Um dos passos para a longevidade do agronegócio está no desenvolvimento de uma agricultura sustentável e socialmente responsável. Isso porque cada vez mais os consumidores e o próprio mercado esperam que as cadeias produtivas levem em conta as boas práticas ambientais.
Para se ter ideia, a plataforma Visão de Futuro do Agro, desenvolvida pela Embrapa, aponta a sustentabilidade como uma das megatendências do agro. Busca por alimentos rastreados, uso de bioinsumos em detrimento de defensivos químicos, conservação da água e redução de perdas e desperdícios são alguns dos desafios.
Outra megatendência apontada pelo estudo é o uso de tecnologias no campo, uma vez que os sistemas agrodigitais auxiliam os agricultores em tomadas de decisões por meio de dados. Assim, novas oportunidades de produção podem ser exploradas por meio da internet das coisas e da conectividade habilitada pelo 4G em 700MHz.
Nesse sentido, a agricultura sustentável e a tecnologia se aproximam ao passo que oferecem ao agricultor importantes bases para uma produção racional e assertiva, conferindo atenção e segurança ao meio ambiente.
Por isso, neste artigo discutiremos como o uso das tecnologias de telecomunicações podem inserir sua propriedade na rota da agricultura sustentável.
Agricultura 4.0 e agricultura sustentável
A agricultura 4.0 tem um papel fundamental na rota da sustentabilidade. A inovação das tecnologias digitais aplicadas ao campo permite a otimização de produção e gestão agrícola nas etapas pelas quais a lavoura passa.
Conceitos como agricultura de precisão, Internet das Coisas e Big Data tornam-se cotidianos para aqueles que buscam produzir alimentos com sustentabilidade.
De forma prática, esses sistemas auxiliam no uso da água, na pulverização e na gestão racional de defensivos. Além do retorno econômico, os manejos inovadores reduzem os impactos sobre o meio ambiente e tornam mais seguros os alimentos que chegam ao consumidor final.
Panorama da agricultura 4.0 no campo brasileiro
Viabilizada pelo agro 4.0, a agricultura sustentável foca na longevidade dos recursos naturais. Afinal, segundo estudo da McKinsey, a população mundial chegará a 9.7 bilhões de pessoas até 2050, representando um aumento de 70% na demanda por alimentos disponíveis para consumo. Estima-se também que o fornecimento de água diminuirá em 40% até 2030, aumentando os custos de energia e de nutrientes.
A pesquisa aponta, no entanto, que as mudanças de paradigmas das tecnologias só podem ser habilitadas pela presença de conectividade no campo. Este é um fator importante para a transição de uma agricultura sustentável, considerando que mais de 70% das propriedades rurais brasileiras não estão conectadas.
Ainda assim, isso não diminui o potencial do Brasil no uso dos sistemas agrodigitais. Outra investigação realizada pela McKinsey com 750 brasileiros em 11 estados mostrou que 34% dos agricultores brasileiros usam a internet para compras de produtos e insumos, enquanto apenas 26% dos produtores estadunidenses realizam a mesma atividade.
Assim, a ConectarAGRO tem o objetivo de promover a expansão da conectividade a partir do 4G em 700MHz, uma tecnologia de alta cobertura simples e aberta aos diferentes equipamentos utilizados pelos produtores rurais.
Agricultura sustentável habilitada pelas tecnologias
Os modelos conectados de agricultura sustentável envolvem diferentes recursos tecnológicos, os quais podem tornar a produção mais eficiente sob o aumento de valor agregado ao produto.
Por isso, separamos duas formas pelas quais sua propriedade pode ser inserida na rota da sustentabilidade na agricultura.
Automação de máquinas
A automação de máquinas está ligada à ampliação de eficiência e capacidade de trabalho por meio de processos operacionais agrícolas executados por máquinas, sensores e dispositivos.
Os aparelhos de baixa complexidade conectados pela Internet das Coisas (NB-IoT) resulta no aperfeiçoamento de técnicas agrícolas tradicionais, tornando o plantio e colheita mais produtivo no aspecto qualitativo e quantitativo.
Monitoramento e rastreabilidade agrícola
A prática da agricultura sustentável também está no monitoramento e rastreabilidade agrícola. A partir de sensores e câmeras, os produtores podem acompanhar as etapas de produção, checar o padrão de qualidade de colheita e aplicar ações corretivas.
A agricultura de precisão também gera uma segurança para os atores das cadeias produtivas, uma vez que no processo há diminuição de riscos de segurança pública — como fraude alimentar e adulteração — e redução de desperdícios.
Por fim, a rastreabilidade agrícola resulta em maior valor agregado ao produto. O Café Santa Emília — fazenda de café contemplada no projeto ConectarAGRO-UFV —, por exemplo, indica o tipo de grão plantado, a localização do plantio e em quais condições foi ele desenvolvido. Tais informações dão aos consumidores de cafés especiais uma visão detalhada sobre o produto.
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