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Agricultura sustentável: qual a sua relação com a conectividade no campo?

Imagem agricultura sustentável

No dia 16 de março, celebramos o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. Em um cenário de crescente preocupação ambiental, a conectividade surge como uma ferramenta essencial para a promoção da agricultura sustentável, capaz de trazer benefícios operacionais significativos para os produtores rurais. 

Não por acaso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) listou a intensificação tecnológica e a sustentabilidade como megatendências para o agronegócio até 2050. De acordo com a análise estrutural realizada, os sistemas agrodigitais — como internet das coisas, inteligência artificial e big data — são fundamentais para produções agrícolas mais resilientes. 

Importante destacar também que as soluções de telecomunicações resultam no amplo fortalecimento de ações direcionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo segurança alimentar frente ao aumento da população mundial e uma demanda exponencial por alimentos.  

Pensando nesses desafios, preparamos este artigo para você saber mais o que é a agricultura sustentável, de que forma a conectividade pode contribuir, além dos principais benefícios econômicos, sociais e ambientais. Excelente leitura! 

Qual o papel da agricultura sustentável?

A agricultura sustentável é uma prática agrícola que busca adequar a produção de alimentos à preservação ambiental e à promoção do bem-estar social. Seu intuito é garantir que a atividade agrícola seja mais responsável a longo prazo, considerando as necessidades das gerações presentes e futuras.

Para tanto, a agricultura sustentável é baseada em diferentes estratégias para reduzir ao máximo o impacto ambiental dos sistemas agrícolas, como a aplicação racional de insumos e defensivos, a diversificação de culturas e a conservação do solo e da água

Além do aspecto ambiental, a sustentabilidade no agronegócio diz respeito ao bem-estar social, operando na adoção de práticas justas e igualitárias em relação aos trabalhadores rurais. Isso inclui também pensar na segurança alimentar por meio da oferta de alimentos saudáveis e de qualidade. 

Pensar em uma agricultura sustentável significa investir também na longa vida da sua fazenda, já que a adaptação e mitigação de mudanças climáticas garantem a manutenção da biodiversidade e, por extensão, as propriedades necessárias ao solo para uma safra saudável e produtiva.  

Conectividade no campo abre porteiras para agricultura sustentável 

Até aqui, fica clara a demanda global por uma agricultura sustentável enquadrada nos eixos econômicos, sociais e governamentais. Mais do que oferecer um ótimo produto ao consumidor final, você deve estabelecer uma cadeia produtiva altamente responsável! 

Entretanto, de que forma a conectividade no campo pode auxiliar nesse processo? Como a digitalização inserem as fazendas nas rotas de sustentabilidade? A resposta não poderia ser mais prática!

Com as tecnologias habilitadas pela internet 4G, os agricultores passam a monitorar em tempo real a cada estágio da produção, como condições climáticas, qualidade do solo e diagnóstico de pragas e doenças. 

Imagem pessoa conectada no campo - Agricultura sustentável
Créditos: Country Guide

A partir de dados consolidados e processados, eles podem tomar decisões mais informadas e precisas acerca de quais passos seguir para aplicar uma agricultura sustentável e lucrativa em seu negócio. 

Automatização de processos e redução de consumo de energia são outras atividades que, graças às máquinas e sensores, podem contribuir para a preservação ambiental e o valor agregado. 

Em resumo, uma agricultura mais consciente não só preserva os biomas de uma região como também contribui para a eficiência operacional de uma propriedade rural! 

Benefícios práticos da agricultura sustentável já são realidade no campo

Práticas sustentáveis já fazem parte do cotidiano de nossa agricultura. A pesquisa “A mente do agricultor brasileiro em 2022”, do Instituto McKinsey, aponta: os produtores brasileiros são os que mais adotam práticas como plantio direto, cultura de cobertura e controle biológico

De acordo com os entrevistados, maior rendimento e custos de produção mais baixos são os principais motivos para adotar práticas sustentáveis.

Ainda segundo o estudo, cerca de 50% dos agricultores já adotam ou estão dispostos a adotar tecnologias agrícolas para suas operações.

Observando o potencial da digitalização no crescimento econômico e no desenvolvimento sustentável do campo, alguns benefícios diretos podem ser citados. Alguns são:

  • Produtividade, eficiência e rentabilidade 

Os recursos financeiros são os primeiros pontos que chamam a atenção dos agricultores. Afinal, o orçamento é o que permite realizar toda e qualquer ação em uma fazenda, não é mesmo?

Dentro da agricultura sustentável, a conectividade no campo viabiliza uma melhor coleta, análise e uso de dados em tempo real. Portanto, as operações agrícolas tornam-se mais assertivas, sem o desperdício de água, fertilizantes e defensivos, elementos que são fundamentais para o equilíbrio do meio-ambiente. 

Ou seja, além de manter uma previsibilidade para o planejamento de safra, tais técnicas diminuem os impactos ambientais!

  • Melhor qualidade de vida e segurança alimentar

Como citamos anteriormente, a conectividade também traz qualidade de vida ao agricultor. Isso porque o monitoramento remoto reduz a necessidade de deslocamentos frequentes até a fazenda, diminuindo a exposição a riscos e otimizando o tempo para demais tarefas.  

Já a transparência da cadeia produtiva é garantida pela rastreabilidade dos alimentos, uma vez que a tecnologia de internet das coisas permite indicar onde e em quais condições determinada cultura foi produzida. 

  • Manutenção da biodiversidade 

Com a possibilidade de monitorar o impacto ambiental da produção, os agricultores podem realizar ações mais conscientes quanto ao uso do solo, à escolha das culturas e à preservação de áreas de mata nativa e de recursos hídricos. 

Além disso, a internet rural é usada para identificar e monitorar espécies de plantas e animais ameaçados de extinção, o que contribui para a conservação da biodiversidade local.  

