em 2023

O Comitê Técnico da Associação ConectarAGRO fechou o ano de 2023 consolidando-se como um agente proativo, direcionando suas principais iniciativas para estudos e análises técnicas que impulsionam o setor agrícola rumo a um futuro mais conectado e eficiente. 

Iniciativas notáveis 

Uma das contribuições mais significativas do Comitê Técnico foi a criação e implementação do “Indicador de Conectividade Rural”, uma ferramenta essencial para avaliar e quantificar os avanços na conectividade no campo. Este indicador não apenas fornece uma visão clara da situação atual, mas também orienta estrategicamente futuras ações para aprimorar a infraestrutura de comunicação nas áreas rurais.  

Colaborações estratégicas 

O Comitê Técnico promoveu reuniões construtivas com entidades-chave, como o Cert.Br e a Anatel, fortalecendo o diálogo entre o setor agrícola e as instituições reguladoras. Além disso, a parceria com a Esalq/ CPP e a contratação da UFV (Universidade Federal de Viçosa) demonstram o compromisso do Comitê em buscar expertise técnica para embasar suas ações.  

Posicionamento estratégico da Associação 

O desenvolvimento do “Position Paper” da entidade em relação às tecnologias reflete o comprometimento do Comitê Técnico em fornecer uma diretriz clara e embasada para o setor. Analisar a proposta do MAPA para a ampliação da conectividade, explorando o potencial do uso da TV Whitespace, demonstra a abordagem proativa do Comitê na busca por soluções inovadoras. 

Resposta efetiva a demandas setoriais 

O Comitê Técnico encaminhou com sucesso a solicitação da AMPA para a interoperabilidade de máquinas e conectividade, mostrando uma resposta efetiva às necessidades específicas do setor agrícola. O acompanhamento do desenvolvimento do Simulador 2.0 (GT Simulador) posiciona o Comitê na vanguarda das ferramentas tecnológicas destinadas a aprimorar a eficiência operacional no campo. 

Comitê Institucional — principais iniciativas em 2023

O Comitê Institucional da Associação ConectarAGRO encerrou o ano de 2023 com conquistas significativas, desempenhando um papel fundamental na promoção da conectividade no campo.  

Responsável pela aproximação da entidade junto às autoridades do Executivo e Legislativo e pelo contínuo trabalho de fortalecimento das pautas ligadas à conectividade no campo e pela promoção de políticas junto aos poderes públicos e entidades, o Comitê traçou estratégias e estabeleceu parcerias estratégicas que impactam diretamente a evolução da conectividade no setor agrícola. 

Parcerias estratégicas com entidades-chave 

O Comitê Institucional consolidou parcerias estratégicas com entidades de renome, visando impulsionar a conectividade no campo. Destacam-se colaborações com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) para o Programa Rural + Conectado, além de relacionamento com entidades como AgGateway, Anfavea, Banco do Brasil e SAE. Essas parcerias abrangem desde a interoperabilidade de máquinas até a inserção de conectividade e serviços no MCR (Moderfrota), demonstrando o alcance abrangente e multifacetado das ações do Comitê. 

Diálogo constante com autoridades de destaque 

 O Comitê Institucional ainda manteve um diálogo próximo com as principais autoridades do país, incluindo o secretário de Telecomunicações do Ministério de Telecomunicações e presidente do FUST, Maximiliano Martinhão. Os relacionamentos estratégicos incluíram membros do Comitê Gestor do FUST, integrantes do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA) e representantes da Anatel. Essas reuniões frequentes fortaleceram a colaboração entre setores público e privado em prol da conectividade rural. 

 Participação ativa em frentes parlamentares e programas estaduais 

O Comitê Institucional da ConectarAGRO também esteve envolvido em frentes parlamentares, como a Frente Parlamentar do Agronegócio, consolidando-se como voz ativa no diálogo entre o campo e o legislativo. Além disso, tratativas com secretários de Fazenda e Agricultura de Estados como Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo destacam a abrangência das ações do Comitê em níveis estaduais. 

