Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm causado impactos devastadores nas lavouras e na vida das pessoas. Essas catástrofes ressaltam a importância de fortalecer a resiliência climática no agronegócio.
Um exemplo recente é as enchentes do Rio Grande do Sul, que afetou cerca de 425 das 497 cidades do estado e impactou mais de 1,400 milhão de pessoas, segundo a Defesa Civil.
As zonas de calamidades se estenderam também às regiões agrícolas, gerando prejuízos para a economia do Rio Grande do Sul e para o abastecimento de diversos estados brasileiros, uma vez que as lavouras foram altamente danificadas. Outro ponto de atenção é a segurança alimentar da população, que pode ser comprometida.
Pensando neste contexto, estratégias e iniciativas para nos adaptarmos às mudanças climáticas são mais do que urgentes, inclusive no agro. Mas como a conectividade pode auxiliar nesse processo?
Neste artigo, exploraremos a importância do clima na produção agrícola, o conceito de resiliência climática e cinco formas como a conectividade pode promover essa resiliência nas fazendas. Boa leitura!
Qual a importância do clima na produção do agronegócio?
Os produtores rurais sempre estiveram de olho nas previsões do tempo. Afinal, o clima é um fator crucial para o sucesso das atividades agrícolas. A previsibilidade de um calendário agrícola e o estudo sobre temperaturas adequadas, chuvas regulares e a ausência de eventos extremos são condições essenciais para o crescimento saudável das plantações e a produtividade das fazendas.
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No entanto, mudanças climáticas têm alterado esses padrões, trazendo desafios como secas prolongadas, enchentes e tempestades mais frequentes e intensas. Esses eventos não apenas afetam a quantidade e a qualidade das colheitas, mas também aumentam os custos de produção e reduzem a segurança alimentar.
O relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) ilustra o contexto: as mudanças climáticas geraram mais de U$3,8 trilhões em prejuízo entre 1991 e 2021. Ou seja, é hora de agirmos a favor da sustentabilidade!
O que é resiliência climática?
Resiliência climática refere-se à capacidade de um sistema, comunidade ou setor de se adaptar, resistir e recuperar-se de impactos adversos causados por mudanças climáticas.
No contexto do agronegócio, isso significa implementar práticas e tecnologias que permitam aos produtores minimizar os danos causados por eventos climáticos extremos, adaptar-se às novas condições climáticas e manter a produtividade.
A resiliência climática é fundamental para garantir a sustentabilidade e a viabilidade econômica das atividades agrícolas a longo prazo.
A matéria do AgroMais pontua muito bem os impactos climáticos no agro e como sua adaptação é importante:
Como a conectividade promove a resiliência climática nas fazendas?
A conectividade, por meio da internet e de tecnologias digitais, desempenha um papel vital na promoção da resiliência climática nas fazendas. Aqui estão cinco formas como isso ocorre:
1. Monitoramento climático em tempo real
Com acesso à internet, os produtores podem utilizar sistemas de monitoramento climático que fornecem dados em tempo real sobre condições meteorológicas, umidade do solo e outros fatores ambientais.
As informações permitem tomar decisões informadas e oportunas, como ajustar a irrigação ou proteger as plantações de tempestades iminentes, minimizando os impactos negativos do clima.
2. Gestão eficiente de água
A conectividade possibilita o uso de tecnologias de irrigação inteligentes que otimizam o uso da água, ajustando automaticamente a quantidade necessária com base em dados climáticos e do solo.
Isso é especialmente importante em períodos de seca, ajudando a conservar recursos hídricos e garantir que as plantações recebam a quantidade ideal de água.
3. Previsão e modelagem climática
Ferramentas de previsão e modelagem climática avançadas permitem que os agricultores antecipem mudanças nas condições meteorológicas e planejem suas atividades agrícolas de acordo.
Com tais tecnologias, os produtores podem ajustar calendários de plantio, aplicar tratamentos preventivos contra pragas e doenças, e tomar medidas proativas para proteger suas lavouras.
4. Adoção de práticas agrícolas sustentáveis
A internet oferece acesso a uma vasta gama de informações e recursos sobre práticas agrícolas sustentáveis que promovem a resiliência climática.
Produtores conectados podem aprender e implementar técnicas como a rotação de culturas, o plantio direto e o uso de variedades de plantas mais resistentes às mudanças climáticas, melhorando a saúde do solo e a produtividade a longo prazo.
5. Conexão com redes de suporte e colaboração
A conectividade permite que os agricultores se conectem com redes de suporte, incluindo outros produtores, pesquisadores, instituições governamentais e organizações não governamentais.
Essa colaboração facilita a troca de conhecimentos, o acesso a novas tecnologias e a obtenção de assistência em momentos de crise, fortalecendo a resiliência das comunidades agrícolas.
Desafios e perspectivas para resiliência climática no agronegócio
Embora a conectividade ofereça inúmeros benefícios para a promoção da resiliência climática, ainda há desafios a serem superados.
No Brasil, somente 37% dos imóveis rurais brasileiros têm cobertura 4G e 5G em toda área de uso agropecuário, segundo pesquisa realizada pela ConectarAGRO. Ainda, apenas 19% da área disponível para uso agrícola no Brasil tem cobertura 4G e 5G, com maior concentração no sul e sudeste brasileiro.
Por isso, o principal propósito da Associação é promover a conectividade no campo a partir de tecnologias interoperáveis e acessíveis à comunidade rural.
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