  • Redução da pegada de carbono 

Tecnologias como sensores e GPS são importantes ferramentas para o monitoramento da posição e da velocidade de máquinas agrícolas para o ajuste de rotas. Essa preocupação não só otimiza o uso de combustível como também reduz a emissão de gases de efeito estufa. Logo, estamos falando de agricultura sustentável e eficiente!

Por fim, os produtores podem lançar mão da conectividade para melhorar a gestão de resíduos agrícolas, como esterco e restos de colheita. 

Também passam a analisar os níveis de nutrientes no solo e ajustar a quantidade de adubo orgânico aplicado, reduzindo as emissões de metano associadas ao excesso de adubação. 

E em sua fazenda, quais são as práticas implantadas de agricultura sustentável? Compartilhe conosco nos comentários!

Veja as principais aplicações da NB-IoT na sua fazenda

Imagem formas de aplicar a NB-IoT em sua fazenda

Nos últimos anos, a tecnologia NB-IoT tem marcado presença constante nas porteiras adentro, melhorando a eficiência e produtividade das fazendas conectadas. Seja na pequena, média ou grande propriedade, a Internet das Coisas permite a transmissão de dados em tempo real, o que proporciona aos agricultores tomadas de decisões altamente informadas.

A implementação de tais ferramentas digitais promovem melhor manejo na lavoura e planejamento mais assertivo das atividades, sem contar também a otimização na comunicação entre equipes e fornecedores estratégicos. 

Da produção à distribuição, a NB-IoT representa um grande avanço para a agricultura, os produtores rurais passam a ter resultados sem precisar utilizar mais terras, aumentando também a previsibilidade da safra.  

Pensando nos saltos tecnológicos proporcionados, este artigo explora o que é a NB-IoT, seus benefícios e principais aplicações agrícolas. Boa leitura! 

O que é NB-IoT e qual seu impacto nas fazendas?

Se você acompanha o Blog ConectarAGRO, já deve ter se deparado com um conjunto de postagens técnicas sobre o uso da NB-IoT no agronegócio. Isso porque é um assunto de grande relevância para o setor, considerando os seus ganhos! 

A NB-IoT é uma sigla para Narrowband Internet of Things, que significa Internet das Coisas de banda estreita. Simplificando os termos, trata-se de uma tecnologia de comunicação sem fio de baixo consumo de energia e com alta penetração nas áreas rurais.  

Por utilizar a mesma infraestrutura da rede 4G — o LTE, sigla para Long Term Evolution —, a Internet das Coisas pode ser implantada para adicionar funcionalidade à quarta geração de rede celular, expandindo o alcance da internet entre 2,5 e 3 vezes.

Entretanto, vale lembrar que ambos os padrões atendem a requisitos diferentes de conectividade. Enquanto o 4G foca na alta velocidade para o uso de vídeo e som de smartphones e tablets, a NB-IoT é indicado para sensores agrícolas que cobrem grandes áreas e que não demandam alto volume de dados. Ou seja, estamos falando do melhor dos dois mundos, não é mesmo? 

Essa característica da Internet das Coisas permite que os agricultores monitorem grandes áreas de suas fazendas, obtendo alta durabilidade da bateria por meio de um produto robusto, confiável e econômico. 

Alexandre dal Forno, diretor da ConectarAGRO, explica como essa tecnologia pode ser utilizada na expansão da conectividade e no rastreamento de veículos: 

Em entrevista ao Data Center Dynamics, o também diretor da Associação, Guilherme Panes, discute quais os pontos positivos da NB-IoT nas fazendas conectadas. Segundo ele, “os agricultores conseguem acompanhar as condições da lavoura remotamente, além de gerir melhor os recursos naturais. Portanto, a agricultura inteligente é muito mais eficaz que a tradicional.”

Em síntese, a Internet das Coisas é mais uma aliada para a modernização do campo, a autossuficiência e a produção em grande escala. Com tal tecnologia, as lavouras passam a ser gerenciadas de modo personalizado, agregando valor aos produtos. 

Confira 5 aplicações do NB-IoT no campo 

Até aqui, fica claro a relevância da NB-IoT para o sucesso de uma lavoura, correto?  

Não por acaso, desde 2020, a ConectarAGRO ajudou a levar conectividade para mais de 12 milhões de hectares de áreas rurais brasileiras, assim como mais de 24 milhões de hectares pela tecnologia NB-IoT. Os números beneficiam mais de um milhão de pessoas, em 485 municípios de 12 estados diferentes! 

Imagem formas de aplicar a NB-IoT em sua fazenda
Créditos: Globo Rural

Motivados por esse grande marco, separamos quatro formas pelas quais a NB-IoT pode ser aplicado em sua propriedade rural.

  • Monitoramento de culturas

O monitoramento remoto de culturas é uma das aplicações mais importantes da NB-IoT. Com ela, é possível monitorar a umidade do solo, a temperatura e outros fatores climáticos que afetam diretamente o crescimento das plantas.

 Com os dados agronômicos em mãos, os produtores rurais melhoram a qualidade e a produtividade das colheitas por meio de tomadas de decisões mais informadas. Da mesma forma, eles reduzem as visitas e, por consequência, o gasto com combustível. 

  • Monitoramento inteligente de gados 

Habilitado pela NB-IoT, o monitoramento inteligente de gados pode ser instalado em coleiras, consolidando informações sobre localização, temperatura corporal e sinais vitais do gado. 

Com isso, torna-se mais fácil acompanhar a saúde dos animais, de modo a identificar problemas em tempo hábil para proteger e prevenir a propagação das doenças. 

  • Rastreamento de equipamentos 

A partir das informações sincronizadas por sensores, os agricultores gerenciam seus recursos de maneira integrada. Eles têm uma visão geral do que deve continuar ou ser otimizado na cadeia produtiva. 

Isso significa que os dados de localização e status dos equipamentos são facilmente acessados em um dispositivo conectado à internet. Além disso, eles fornecem dados referentes ao gasto de gasolina, à quantidade de insumos aplicados por cada maquinário e mesmo à emissão de gases em tempo real.  