 

Entrevista com Erika Michalick, líder do projeto educacional Formação Conectada

ConectarAGRO: Segundo relatório do TIC Educação, quase metade das escolas brasileiras em áreas rurais seguem sem acesso à Internet. Outro desafio apontado pelo estudo é a falta de habilidade dos professores para realizar atividades educacionais com os alunos por meio do uso de tecnologias. Pensando nesse contexto, de que modo o Formação Conectada busca preencher tais lacunas na educação rural? 

Erika Michalick: Este é um desafio da Educação como um todo. Segundo dados da Unesco, na pré-cúpula da educação transformadora em 2022, muitos serão os esforços para conseguir levar o desenvolvimento à área escolar. Dentro desses impasses, a atratividade e o uso da conectividade são pautas constantes na transformação. O Brasil e suas diversas realidades vêm apresentando tais discussões em todas as esferas. Observamos alunos e professores externalizando o desejo de inclusão digital, mas vemos também os desafios de estrutura e pedagogia. A Associação ConectarAGRO tem se colocado na pauta, trazendo as vantagens da internet no campo tanto para o produtor como para todo tecido social que está ao redor das localidades onde os equipamentos são instalados. Porém, não é só sobre acesso, é fundamental entender como e onde a conectividade deve ser explorada. As escolas precisam de infraestrutura desde a avaliação de sinal, equipamentos de distribuição, equipamentos de manuseio pedagógico — como computadores, tablets, entre outros recursos —, até a educação complementar aos professores de como inserir a tecnologia nas aulas para torná-las mais atrativas e estimuladoras aos alunos. 

ConectarAGRO: Considerando os objetivos do Formação Conectada, qual a importância da conectividade na educação de alunos das escolas rurais? Do mesmo modo, quais os principais impactos positivos na formação continuada dos educadores? 

Erika Michalick: Das grandes narrativas que encontramos nas escolas aonde chegamos, são alinhamentos dos professores para o uso da conectividade (como usar ferramentas) e para a integração das matérias cotidianas dos alunos. No caso do ambiente rural, a vantagem é a possibilidade das chegadas e atualizações dessas ferramentas por meio das comunidades online existentes para professores. Porém, temos que destacar que, para os alunos que

experimentaram aulas adaptadas do modelo tradicional para o virtual durante a pandemia, será preciso um letramento digital complementar a fim de engajar novamente o contexto escolar. Aqui, pontuamos técnicas e recursos extras para tornarmos atrativas as aulas presenciais. Recursos bem utilizados serão importantíssimos, e a formação continuada desse educador é fundamental. 

ConectarAGRO: De que forma o investimento do projeto em recursos tecnológicos e em capacitações voltadas a ferramentas digitais e práticas pedagógicas geram retorno econômico e social ao campo? 

Erika Michalick: Somente o futuro breve nos responderá na totalidade. Contudo, desde já sabemos que o tecido social formado e integrado à tecnologia gera mão de obra mais digitalizada, assim como inovação local em recursos que podem auxiliar toda a sociedade. Falamos de aplicativos, serviços online e até soluções para diversos problemas sociais, uma vez que o “campo” deve ser receptivo à produção criativa e inovadora. 

ConectarAGRO: É possível apontar os principais marcos e conquistas do Formação Conectada até o momento? Além disso, quais serão as próximas etapas para 2023? 

Erika Michalick: Para nós, os avanços de diálogos e investimentos para a inclusão de recursos em alguns estados têm sido uma surpresa boa. Esse será o desafio de alguns anos ainda. Diálogo multissetorial é e será fundamental para os avanços futuros. A escuta dos professores e alunos também nos trouxe grandes conquistas para a assertividade dos percursos formadores e dos recursos complementares dedicados à aceleração do desenvolvimento escolar. Para 2023, temos como metas a conclusão do piloto, o monitoramento dos resultados ao longo do ano e as atualizações necessárias. Acreditamos que a expansão dos projetos poderá ocorrer em breve. 

