O Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Brasil alcançou um aumento notável de 16% em 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingindo um valor total de R$ 677,6 bilhões. Os números impulsionaram o resultado total do PIB brasileiro a um crescimento de 2,9% no mesmo período.
Entretanto, o Brasil nem sempre foi sinônimo de progresso no setor agrícola. Durante os anos 1950 e 1960, o setor enfrentou desafios significativos, como escassez de inovação e de informação, além de produções ineficientes por falta de pesquisas e políticas direcionadas. É o que pontua a Embrapa em seu especial “Trajetória do agronegócio brasileiro”.
No entanto, o desenvolvimento tecnológico e a intensificação de pesquisas desde a década de 1970 — com a própria fundação da Embrapa —, bem como a adoção da agricultura digital nos últimos anos passaram a impulsionar a produtividade e eficiência no campo.
A reestruturação digital do campo, habilitada pela conectividade do 4G em 700MHz, engloba uma variedade de soluções inovadoras desenvolvidas por empresas de diferentes ramos e pela colaboração com instituições de pesquisa.
Por meio de maquinários altamente equipados e de sistemas de monitoramento, análise de dados e automação, os agricultores brasileiros estão revolucionando a como cultivam a terra.
Sensores instalados em campos coletam informações sobre solo, umidade, temperatura e outros parâmetros,permitindo uma gestão mais precisa das lavouras. Com base nessas informações, os agricultores podem ajustar a irrigação, aplicar fertilizantes de maneira mais eficiente e monitorar o desenvolvimento das plantas, aumentando assim a produtividade e reduzindo os custos de produção.
Além disso, a agricultura digital também está transformando a logística agrícola. Sistemas de rastreamento e gestão de frota permitem um transporte mais eficiente dos produtos do campo para o mercado, reduzindo os custos de transporte e minimizando as perdas durante o processo.
Contudo, o desafio ainda persiste. Apesar dos avanços alcançados com a agricultura digital, a falta de conectividade no campo continua sendo uma barreira significativa para a adoção generalizada dessas tecnologias.
Enquanto as sedes das fazendas podem desfrutar de acesso à internet e cobertura de redes móveis, muitas áreas rurais ainda enfrentam problemas de conectividade. A falta de infraestrutura de telecomunicações nessas regiões dificulta a implementação de soluções digitais, limitando o potencial de crescimento e inovação do setor agrícola.
A conectividade é essencial para garantir que os agricultores possam acessar e utilizar plenamente as tecnologias digitais disponíveis. Sem uma conexão confiável à internet, os benefícios da agricultura digital permanecem inacessíveis e mesmo subutilizados.
Para superar esse desafio, são necessários investimentos significativos em infraestrutura de telecomunicações, incluindo a expansão da cobertura de redes móveis, objetivo principal de fomento da nossa Associação.
Além disso, políticas pulicas que incentivem o desenvolvimento de soluções de conectividade específicas para o campo são fundamentais. Isso inclui parcerias entre o governo e instituições de pesquisa para identificar e implementar as melhores práticas em conectividade rural.
À medida que o Brasil reforça sua posição como líder global no agronegócio, é crucial que a questão da conectividade no campo seja abordada de forma proativa e abrangente. Somente assim poderemos garantir que os benefícios da agricultura digital sejam amplamente acessíveis a todos os agricultores brasileiros, promovendo um crescimento sustentável e inclusivo do setor agrícola do país.