  • Monitoramento ambiental 

Como consequência de um monitoramento remoto e altamente preciso, os recursos são utilizados de forma mais sustentável, ponto essencial para o meio-ambiente e a biodiversidade.

Os dispositivos instalados indicam a qualidade da água e alertam os gestores sobre os problemas que precisam ser resolvidos. 

Com o auxílio da Inteligência Artificial, torna-se possível obter análises para o melhoramento da eficiência energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

E você, já utiliza a NB-IoT em sua propriedade? Conte-nos abaixo e nos siga nas mídias sociais! 

Agricultura de precisão na cana-de-açúcar: quais os seus principais impactos?

Lavoura - agricultura de precisão

A agricultura de precisão é uma técnica avançada que tem revolucionado a forma como o agronegócio é conduzido. Por sua vez, a cana-de-açúcar é um dos cultivos que têm se beneficiado significativamente de tal abordagem. 

Os produtores rurais atentos às mudanças tecnológicas e mercadológicas sabem disso. Não por acaso, agricultores apontam a evolução de maquinários e o uso da Inteligência Artificial como as principais razões pelas quais a produção brasileira de cana deve aumentar durante a safra 2022/2023. 

A correlação é confirmada por uma série de estudos. Segundo a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades rurais no país já adotaram algum tipo de inovação tecnológica. Já a estimativa de produção total no Brasil em 2023 é de 598,3 milhões de toneladas, de acordo com pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Por isso, neste artigo exploraremos como funciona a agricultura de precisão e de que modo ela pode ser empregada na cana-de-açúcar. Continue a leitura para conhecer os benefícios! 

Agricultura de precisão: o que é e como funciona?

Como a própria nomenclatura diz, a agricultura de precisão envolve o uso de tecnologias avançadas para coletar dados precisos sobre as condições do solo e das plantas. Essas informações são utilizadas nas tomadas de decisões sobre o manejo da terra e das culturas.

Por meio de tal abordagem, o produtor rural lança mão de tecnologias como GPS, sensores de solo e clima, drones e softwares de análise de dados para analisar indicadores em tempo real. 

Imagem lavoura - agricultura de precisão
Créditos: Freepik — Wirestock

A partir do cruzamento estatístico, os agricultores podem identificar problemas precocemente e ter uma visão mais eficiente sobre o uso de recursos como água, fertilizantes e pesticidas.

No cultivo de cana-de-açúcar, a agricultura de precisão é uma importante ferramenta para o planejamento da produção agrícola, redução de custos e aumento de produtividade. 

A intersecção entre telecomunicações e Ciências Agrárias também auxilia a transição para cadeias produtivas adaptadas às mudanças climáticas e sem grandes impactos ambientais. 

Benefícios da agricultura de precisão para a cana-de-açúcar

Segundo um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a incorporação da agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar desempenha um papel essencial no sistema de gerenciamento de propriedades agrícolas, atendendo ao aumento da demanda interna e externa de etanol e açúcar.

Nesta entrevista, Guilherme Guiné, gerente de produto da Solinftec, — associada da ConectarAGRO — apresenta como a tecnologia vem sendo aplicada na cana:

Pensando nisso, destacamos cinco dos principais benefícios atrelados à precisão de dados neste cultivo. Veja só!

  • Aumento da produtividade

 A agricultura de precisão permite que os produtores monitorem as condições do solo e das plantas, incluindo pH, umidade e nutrientes.

A atenção aos dados agronômicos ajuda na identificação de pragas e de medidas corretivas a ser tomadas antes que elas afetem o crescimento das plantas. 

Com isso, é possível aumentar a produtividade da cana-de-açúcar, uma vez que se garante condições ideias para alta qualidade e crescimento das safras. 

  • Economia de recursos

As informações coletadas proporcionam um gerenciamento mais preciso das culturas, consolidando a aplicação localizada de recursos em áreas prioritárias.

Essa conduta evita o desperdício e torna mais eficiente o uso de fertilizantes, água, defensivos agrícolas e equipamentos.

  • Redução de custos

Aplicadas as tecnologias nas fazendas, os produtores podem economizar em mão de obra e maquinário.

Como as decisões são tomadas com base em dados consolidados por dispositivos ligados à Internet das Coisas (NB-IoT), é possível usar equipamentos de forma mais eficiente, reduzindo o tempo de trabalho necessário  e até mesmo a quantidade de máquinas no campo.

  • Melhoria na qualidade da colheita

Uma das principais preocupações do setor sucroenergético é a etapa da colheita e do abastecimento, considerando a complexidade de informações logísticas geradas.

Com  a ajuda da agricultura de precisão e das ferramentas de Inteligência Artificial o produtor passa a ter uma perspectiva geral do processo agrícola.

Para fins de exemplo, os s produtores conseguem saber no momento da colheita qual o volume de cana está sendo colocado no transbordo, de qual frente está saindo aquele produto e qual transbordo está mais próximo para seguir com o trabalho quando este já estiver cheio.

Os benefícios se estendem ao ecossistema de armazenamento, já que a rastreabilidade da cadeia produtiva garante que o produto chegue ao mercado em perfeitas condições, a partir de ampla classificação e embalagem.

  • Sustentabilidade

A agricultura de precisão é uma técnica sustentável que ajuda a reduzir o impacto ambiental da produção agrícola. Com o uso mais eficiente de recursos, ela reduz o uso de produtos químicos, protegendo o solo e oferecendo maior segurança ao consumidor.

Por meio da automação de processos agrícolas, o uso de máquinas agrícolas é otimizado, diminuindo também o consumo de combustível e, portanto, a emissão de gases de efeito estufa.

E você, já utiliza alguma tecnologia em sua fazenda de cana-de-açúcar? Deixe seu comentário!