Com mais de 40 membros online, edição da Hora da Conectividade discute principais resultados do Convênio ConectarAGRO-UFV

Buscando apresentar os principais resultados de sua parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a ConectarAGRO realizou, no final de janeiro, mais um encontro da Hora da Conectividade. Com o objetivo de discutir o real impacto da agricultura digital em pequenas e médias propriedades, o encontro on-line contou com a presença de Ana Helena de Andrade, presidente da Associação, e do professor e líder do projeto de extensão, Aziz Galvão

De acordo com Galvão, o Convênio ConectarAGRO-UFV visa criar instrumentos e aplicações que mensurem os benefícios da conectividade para a agricultura familiar e o controle financeiro de propriedades rurais, especificamente na Zona da Mata de Minas Gerais. 

Durante a primeira etapa do projeto de extensão, os alunos participantes aplicaram um questionário de diagnóstico e de percepção da tecnologia em uma amostra de 100 agricultores. Os principais resultados indicam que 85% das propriedades rurais visitadas possuem acesso à internet, sendo 49% delas conectadas por redes via rádio privadas. Ainda, 67% dos produtores utilizam as redes para compras de insumos. 

“Com uma média de 5 a 30 hectares, os agricultores utilizam a internet para acompanharem commodities e informações climáticas. O que também nos surpreende é a percepção do papel da conectividade para segurança e atendimento médico. Ou seja, aliamos a questão econômica ao impacto social”, apontou o líder do projeto. 

A segunda etapa dedicou-se à capacitação e desenvolvimento de materiais para a mensuração de rentabilidade das propriedades. Dessa forma, 25 produtores foram selecionados para coleta de inventário, análise de movimento de caixa e mapeamento da propriedade. 

“Nesse sentido, as ferramentas de agricultura de precisão nos auxiliaram na obtenção de mapas das áreas de produtividade. Também serviram de apoio para a análise do valor atual da terra por meio da declividade apontada por softwares de geoprocessamento”, explicaram os alunos integrantes da AgroPlus-UFV. 

Aplicativo de controle financeiro faz parte das próximas ações

A partir dos resultados analisados, o grupo de trabalho desenvolveu um aplicativo — ainda em fase de testes e protótipos — para que os agricultores tenham um controle financeiro e mensurem a rentabilidade de suas propriedades rurais. Os principais indicadores presentes no instrumento envolvem aspectos econômicos, de fluxo de caixa e de balanço patrimonial.  

Ainda segundo Aziz Galvão, o recurso de composição de custos deve ser prático e fácil: “a ideia é que seja um aplicativo simples, mas usado pelos pequenos e médios agricultores para terem uma visão econômica, financeira e contábil de suas fazendas”. Para Ana Helena de Andrade, “o principal aspecto do aplicativo é a explicação e o estudo das propriedades de pequena e média escala, as quais são responsáveis por levar o alimento ao nosso prato”. 

A próxima fase do Convênio ConectarAGRO-UFV compreenderá o amplo acompanhamento e a capacitação dos agricultores selecionados. Para isso, a Associação se organizará internamente entre suas associadas para a oferta de tecnologias que auxiliem na mensuração do impacto da conectividade nas áreas rurais.  

“Este projeto é um retrato fidedigno dos resultados que serão mais bem alcançados com a disponibilização das tecnologias de nossas empresas associadas e apoiadoras. Por isso, contamos com a colaboração de todas e todos”, finalizou Ana Helena de Andrade

Sua empresa faz parte da ConectarAGRO e gostaria de participar do projeto? Entre em contato nosso coordenador geral: caiquepaesdebarros@conectaragro.com.br.

ConectarAGRO divulga novo mote para 2023

Reforçando o propósito de fomentar a expansão do acesso à internet nas áreas rurais do Brasil, a ConectarAGRO acaba de divulgar o novo mote que permeará as atividades da Associação durante o ano de 2023. Com o slogan “Conectar o campo, alimentar o planeta”, a organização sem fins lucrativos busca destacar o papel da conectividade na consolidação do Brasil como celeiro mundial por meio da eficiência, inclusão e rastreabilidade da produção. 

