Agricultura digital e planejamento como ferramenta de gestão foi o tema de discussão na Hora da Conectividade, ciclo de palestras realizado pela ConectarAGRO no dia 07 de março. Em formato on-line, o evento teve a presença de Leonardo Menegatti, CEO da InCeres, e Nelson Pozzi, diretor de processos da mesma organização.
Os palestrantes convidados deram destaque à conectividade como ferramenta de empoderamento e de distribuição equitativa de tecnologias nas áreas agrícolas do Brasil. Nesse sentido, a internet rural torna-se uma grande aliada nas tomadas de decisões mais informadas dos agricultores, sobretudo no ciclo de produção.
“A jornada do agricultor é muito longa. Passa por planejamento, dois plantios de safra, duas colheitas, inúmeras operações de tratamento. Ele toma muitas decisões e, por isso, acaba se perdendo nos detalhes. A agricultura digital permite que o agricultor olhe o todo”, apontou Menegatti.
De acordo com Pozzi, um dos principais pontos de atenção é o solo onde as sementes são plantadas. Isso porque o Brasil possui regiões limitadas e desgastadas do ponto de vista químico e fértil. “Os solos entre os trópicos possuem argila de baixa capacidade, muito alumínio e menor conteúdo de cálcio e magnésio, elementos importantes para o crescimento da planta. Exige-se uma gestão eficiente de fertilidade da terra e nutrição das plantas para produzir com competitividade”, explicou.
Baseadas em dados e informações consolidadas, as ações de nutrição garantem o crescimento do sistema radicular da planta, o que permite mais acesso à água e maior resistência a doenças. Nesse sentido, softwares de leitura são utilizados para uma compreensão dos fatores limitantes, determinantes e redutores da produtividade.
Segundo Menegatti, esse investimento traz grandes retornos à plantação. O exemplo prático está na aplicação de cálcio: “A cada unidade de cálcio aumentada, há uma tendência de aumento em 4,2 sacas de soja por hectare”, explica. O mesmo acontece com o uso de matéria orgânica para fixar o carbono: “A cada 1% de matéria utilizada, há um aumento de 3,9 sacas de soja por hectares”, completa.
Considerando o alto custo desse processo, os especialistas indicam a importância da agricultura digital para operações localizadas de acordo com a necessidade, prioridade e tecnologia adequada à cada talhão. “Cada estágio do solo demanda técnicas e nutrientes distintos, e a conectividade torna a tecnologia mais popular e acessível para otimizar esses processos”, pontua Pozzi.
Menegatti concorda sobre a relevância dos dados: “Com eles, é possível entender o que fazer, quando fazer, onde fazer, como fazer e por que fazer, aumentando a produtividade e evitando o desperdício com assertividade”, finaliza.