 

ConectarAGRO discute vantagens e desafios do uso do 5G na indústria agrícola

A ConectarAGRO reuniu, no dia 28/03, representantes de associadas e apoiadoras para debaterem sobre as oportunidades e desafios no uso potencial do 5G na indústria agrícola. A discussão foi norteada por Igor Assumpção, especialista em Tecnologia no Senai-SP, tornando-se programação da Hora da Conectividade, ciclo de palestras sobre temas pertinentes à conectividade no campo.

Ao longo da apresentação, o convidado indicou a importância do aceleramento do ecossistema brasileiro de inovação em conectividade por meio de demonstrações reais, para melhorar o posicionamento do Brasil no mercado global. Nesse sentido, o agro não deve se limitar a uma única tecnologia, mas a soluções heterogêneas que sanem os problemas dos produtores rurais.

Neste caso, Assumpção destacou a combinação entre a rede 5G e o 4G em 700MHz para atender as necessidades do campo, como conexão de frota mista e de smartphones, tablets e modems. “O 4G em 700MHz é importante, pois o desafio do agro não é somente sensorizar os processos, mas obter uma cobertura ampla dos hectares.  

Uma vez digitalizadas, as fazendas passam a ter diversas oportunidades de aplicações tecnológicas. Entre elas, está o uso de NB-IoT na agricultura de precisão. “São sistemas e dispositivos pendurados no 4G em 700MHz, nos quais podemos instalar e escalar para a combinação com sensores e leitores de solo”, explicou. 

O padrão habilita diversos equipamentos que fazem parte do cotidiano agrícola. “O NB-IoT cobriria os usos necessários de drones, tratores, caminhões e até mesmo câmeras para prevenção de incêndios”, pontuou o especialista. 

A realidade aumentada e o metaverso também são grandes aliadas do agricultor conectado, de acordo com Assumpção. Com o uso de softwares, os operadores de tratores podem realizar treinamentos e testes com maior segurança, sem qualquer dano ou prejuízo. “Os simuladores são utilizados no treinamento das pessoas envolvidas nos processos produtivos. Assim, é possível seguir no desenvolvimento de projetos, capacitação e identificação de eventuais falhas”, continuou.

No eixo de veículos, a automação é outra tendência promissora. “Os veículos conseguem transitar em diferentes ambientes de forma autônoma e segura, podendo ser utilizados com alta precisão nas diversas fases da plantação. Também é uma ferramenta de auxílio nas tomadas de decisões”, pontuou Assumpção.

Por tal lógica, a conectividade deve permear todo o ecossistema presente em uma propriedade rural, conforme analisou o especialista. “A digitalização deve estar presente em todas as fases da cadeia de valor, incluindo diferentes ecossistemas de conectividade”, finalizou.

Hora da Conectividade destaca importância da agricultura digital no preparo do solo e semeadura

Agricultura digital e planejamento como ferramenta de gestão foi o tema de discussão na Hora da Conectividade, ciclo de palestras realizado pela ConectarAGRO no dia 07 de março. Em formato on-line, o evento teve a presença de Leonardo Menegatti, CEO da InCeres, e Nelson Pozzi, diretor de processos da mesma organização. 

Os palestrantes convidados deram destaque à conectividade como ferramenta de empoderamento e de distribuição equitativa de tecnologias nas áreas agrícolas do Brasil. Nesse sentido, a internet rural torna-se uma grande aliada nas tomadas de decisões mais informadas dos agricultores, sobretudo no ciclo de produção.

“A jornada do agricultor é muito longa. Passa por planejamento, dois plantios de safra, duas colheitas, inúmeras operações de tratamento. Ele toma muitas decisões e, por isso, acaba se perdendo nos detalhes.  A agricultura digital permite que o agricultor olhe o todo”, apontou Menegatti.

De acordo com Pozzi, um dos principais pontos de atenção é o solo onde as sementes são plantadas. Isso porque o Brasil possui regiões limitadas e desgastadas do ponto de vista químico e fértil. “Os solos entre os trópicos possuem argila de baixa capacidade, muito alumínio e menor conteúdo de cálcio e magnésio, elementos importantes para o crescimento da planta. Exige-se uma gestão eficiente de fertilidade da terra e nutrição das plantas para produzir com competitividade”, explicou. 

Baseadas em dados e informações consolidadas, as ações de nutrição garantem o crescimento do sistema radicular da planta, o que permite mais acesso à água e maior resistência a doenças.  Nesse sentido, softwares de leitura são utilizados para uma compreensão dos fatores limitantes, determinantes e redutores da produtividade.  

Segundo Menegatti, esse investimento traz grandes retornos à plantação. O exemplo prático está na aplicação de cálcio: “A cada unidade de cálcio aumentada, há uma tendência de aumento em 4,2 sacas de soja por hectare”, explica. O mesmo acontece com o uso de matéria orgânica para fixar o carbono: “A cada 1% de matéria utilizada, há um aumento de 3,9 sacas de soja por hectares”, completa. 

Considerando o alto custo desse processo, os especialistas indicam a importância da agricultura digital para operações localizadas de acordo com a necessidade, prioridade e tecnologia adequada à cada talhão. “Cada estágio do solo demanda técnicas e nutrientes distintos, e a conectividade torna a tecnologia mais popular e acessível para otimizar esses processos”, pontua Pozzi.

Menegatti concorda sobre a relevância dos dados: “Com eles, é possível entender o que fazer, quando fazer, onde fazer, como fazer e por que fazer, aumentando a produtividade e evitando o desperdício com assertividade”, finaliza.

Políticas públicas possuem um papel preponderante na conectividade da agricultura familiar

A falta de conectividade no campo ainda é um desafio enfrentado por pequenos e médios produtores, os quais precisam de políticas públicas para obterem acesso à internet e tornarem-se competitivos dentro do mercado agrícola.

Essa foi o principal tema do painel “O acesso à tecnologia na agricultura familiar”, mesa redonda da AgroTIC 2023 que contou com a participação de Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO. Aproximando as perspectivas do mercado e da academia, participaram da discussão Aldo Clementi, diretor de Desenvolvimento de Negócios na IHS Towers, e Vânia Cirino, diretora de Pesquisa e Inovação do IDR Paraná.