Proposto em votação interna pelo Comitê de Marketing e Comunicação e aprovado pela Diretoria, o novo lema será desdobrado em ações de comunicação com foco na convergência de políticas e organizações pela agricultura digital, as quais pautarão a característica sustentável do agro brasileiro. 

A iniciativa da ConectarAGRO se alinha ao desafio de aumentar a produção de alimentos frente a uma população mundial crescente com maior poder aquisitivo e alta expectativa de vida. Nesse sentido, as tecnologias digitais são instrumentos fundamentais para a ampliação do conhecimento baseado em dados e fatos para maior produtividade sob menor uso de recursos naturais.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a modernização da agricultura brasileira nas últimas duas décadas resultou em um aumento de 250% na produção de grãos, com apenas 50% na expansão de área plantada. Ainda de acordo com o órgão público, a tecnologia utilizada na intensificação dos sistemas de produção ajudou o país a preservar mais de 60% de sua vegetação nativa. 

Nesse sentido, o novo slogan da Associação atende também ao papel da inovação agrícola no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A agricultura de precisão habilitada pela conectividade contribui para ações como eficiência do uso de insumos e de recursos hídricos e monitoramento de produção para diminuição dos impactos ao meio ambiente. 

“O agro brasileiro alimenta o mundo. Dessa forma, o novo mote demonstra como a digitalização da agricultura traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, empoderando agricultores a partir de tomadas de decisões baseadas em dados e fatos. Para isso, nosso propósito continua o mesmo: promover as telecomunicações no campo para que a produtividade agrícola se torne ainda mais acelerada e sustentável”, elucida Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO.  

ConectarAGRO realiza encontro em sede da Anfavea para balanço anual e ações estratégicas para 2024

Neste mês, a ConectarAGRO conduziu uma reunião com sua diretoria, comitês e grupos de trabalho estratégicos na sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O encontro, marcado pela análise do balanço anual e pela delineação do plano de ações para o próximo ano, enfocou discussões sobre pautas pertinentes à Associação como atuante principal na promoção da conectividade rural.

A agenda da reunião incluiu uma apresentação e revisão dos pontos de destaque do Indicador de Conectividade Rural (ICR), levantamento de dados realizado em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para apresentar um novo número referente à extensão atualizada da cobertura de conectividade no campo. Com a participação de Aziz Galvão, professor da UFV, o debate trouxe insights valiosos para as próximas etapas do projeto.

Na sequência, os participantes dedicaram-se ao balanço sobre os pilares de ações estratégicas, engajamento de associadas e atividades para 2024. Durante esse período, foram apresentadas propostas dos Comitês, além dos projetos prioritários e das metas definidas para o próximo ano.

Com a união de suas associadas e apoiadoras, a ConectarAGRO seguirá na solidificação de parcerias e iniciativas que impulsionarão o avanço da conectividade no meio rural brasileiro.

Hora da Conectividade apresenta iniciativa que leva tecnologias conectadas aos pequenos agricultores da Região Nordeste

A ConectarAGRO encerrou com êxito a última edição de 2023 da ‘Hora da Conectividade’, evento online voltado para discussões relevantes no cenário agrícola. O destaque foi a abordagem aprofundada sobre o Programa Prospera, uma iniciativa colaborativa envolvendo a Yara Brasil, Massey Ferguson e a Corteva Agriscience.

O bate-papo, que contou com a participação da gerente do Programa Prospera, Karla Skeff, teve como foco os principais resultados e números alcançados pela iniciativa.

Desde o seu lançamento em 2017, o Prospera tem transformado a realidade socioeconômica dos produtores rurais da Região Nordeste, proporcionando treinamentos e acesso a técnicas de produção de milho de alto rendimento.  As empresas mantenedoras oferecem um ecossistema de tecnologias, contribuindo significativamente para o aumento da produção e produtividade na região.

