3 tecnologias para o controle de plantas daninhas

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Créditos: Embrapa | Reprodução

O setor agrícola enfrenta desafios constantes, e um dos maiores deles é o controle de plantas daninhas. Essas intrusas indesejadas competem com as culturas por recursos como luz solar, água e nutrientes, reduzindo significativamente o rendimento das lavouras.
A última projeção realizada pela Embrapa durante a safra 2015/16 indica que os prejuízos causados pelas plantas daninhas ao agronegócio tiveram um impacto de R$9 bilhões, considerando as perdas produtivas e o custo com aplicação de herbicidas. Só de olhar o número, dá para entender o tamanho do problema, não é?

Além disso, o órgão constata que pelo menos 20 milhões de hectares no Brasil estão expostas a plantas indesejadas que resistem às estratégias de manejo existentes. Portanto, o mais importante é realizar um diagnóstico precoce para evitar que o problema se alastre por toda a lavoura.

A boa notícia é que, com o avanço das tecnologias digitais, os agricultores têm à disposição ferramentas poderosas para monitorar e combater essas ameaças de maneira mais eficaz. Neste artigo, exploraremos o que são plantas daninhas, como controlá-las e como as tecnologias digitais podem ser aliadas nessa luta.

O que são as plantas daninhas?

As plantas daninhas são aquelas que crescem em locais indesejados, competindo com as plantas cultivadas por nutrientes, água e luz solar. Elas podem ser encontradas em diversos ambientes, desde áreas urbanas até plantações agrícolas. Além de prejudicar o crescimento das plantas cultivadas, as plantas daninhas também podem abrigar pragas e doenças, aumentando ainda mais os prejuízos.

Segundo pesquisas científicas, esse tipo de plantas pode reduzir em mais de 30% a produtividade das lavouras. Quando não são devidamente controladas, as daninhas geram mais de 90% de perda da produção. Vale lembrar também que os efeitos na cultura principal vão além da interferência e perda de produtividade. As plantas daninhas resultam em aumento do custo, e depreciação da qualidade do produto, ao servir de hospedeiros para pragas e doenças. 

As populações de plantas daninhas são dinâmicas e exibem diversidade genética. Por isso, quando um mesmo herbicida é utilizado repetidamente ou herbicidas com mecanismos de ação semelhantes são empregados, as plantas que possuem alguma forma de resistência são selecionadas. Essas plantas resistentes sobrevivem e sua frequência aumenta na população ao longo dos anos subsequentes.

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Créditos: Climate Fieldview | Reprodução

Claro, o emprego de herbicidas na gestão química de plantas daninhas revolucionou de maneira significativa a agricultura, devido à sua conveniência, economia e eficácia. Simultaneamente, isso possibilitou a redução da necessidade de preparação do solo, contribuindo para melhorar sua estrutura, bem como sua capacidade de retenção de matéria orgânica e umidade.

No entanto, quando os herbicidas são usados como única estratégia de controle sem a devida precaução, surgem desafios relacionados à resistência das plantas daninhas a esses compostos, enfatizando a importância da adoção de boas práticas no manejo de pragas.

Como fazer o controle de plantas daninhas?

O controle de plantas daninhas é uma tarefa desafiadora, porém fundamental para a agricultura. Existem várias estratégias para combatê-las, incluindo métodos culturais, que envolvem práticas como rotação de culturas, plantio direto e cultivo em fileiras estreitas para reduzir o espaço disponível para as plantas daninhas crescerem. Além disso, métodos mecânicos são uma opção, que incluem o uso de equipamentos como arados e grades para remover as plantas daninhas fisicamente.

Outra alternativa é o uso de métodos químicos, com a aplicação de herbicidas, mas requer cuidado para evitar danos às culturas desejadas e ao meio ambiente. Além disso, métodos biológicos — os bionsumos —, nos quais alguns insetos, animais e microorganismos podem ser usados para controlar plantas daninhas de forma natural.

Por fim, os métodos digitais estão ganhando cada vez mais relevância para o monitoramento e controle das plantas daninhas, com o uso de tecnologias digitais, como imagens de satélite, drones e sensores no campo, que permitem aos agricultores identificar áreas com infestações de plantas daninhas e tomar medidas direcionadas, tornando o manejo mais preciso e eficiente.

Tecnologias auxiliam o monitoramento de plantas daninhas

Se você chegou até aqui, certamente já aprendeu com este artigo que o controle das plantas daninhas requer um tratamento integrado entre diferentes técnicas para garantir a saúde do solo e da plantação a longo prazo.

Além dos métodos convencionais, as tecnologias digitais habilitadas pela conectividade no campo estão entrando pelas porteiras das propriedades rurais. Com essas ferramentas proporcionadas pelo avanço da agricultura digital, as produções podem se tornar mais produtivas e sustentáveis, reduzindo os custos de aplicação dos defensivos.

Alguns dos principais exemplos são os satélites e drones equipados com câmeras de alta resolução, os quais têm a capacidade de sobrevoar extensas áreas de terras agrícolas para obter imagens detalhadas e atualizadas regularmente. Essas imagens permitem uma visão abrangente do estado das culturas e identificam áreas suscetíveis a infestações de plantas daninhas de forma rápida e precisa.

Com essa informação em mãos, os agricultores podem tomar medidas direcionadas, como a aplicação de herbicidas apenas nas áreas afetadas, o que reduz significativamente o desperdício de produtos químicos e os custos associados à pulverização em áreas saudáveis.

Créditos: Revista Cultivar | Reprodução

Já os sensores instalados no solo coletam dados cruciais, como umidade do solo, temperatura e outros fatores ambientais que afetam o crescimento das plantas daninhas. Eles também fornecem informações durante 24 horas, permitindo que os agricultores monitorem as condições do solo de forma contínua e precisa, independente do lugar onde estão.

De fácil acesso na palma da mão, os aplicativos para smartphones podem ser utilizados para documentar a presença de plantas daninhas, seu estágio de crescimento e outras informações relevantes.

Com as observações registradas nas plataformas, os agricultores acessam uma análise mais profunda das infestações em suas terras a partir de gráficos e outras representações visuais didáticas.

Os produtores rurais também podem controlar as plantas daninhas a partir do aprendizado de robótica e inteligência artificial. Por meio de algoritmos treinados, é possível identifica-las com alta precisão, distinguindo-as das culturas desejadas. Dessa forma, os esforços concentrados evitam tratamentos desnecessários nos talhões saudáveis, reduzindo os custos associados.

O Solix, robô da nossa associada Solinftec, por exemplo, é capaz de realizar a aplicação precisa de herbicidas, permitindo o controle eficiente de plantas daninhas, evitando sua disseminação e competição por nutrientes com a cultura alvo.

O Solix trabalha integrado com a plataforma ALICE, de inteligência artificial, capaz de fornecer as recomendações mais adequadas de velocidade do vento e melhores horários para a pulverização das lavouras. Por isso, a solução colaborou com a redução de 95% do uso de herbicidas durante a primeira safra comercial da ferramenta nos Estados Unidos. São excelentes resultados, não é mesmo?

 

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