Ao discorrer sobre a importância do agro 4.0 para o sucesso das safras, Ana Helena considera que o acesso à internet rural é fundamental, visto que os dados consolidados e processados norteiam a produção. Com o gerenciamento remoto, máquinas e sensores geram um ciclo virtuoso de produtividade no campo.

Apesar das evidências demonstrarem os benefícios diretos da digitalização, ainda há um grande desafio para conectar as áreas agrícolas, considerando também as estradas e demais infraestruturas que fazem o escoamento dos alimentos. Como exemplo, a presidente da ConectarAGRO citou o estudo realizado pela Associação em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, em que foram entrevistados 100 produtores rurais.

“Concluímos que 85% dos produtores possuem conectividade na sede e nos lugares onde moram. Aí começa a dificuldade, pois a sede não é o local em que irão executar as atividades agrícolas. Ainda assim, mesmo considerando a própria casa do agricultor, o uso ainda é novo e limitado”, pontua. 

Por conta da barreira tecnológica, o agricultor não consegue ter uma produção tão competitiva e aperfeiçoada quanto os grandes produtores, diminuindo assim a sustentabilidade econômica do negócio. Para mudar essa realidade, Ana Helena destaca a importância de políticas públicas que sejam inclusivas e garantam a subsistência da propriedade agrícola e dos trabalhadores rurais

“As ações  junto ao Poder Público são de grande relevância, pois agricultura mais produtiva significa ter maior renda e melhor IDH para a população. Buscamos mobilizar as instancias federais, municipais e estaduais, pois juntas conseguem direcionar os melhores benefícios para a população”, elucida. 

No eixo das políticas privadas, a ConectarAGRO vem trabalhando no levantamento de dados e fatos como subsídios para tomadas de decisões junto a atores estratégicos. Entre as atividades em andamento, destaca-se a programação, junto à AgroPlus-UFV, de um aplicativo de gestão financeira direcionados às fazendas da Zona da Mata mineira.  

Já o Formação Conectada, colaboração com a  Fundação André e Lucia Maggi (FALM) e o Senar-MT aplicada em Campo Novo dos Parecis-MT, é um projeto educacional que visa fomentar uma melhor infraestrutura nas escolas rurais e capacitar os professores acerca das competências digitais. Outro eixo da iniciativa se refere ao aperfeiçoamento profissionalde trabalhadores e operadores rurais da região.

Organizações públicas e privadas apresentam iniciativas a favor da conectividade no campo

Para Vânia Cirino, a transferência de tecnologias, produtos e processos também são alinhadas a aplicativos que aproximam produtores de distribuidores e consumidores. Como exemplo, ela cita o Vendo Meu Peixe, desenvolvido por extensionistas do IDR-Paraná, que apresenta um mural de ofertas: “Com ele, colocamos o psicultor em contato com as empresas que comercializam e abatem peixes, categorizando-as por tamanho dos peixes e localização”, explica a pesquisadora.  

No caso da IHS Towers — empresa apoiadora da ConectarAGRO —, Aldo Clementi indica que a organização busca implementar soluções de baixo custo para baratear cada vez mais as infraestruturas de telecomunicações. O objetivo é que o pequeno proprietário tenha uma cobertura de conectividade, para que experiencie também a transformação tecnológica que habilita a produtividade no campo. “Estamos trabalhando no conceito de Distrito Agro Tecnológico que vai operar com um agente da área a ser coberta para implementar soluções de conectividade de baixo custo”, aponta.

Como exemplo dos esforços operacionais empreendidos pela organização, Aldo cita o piloto no interior de São Paulo com o Projeto Semear, em parceria com a Embrapa e CPQD. Segundo o diretor, o foco da cooperação está na transformação digital do pequeno agricultor. “Quanto maior a quantidade de produtores participantes, menor será a taxa a pagar pela adesão. Neste projeto, podemos atender de 800 a 5 mil pessoas”, explica. 

Formação Conectada avança e amplia educação tecnológica em escola estadual do Mato Grosso

O Formação Conectada, projeto educacional da ConectarAGRO, iniciou a capacitação tecnológica de educadores na Escola Estadual Argeu Augusto de Moraes, sob a Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso (Seduc), localizada em Vila Itanorte, em Campo Novo dos Parecis-MT. Com a parceria da Fundação André e Lucia Maggi (FALM) e participação da MegaEdu e  Sincronizaa iniciativa visa promover o desenvolvimento social humano por meio de soluções tecnológicas.

A presente etapa do projeto contemplou uma carga horária de 12 horas em quatro módulos distintos, os quais abordaram temas como competências digitais, papéis entre aluno e professor nas práticas pedagógicas, bem como uso de recursos de apoio. Por meio de encontros síncronos, materiais autoinstrucionais e webinários, os educadores refletiram sobre melhorias de metodologias, ferramentas digitais e indicadores pedagógicos.

Focados na escuta ativa e na construção participativa entre os agentes envolvidos, os resultados práticos permitiram demonstrar a importância da conectividade no ensino-aprendizagem dos alunos. Durante o percurso, os professores passaram a utilizar aplicativos para fixação de conteúdos e pesquisa de temas em sala de aula.  

De forma simultânea, a equipe do Formação Conectada também atua na identificação de pontos-chave que garantam a infraestrutura de distribuição de WiFi de alta qualidade para que as atividades digitais de professores e alunos sejam realizadas com sucesso. 

“Acreditamos que a tecnologia seja uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento social humano, e o Formação Conectada é um passo importante para alcançar esse objetivo. Continuaremos trabalhando em parceria com organizações, instituições de ensino e governos para contribuir para a formação de uma geração mais preparada para os desafios do futuro conectado”, diz  Erika Michalick, líder do Comitê Educacional na ConectarAGRO.. 