A transformação é efetuada por meio de capacitações teóricas e práticas destinadas a produtores, extensionistas rurais e estudantes, disseminando tecnologias em insumos produtivos como sementes, mecanização, adubos e proteção de cultivos para o desenvolvimento da agricultura sustentável.

Até 2023, mais de 11.000 pessoas foram treinadas e 358 municípios foram atendidos, demonstrando o impacto positivo e abrangente do Programa Prospera na Região Nordeste.

“Estamos muito satisfeitos em encerrar o ano com uma discussão tão significativa sobre o Programa Prospera. A parceria entre Yara Brasil, Massey Ferguson e Corteva Agriscience tem melhorado as condições de vida dos pequenos agricultores. Acreditamos que iniciativas como essa são essenciais para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira.”, diz Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO

ConectarAGRO, FALM e SEDUC iniciam Formação de Tecnologias em Sala de Aula para Educadores

No final do último mês, a ConectarAGRO, em parceria com a Fundação André e Lucia Maggi (FALM) e a Secretaria de Educação do Mato Grosso (SEDUC), iniciou a Formação de Tecnologias em Sala de Aula para educadores. O principal objetivo é fornecer suporte às escolas na utilização de equipamentos tecnológicos com foco pedagógico.

A etapa da formação foi realizada na Escola Estadual Argeu Augusto de Moraes, instituição de ensino localizada na Vila Itanorte, em Campo Novo do Parecis-MT. Em formato híbrido — composto por um encontro online e três encontros presenciais —, a iniciativa contou com a participação de 20 educadores.

O plano incluiu o acompanhamento da rotina de uso e a capacitação de professores e gestores escolares na aplicação de dispositivos digitais ao longo do processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

O eixo educacional integra o Formação Conectada, projeto educacional da ConectarAGRO em parceria com a FALM com foco no desenvolvimento social humano a partir da conectividade em áreas rurais e remotas. A parceria também tem foco na capacitação técnica de trabalhadores do campo para ferramentas de agricultura de precisão.

“A ConectarAGRO está entusiasmada em colaborar com a Fundação André e Lucia Maggi e a Secretaria de Educação nesta importante iniciativa de Formação de Tecnologias em Sala de Aula. Acreditamos que a integração de soluções tecnológicas na educação é essencial para preparar os educadores e os alunos para os desafios do mundo digital. Estamos comprometidos em promover a expansão do acesso à internet em áreas agrícolas brasileiras e, ao mesmo tempo, contribuir para a qualificação profissional e empregabilidade, alavancando o potencial transformador da tecnologia na educação.” celebra Erika Michalick, líder do projeto educacional Formação Conectada.

Presidente da ConectarAGRO participa de evento organizado pela Globo Rural sobre futuro conectado da agricultura brasileira

Em novembro, a presidente da ConectarAGRO, Ana Helena de Andrade, participou do painel “Agro Conectado”, do 2º Fórum Futuro do Agro. O evento, organizado pela Globo Rural, reuniu especialistas, produtores rurais, pesquisadores, representantes do Governo Federal e entidades para debaterem temas fundamentais à evolução sustentável do agronegócio.

Em sua fala, Ana Helena destacou a trajetória da Associação e a importância de pensarmos em soluções concretas para conectarmos a produção rural. A internet rural permite o total aproveitamento de tecnologias embarcadas, elevando a produtividade e reduzindo os custos nas propriedades rurais.

“Não adianta a indústria de máquinas tentar vender um trator cheio de soluções inovadoras para o produtor se, quando a máquina sai da sede da fazenda, perde o acesso a informações em tempo real”, explicou Ana Helena

Os benefícios das tecnologias conectadas impactam também a pecuária, conforme explica a presidente da Associação: “A conectividade permite o controle do ativo principal, a saúde do animal. Com as ferramentas digitais, temos uma agropecuária mais sustentável e rastreável, gerando mais valor agregado aos produtos no mercado”.