Veja 4 formas de reduzir o custo de produção de soja

Plantação de soja - custo de produção de soja

A cultura de soja é uma das mais importantes do mundo, sendo amplamente utilizada na produção de alimentos e biocombustíveis.  Entretanto, como qualquer negócio agrícola, esse tipo de grão tende a gerar despesas consideráveis em termos operacionais. Felizmente, as ferramentas digitais disponíveis no mercado ajudam os agricultores a diminuir o custo de produção de soja.

Com tecnologias de alto desempenho, os produtores rurais podem utilizar grandes volumes de dados gerados para tomadas de decisões, expandindo sua produção sem desperdiçar recursos e até mesmo sem ampliar a área plantada. 

Neste artigo, discutiremos qual o panorama da cultura de soja para 2023 e de que modo você pode lançar mão da agricultura digital para diminuir os custos de produção.  Confira em seguida! 

Custo de produção de soja em 2023: quais as perspectivas? 

Desde 2021, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de produção de soja, desempenhando um papel fundamental na alimentação da população e sobretudo na balança econômica do país. 

Considerada a principal cultura do agro nacional desde a década 70, a produção de soja saiu de 26 milhões de toneladas para mais de 120 milhões de toneladas nos últimos 40 anos, de acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ainda segundo o órgão, a cadeia produtiva de soja movimenta cerca de US$100 bilhões por ano no Brasil!

De acordo com especialistas, as principais razões do destaque brasileiro são as ótimas condições climáticas e de solo, além da ampla disponibilidade de recursos naturais. 

Mesmo com os ventos soprando a favor da agricultura brasileira, o custo de produção de soja sofreu uma elevação considerável nos últimos anos, tendo em mente as instabilidades ambientais e políticas ao redor do mundo. 

Para fins de exemplo, no Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) indica que as exportações de soja devem atingir 25,83 milhões de toneladas. Desse modo, a produtividade da safra pode alcançar 60,43 sacas/hectare, figurando um recorde para o maior estado produtor da cultura no Brasil. 

Imagem pessoa no campo - custo de produção de soja
Créditos: Mais Soja

Em contrapartida, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o custo de produção de soja para a safra 2022/2023 em Campo Novo dos Parecis-MT, chegou a um valor total de R$7.405,00. Este é um aumento considerável em relação à safra 2021/22, que teve um custo completo de R$4.328,26.

Fertilizantes e defensivos estão entre os principais implementos que puxaram o custo de produção de soja.

Considerando que tais resultados possuem efeitos práticos nos negócios agrícolas, os produtores buscam cada vez mais diminuir tais custos operacionais. Para tanto, as tecnologias habilitadas pelo 4G em 700MHz podem ser grandes aliadas! 

Como reduzir o custo de produção de soja? Agricultura de precisão a favor do produtor rural 

É fato que a agricultura de precisão, por meio de novas tecnologias, introduz inúmeros benefícios ao campo. O gerenciamento baseado em dados e informações proporcionam ao agricultor uma visão geral e, por consequência, maior controle e economia de sua lavoura.  

Mais do que o uso de ferramentas, estamos falando de uma forma revolucionária de manejo da soja que abre as porteiras para novos modelos e oportunidades de negócio! 

A matéria produzida pelo Canal Rural sobre tecnologia e produtividade da soja resume bem tal conceito:

Pensando nisso, separamos quatro práticas que podem reduzir o custo de produção de soja. Veja só: 

  • Monitoramento de clima

O monitoramento de clima na cultura de soja consiste em coletar dados como temperatura, umidade, radiação solar e chuva, a fim de fornecer informações precisas sobre as condições climáticas ao longo do tempo. 

Tais indicadores são usados pelos produtores para identificar os períodos propícios para a proliferação de doenças, permitindo a implementação de medidas preventivas de maneira mais eficaz, reduzindo a incidência de pragas na cultura. 

A partir da comparação entre as condições climáticas e os resultados produtivos, os agricultores também podem mapear oportunidades de melhorias e processos, diminuindo o custo de produção de soja. 

  • Análise de dados 

Com a análise de dados, é possível alinhar padrões e tendências que ajudam o administrador rural a otimizar a utilização de sementes, fertilizantes e defensivos. 

As informações consolidadas pela inteligência artificial e Big Data indicam quais as variedades de semente e quais práticas de manejo são mais eficientes para a época e região em que a cultura está localizada. 

Dessa forma, o produtor rural desenvolve um planejamento de safra mais eficaz, dedicando o seu orçamento de forma assertiva aos custos de insumos e contratação de mão de obra.

  • Irrigação inteligente 

A irrigação inteligente ajuda os produtores a reduzir o custo de produção de soja em diversas maneiras. 

Entre elas, a economia de água é o grande destaque, pois os controladores conectados programam os horários e a duração necessária para as regas do solo, resultando em menor gasto com recursos hídricos e com a energia elétrica utilizada no processo. 

Ainda, a gestão eficiente de irrigação permite uma automatização da etapa, sem a necessidade de mão de obra dedicada a esta atividade. 

  • Manutenção preventiva e monitoramento de máquinas

Outra prática importante é a manutenção preventiva de máquinas e equipamentos utilizados na lavoura. 

Quando inspecionados regularmente, os agricultores podem resolver eventuais problemas nas fases iniciais, quando ainda são mais simples e baratos de resolver. Isso evita gastos com reparos e manutenção que podem incidir no custo de produção da soja. 

Ainda no âmbito do monitoramento, a Inteligência Artificial assegura o registro da origem dos grãos colhidos para análise dos custos de operação, qualidade do grão e produtividade da área. A partir de dispositivos instalados nos maquinários, os dados são sincronizados com alta confiabilidade e automatização.

Tal cruzamento de informações é de grande valor, já que muitas vezes o trabalho da colheita acontece em fazendas diferentes, sendo necessária a uniformização de processos.

E você, utiliza alguma tecnologia para reduzir o custo de produção em sua lavoura? Conte para a gente!

Tecnologia auxilia no manejo de pragas do milho

Imagem de destaque - pragas dos milho

O manejo de pragas do milho é um dos processos mais importantes para que o seu potencial genético de produção seja plenamente atingido nas lavouras. Isso porque tais bactérias resultam em disfunções nutricionais e bioquímicas nas plantações, podendo chegar a 100% de perda da produção.

Esse fator é relevante sobretudo porque os produtores brasileiros chegam a produzir até três safras de milho por ano, como a primeira safra — realizada no verão — e a safrinha. Ainda segundo as análises realizadas pela Conab, espera-se que a produção de milho chegue a 125,8 milhões de toneladas na safra 2022/23.

Considerando a importância da antecipação de danos à cultura de milho, este artigo apresenta qual o papel da tecnologia nas estratégias para aplicar um bom controle de pragas em sua lavoura. Boa leitura!

Qual a importância do manejo de pragas do milho?

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o manejo de doenças e pragas do milho se refere a um conjunto de ações inteligentes para evitar a redução da produção final e, por extensão, o prejuízo econômico.

Realizado contra todos os insetos desde a fase inicial até a espiga de milho, o controle busca garantir condições favoráveis para uma safrasaudável e de qualidade.

Por sua vez, as pragas do milho podem ser classificadas em três grupos: o primeiro deles diz respeito aos insetos de solo ou pragas iniciais; o segundo refere-se aos insetos que atingem a parte foliar e o colmo. Já o último grupo pode atacar as espigas.

O monitoramento e identificação são etapas de grande relevância no manejo de doenças e pragas, pois tais informações definirão o diagnóstico do que está ocorrendo na lavoura, bem como qual tipo de inseto e qual decisão deve ser tomada.

Mas afinal, quais as principais pragas na lavoura de milho?

De acordo com o e-book Manual de Pragas do Milho, lançado por Henrique José da Costa Moreira e Flávio Damasceno Aragão, são mais de 30 tipos de insetos que podem atingir a planta. Ou seja, o cuidado deve ser redobrado ao longo de toda a safra!

A respeito do tema, você pode conferir o conteúdo preparado pela Agro Bayer, associada da ConectarAGRO:

Nesse sentido, apresentamos as principais pragas que podem atingir a cultura de milho, a partir das divisões apontadas acima.

Pragas iniciais

Entre as pragas que ocorrem logo após o plantio, podemos citar a lagarta-elasmo, a larva-alfinete, a larva-angorá e o percevejo-castanho.

Imagem pragas iniciais - pragas do milho
Créditos: Plantix

De modo geral, esses são insetos que vivem no solo ou na superfície, buscando regiões mais úmidas. Suas atividades podem acarretar deficiências nutricionais e perdas de estande do milho em mais uma de safra, uma vez que a fase larval de algumas pragas é longa.

As pragas de raiz, em especial, são as que impõem mais desafios aos agricultores. Isso porque nem sempre são visíveis, sendo detectadas apenas quando a planta já está consideravelmente debilitada. 

Portanto, exige-se um monitoramento constante para que o produtor rural possa agir na mínima evidência de que sua produção de milho sofre com tais insetos. 

Como controle dos ataques, indica-se o uso de defensivos que protejam o solo no período de seis a dez semanas, aumentando a taxa de proteção do milho.

Pragas da parte aérea

Mesmo com total atenção à fase de germinação, as pragas podem atingir também as plantas e cartuchos de milho. Entre os tipos de insetos, destacam-se o pulgão, a broca-de-cana e a lagarta-da-espiga.

Imagens pragas da parte aérea - Imagens pragas do milho
Créditos: Agro Bayer

A perda de rendimento causada por tais pragas pode variar, em média, de 21% a 50% dentro das produções de milho. Algumas espécies esgotam as reservas hídricas da planta, favorecendo a formação de fumagina. Já as lagartas se alimentam dos grãos, deixando falhas e orifícios nas espigas.

Nessa situação, o manejo de pragas do milho pode ser realizado por meio de técnicas de cultura, como eliminação de plantas hospedeiras. Em casos mais avançados de infestação, o uso de pesticidas evita fitotoxicidade e falhas na polinização.

De que forma a tecnologia pode auxiliar no manejo de pragas do milho?

Mais do que uma prática intuitiva, o manejo de pragas de milho é realizado a partir de técnicas que são otimizadas por meio do uso de dados e inteligência artificial.

Por isso, apresentamos abaixo os principais usos das tecnologias no controle de pragas do milho.

Cruzamento de dados

O cruzamento de dados agronômicos consolidados de diferentes indicadores forma uma grande base para que os produtores rurais entendam profundamente o histórico da área cultivada.

Desse modo, ao compreender quais pragas do milho são mais suscetíveis, os agricultores podem tomar medidas e decisões baseadas na rápida identificação das doenças por meio das informações.

Mapeamento de georreferenciamento

A agricultura de precisão pode auxiliar também nos métodos dinâmicos para que se combata pragas e doenças sem afetar o ecossistema e a microfauna e flora.

Imagem Mapeamento de georreferenciamento - Pragas do milho
Créditos: Terra Magna

Os mapas de georreferenciamento, por exemplo, oferecem ao agricultor análises sobre as aplicações de defensivos e a intensificação dos níveis de controle e gravidades de infestação em cada talhão.

Uso de drones agrícolas

Às vezes, o método tradicional de pulverização pode não atingir algumas partes da cultura. Desse modo, os drones agrícolas são grandes aliados nesta tarefa.

Com o uso de sensoriamento remoto e imagens processadas pelo equipamento, o agricultor obtém um retrato das áreas com maior presença de doenças e pragas do milho.

Em seguida, drones de pulverização aplicam os defensivos apenas nas áreas identificadas, utilizando menos recursos como água e combustível.

E você, já utiliza a tecnologia no controle de pragas do milho? Deixe seu comentário e continue em nosso blog.