O bate-papo também contou com a presença de Klaus Apolinário, Gerente do E-agro, e Renata Miranda, Secretária de Inovação no Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa).

Dados, conectividade e sustentabilidade: expandindo as fronteiras da produção agrícola

Drones, sensores conectados e máquinas integradas que geram dados e recomendações em tempo real sobre as ações a serem tomadas. Essas tecnologias parecem ser comuns apenas nas grandes indústrias urbanas, mas já é uma realidade no campo com a Fazenda Conectada, projeto inovador da Case IH — associada da ConectarAGRO —, em Água Boa-MT. Com soluções avançadas e um ecossistema completo de agricultura digital, a iniciativa tem o objetivo de demonstrar os benefícios que a conectividade aberta traz para a operação agrícola, o produtor rural e toda a comunidade.

O assunto foi pauta da Hora da Conectividade, evento on-line organizado mensalmente pela ConectarAGRO. As convidadas Paola Campiello, gerente de Soluções e Conectividade da CNH Industrial, e Leticia Fernanda da Costa, especialista em Marketing Comercial da Case IH, realizaram um panorama sobre a fazenda escolhida para o projeto, além das ações realizadas para desenvolvimento da conectividade na área rural.

Com mais de 3 mil hectares e localizado em um dos maiores polos produtores de soja no Mato Grosso, o laboratório em campo foi selecionado ainda na pandemia, quando a associada da ConectarAGRO começou a entender qual o melhor local para isolar o fator da conectividade e compreende seus benefícios. A estratégia foi desenvolvida com base nos pilares de parcerias, avaliações e pesquisas.

“É uma fazenda viva, real, que tem problemas do dia a dia, e que é excelente para produzir mais, produzir melhor, incluir gestão e torná-la sustentável para que seja replicada em outras propriedades com inúmeros tipos de cultura”, afirma Paola.

Segundo as convidadas, o Fazenda Conectada previu uma jornada de impacto social para que a conectividade não só chegasse ao local, mas que todas as pessoas soubessem utilizá-la como uma ferramenta de desenvolvimento. Para isso, foram oferecidos cursos de capacitação e oficinas de empreendedorismo.

“O maior desafio a ser superado é o mindset das pessoas, além de qualificação, mão de obra, máquinas padronizadas e gestão de dados. Uma fazenda conectada demanda também a mudança de cultura organizacional, de novos métodos de trabalho”, observa Paola.

Uma vez instalados o ecossistema digital — composto por máquinas embarcadas por inteligência artificial, telemetria e torres de 4G em 700MHz, em parceria com a TIM —, os estudos comparativos começaram a identificar o impacto da agricultura digital na eficiência agrícola, na viabilidade econômica e na sustentabilidade.

“No que se refere à safra de 2022/2023, a Fazenda Conectada obteve uma produtividade 13,4% maior do que a média brasileira geral, obteve um crescimento de 18% em comparação com 2021. Com a conectividade, mudança de cultura e utilização das ferramentas, houve uma redução de 5,7% de redução de tempo de motor ocioso, reduzindo três dias na janela de colheita”, explica Letícia.

Uma produtividade que de fato gere benefícios ao planeta e à sociedade também deve considerar o fator sustentabilidade, já que tal visão estratégica prevê o uso racional dos mais variados recursos. E esse processo só é possível com a agricultura de precisão e sua capacidade de computar de forma exata o que foi aplicado em cada talhão e qual foi a taxa de eficiência de cada etapa.

“Passamos a produzir mais com menos, reduzindo o consumo de combustível e economizando a aplicação de fertilizantes. Considerando esses fatores, a Fazenda Conectada chegou a uma redução de 10% na pegada de carbono com as ferramentas digitais”, aponta Leticia.

Os próximos passos do projeto, que servirá de base para o Convênio ConectarAGRO-UFV, contemplarão novas tecnologias para ampliar os resultados por meio da gestão inteligente de dados agronômicos.