Cafeicultura 4.0: entenda a nova forma de produzir café

Imagem grãos de cafe - cafeicultura 4.0

Um dos principais produtores do agronegócio brasileiro, o setor cafeeiro obtém excelentes resultados a partir da aplicação de tecnologias nos processos agrícolas. Essa prática já existe e tem nome: trata-se da cafeicultura 4.0!

Da indústria ao campo, as ferramentas digitais do conceito 4.0 são aplicadas nas plantações de café, resultando em um modelo de produção mais eficiente, menos custoso e de baixo impacto ambiental. 

Neste artigo, discutiremos qual a importância desse grão para a balança econômica brasileira, o que é a cafeicultura 4.0, além de seus reais impactos e benefícios nas lavouras. Confira abaixo!

Cafeicultura no Brasil: um grão de valor para a balança comercial do país

A ampla a presença do café em terras brasileiras data do século XVIII. Entretanto, foi entre os séculos XIX e XX que o cultivo passou ganhar destaque no país, sobretudo nos estados de São Paulo e Minas Gerais. 

Com as condições favoráveis de clima e solo para a plantação, a produção cafeeira logo tornou-se um dos produtos de destaque no mercado doméstico e na exportação para diversos países. 

Essa não é uma fotografia de um tempo passado, mas do presente. De acordo com relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a cafeicultura gerou — apenas em 2022 — quase R$56 bilhões de receita, representando 69% de tudo que é produzido na agropecuária brasileira. 

Nesse sentido, o Brasil segue como o maior exportador de café no mercado mundial, respondendo por um terço da produção no planeta inteiro, conforme aponta o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).  

É importante destacar que a cafeicultura brasileira é uma das mais exigentes, preocupando-se com aspectos sociais e ambientais ao longo de toda a cadeia produtiva e resultando em valor agregado a um produto responsável. 

Para se adequar às demandas do mercado e dos consumidores de forma geral, a agricultura digital habilitada pelas telecomunicações surge como uma excelente ferramenta para tornar a cafeicultura uma atividade agrícola assertiva, sem desperdícios e sem uso excessivo de agroquímicos. 

Ou seja, a cafeicultura 4.0 envolve processos que trarão melhores resultados, maior sustentabilidade e menos gastos ao produtor rural! 

Cafeicultura 4.0: transformação no campo durante a era digital 

Baseada na automação industrial, a cafeicultura 4.0 é uma abordagem que reúne tecnologias digitais avançadas para melhorar a eficiência, qualidade e sustentabilidade da produção.

Com o cruzamento de informações consolidadas e armazenadas em tempo real pela inteligência artificial, big data e Internet das Coisas (NB-IoT), a cafeicultura de precisão apresenta recomendações de estratégias que possibilitem o melhor gerenciamento da cultura, transformando a forma como o café é cultivado e colhido.

Imagem ilustrativa tablet - cafeicultura 4.0
Créditos: MFRural

Com o cruzamento de variáveis consolidadas por sensores, por exemplo, o agricultor passa a aplicar a quantidade correta de insumos agrícolas (fertilizantes, sementes e defensivos) no momento adequado e no local correto, expandindo a rentabilidade do cultivo e tornando seu negócio mais competitivo.

No caso do ramo de cafés especiais, a cafeicultura de precisão contribui para a melhoria da qualidade do grão. Isso porque os produtores conseguem ter mais controle sobre as condições de cultivo, garantindo maior consistência à produção e apresentando ao consumidor final toda a rota de produção. 

Benefícios práticos da cafeicultura 4.0 

Como explicamos acima, os benefícios da cafeicultura 4.0 passam por todas as etapas do cultivo, desde o plantio à colheita.  

Com o uso da tecnologia de informação baseada nos fatores de clima, solo e plantas, a agricultura digital aplicada ao café não só auxilia na tomada de decisões, como também contribui para a sustentabilidade da produção. 

Nesta matéria produzida pela TV Agro+, você pode conferir uma entrevista com Iuri Santos, agrônomo e especialista no tema: 

A partir da aplicação de sensores inteligentes, os agricultores podem realizar uma gestão eficiente de irrigação, controlando a quantidade exata necessária e no horário mais adequado da rega. 

Já as imagens captadas por drones e por mapas de georreferenciamento auxiliam na identificação das propriedades físicas e químicas do solo. 

Essas mesmas tecnologias possibilitam a identificação exata das áreas afetadas por doenças e pragas, indicando também o melhor tratamento para o talhão em específico. Portanto, a menor quantidade utilizada de defensivo confere menos gastos ao produtor e mais segurança ao consumidor final. 

A utilização de colhedoras com tecnologias embarcadas e autônomas também elevam o grau de produtividade da cafeicultura 4.0, pois otimizam o tempo de trabalho e evitam o desperdício. 

Desafios de conectividade ainda são consideráveis no setor cafeeiro

Embora a tecnologia tenha um grande peso para o sucesso do agronegócio, uma pesquisa realizada pela Rabobank indica que apenas 5% dos cafeicultores utilizam soluções como aplicativos, sensoriamento remoto e drones. 

O principal gargalo citado por especialistas é a falta de conectividade no campo, visto que mais de 70% das propriedades rurais seguem sem acesso à internet rural. 

Atentas a essa pauta, diferentes organizações compõem a ConectarAGRO para promover a ampla cobertura do 4G em 700MHz nas áreas rurais e remotas, bem como demonstrar os reais benefícios da internet rural para a eficiência agrícola.

Em 2022, por exemplo, foram mais de 12 milhões de hectares de terra conectados pelas empresas associadas e apoiadoras da Associação! 

Outro eixo prioritário para a entidade é o fomento de políticas públicas que democratizem o acesso à internet para que produtores rurais obtenham crescimento econômico e desenvolvimento humano e social. 

Agora que você está por dentro das oportunidades e desafios da cafeicultura 4.0, que tal se antecipar e ler também as principais tendências do agro para 2023?